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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Em texto no UOL, jornalista de São Paulo 'esclarece' afastamento do governador Paulo Dantas

11/10/2022 13:36

 

Atuando na imprensa de São Paulo – com espaço diário no Portal UOL/Folha de S .Paulo – e, portanto, com opinião isenta sobre a política de Alagoas, o jornalista Leonardo Sakamoto postou o seguinte texto com didático esclarecimento sobre o afastamento do governador Paulo Dantas em pleno curso da campanha rumo ao 2º turno:

 

“O Brasil nos brindou, nesta terça (11), com uma visão de como o bolsonarismo usa a máquina pública para atacar adversários. E conta com a ajuda de uma Justiça que, sem corar as bochechas, pune um aliado de Lula por suspeitas de desvios de recursos públicos, mas se cala diante de um aliado de Bolsonaro já condenado pelo mesmo motivo.

Tudo isso entre o primeiro e o segundo turno das eleições. Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas e adversário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça a pedido da Polícia Federal por suspeita de rachadinhas em seu gabinete quando era deputado estadual.

Traduzindo: a polícia sob comando de Jair Bolsonaro, que teve muito tempo para realizar uma operação contra Dantas por algo que ele supostamente teria feito quando parlamentar, escolheu esta terça (11), veja só que coincidência, dois dias antes de um ato de campanha de Lula com o governador na capital Maceió.

Não se defende aqui o governador. Ele deve ser investigado, denunciado, julgado e, caso seja considerado culpado, punido. O que se discute é o timing em que tudo isso ocorre, representando uma clara interferência no processo eleitoral.

As suspeitas contra Paulo Dantas são parecidas com aquelas que recaem contra o presidente da República e sua família, ou seja, de usar funcionários fantasmas de seus gabinetes para desviar dinheiro público que deveria ser usado para o pagamento de salários. Isso permitiu, no caso de Jair Bolsonaro, a compra de imóveis com dinheiro vivo, segundo investigação do UOL.

A ação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL), acusado de desviar grana e ter funcionários fantasmas durante seu mandato como deputado estadual no Rio, apesar de um caminhão de evidências, voltou quase à estaca zero devido a decisões judiciais que o beneficiaram.

Enquanto isso, o presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro, Arthur Lira, disputou a eleição este ano e se reelegeu amparado em uma decisão provisória que está por aí desde 2018 sem que a Justiça tenha pressa sobre o caso.

O mesmo Superior Tribunal de Justiça analisa um recurso apresentado por Lira há dois anos sem uma conclusão. Ele havia sido condenado pela Justiça de Alagoas por um esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa quando também era deputado estadual entre 1999 e 2010.

Segundo a sentença, ele pagou empréstimos pessoais com recursos de verba de gabinete e utilizou cheques da conta da Assembleia para garantir financiamentos pessoais.

Paulo Dantas foi para o segundo turno com 46,6% dos votos, apoiado por Renan Calheiros (MDB), enquanto seu adversário, Rodrigo Cunha (União Brasil), aliado de Lira, contou com 26,7%. A notícia do afastamento do governador de Alagoas vem em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro tenta reduzir a dianteira de 12,9 milhões de votos que Lula registrou no Nordeste no primeiro turno.

Ao que tudo indica, esse é mais um caso em que o jogo sujo do bolsonarismo sai das redes sociais e ganha uma ajuda de instituições públicas através de parceiros do presidente.

Com a PF azeitada dessa forma seletiva, não me surpreenderia que o ex-juiz Sergio Moro seja novamente convidado para ocupar o Ministério da Justiça”.

 

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Sondagens estão certas. Pesquisa não é voto nem previsão - é apenas 'intenção' do eleitor

10/10/2022 15:45

Como em eleições passadas, o resultado do 1º turno motivou tremenda gritaria contra as pesquisas de intenção de voto. O deputado Artur Lira, presidente da Câmara, reagiu irado criticando a diferença entre determinados números dos institutos e os dados oficiais da votação nas urnas, e reafirmando sua intenção de mobilizar a Câmara para criminalizar as entidades responsáveis por pesquisas de natureza eleitoral.

Bom, objetivamente, cabe uma indagação: as pesquisas, por exemplo, sobre a disputa presidencial erraram? A resposta é não. A crítica de Artur Lira e de outros políticos, como o próprio presidente Bolsonaro, se dá porque eles enxergam as sondagens dos institutos como ‘previsões’ e não como ‘leitura momentânea’ da posição dos eleitores. E por isso se diz que pesquisa representa um 'retrato'‘, um ‘instantâneo’ das tendências do eleitorado.

Para entender a posição aqui sustentada basta atentar para o seguinte: quando anunciam os números de pesquisas, os institutos não dizem que o candidato ‘A’ vai obter tal número de votos. Isso seria previsão. Observe-se que as pesquisas são apresentadas com uma introdução claríssima: “Se as eleições fossem hoje”, Lula teria ou Bolsonaro teria... Não existe levantamento dizendo que os candidatos vão ter esse ou aquele percentual de votos.

Em relação ao pleito presidencial do domingo dois de outubro, critica-se a diferença (de Bolsonaro) entre o que o Datafolha (36%) captou no sábado (1º) véspera da eleição e o que foi oficialmente apurado (43,20%). A explicação é simples: diferença de 2% na margem de erro e movimento de eleitores não detectado ‘em cima do pleito’.

O mesmo Datafolha anunciou Lula com 50% e deu 48,43%, ou seja, diferença de apenas 1,57% em relação ao resultado das urnas. Rigorosamente dentro da margem de erro.

O processo eleitoral é móvel, dinâmico, mutável. No 1º turno, eleitores de Ciro Gomes e da própria Simone Tebet migraram para Bolsonaro na reta final. Esse tipo de ‘movimento’ não tem como ser captado por pesquisas, a menos que elas sejam feitas sequencialmente, em intervalos de horas. Isso é impraticável.

Agora, natural que, com os ânimos exaltados, seguidores de Bolsonaro acusem os institutos, não tanto pelos resultados em si, mas por acharem que as pesquisas servem de propaganda a favor de Lula. E não servem. Porque, se assim fosse, Bolsonaro não teria vencido Fernando Haddad na sucessão de 2018. E venceu.

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Alagoas não caiu no conto do grupo liderado por Artur Lira e Rodrigo Cunha

04/10/2022 10:19

A eleição de governador em Alagoas foi, sem qualquer paralelo na história, a mais influenciada pelo poder econômico. Aliás, ‘poder econômico’ é um termo redundante, pois não existe poder sem dinheiro por trás. Acabou não sendo ‘absolutamente’  desigual e desproporcional porque, se de um lado havia Artur Lira – um dos mentores do orçamento secreto – comandando o grupo do candidato Rodrigo Maia, por outro atuava Paulo Dantas exercendo o governo do Estado. Rui Palmeira e Fernando Collor fizeram uma campanha de parcos recursos financeiros.

O diferencial, contudo, não foi o poder exercido pelo governador candidato à reeleição, mas o extraordinário governo de Renan Filho. Paulo acabou sendo, naturalmente, o grande beneficiário de um projeto que conquistou não todos, mas a imensa maioria dos alagoanos. Basta atentar para a votação de Renan Filho e para o fato de que nenhum nome de expressão ousou enfrentá-lo. Nem Collor, ex-prefeito de Maceió, ex-governador, ex-presidente.

Mas o bloco de Artur Lira (Rodrigo Cunha, Jó Pereira, Davi Davino) atraído pelo chamariz do bilionário orçamento secreto, decidiu apostar tudo na liderança e na ‘capacidade de fogo’ do presidente da Câmara. Uma aposta errada.

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Versão mal ‘bolada’ por Luiz Dantas acabou sobrando pra Rodrigo Cunha

28/09/2022 18:51

Atrás nas pesquisas, lutando desesperadamente para ultrapassar Collor e assumir o 2º lugar na corrida ao governo de Alagoas, o candidato Rodrigo Cunha de repente se viu diante de uma ‘bomba’: um vídeo com declaração do ex-deputado Luiz Dantas ‘aparentemente’ acusando o filho, o governador Paulo Dantas.

‘Aparentemente’, porque, a rigor, Luiz não acusa Paulo, nem no primeiro nem no segundo vídeo. No primeiro, fala sobre um ‘esquema’ de nomeações irregulares nas Assembleia, mas não diz que Paulo foi o autor, o mentor, o responsável direto pelas supostas admissões. “Paulo se envolveu, fazia parte da estrutura”. Mais adiante, após a eleição, Luiz ainda vai usar isso para dizer que não acusou o filho, isto é, para dizer que o seu alvo era outra pessoa que – não se sabe o motivo, não quis revelar o nome...

Bom, quem conhece a estrutura funcional da Assembleia sabe que o cargo de Diretor Geral – à época do ‘esquema’ ocupado por Paulo Dantas – é decorativo. Não tem poder de decisão, não nomeia, não é ordenador de despesa.  Quem manda é o presidente (então Luiz Dantas) e o 1º secretário (então Marcelo Victor).

O primeiro vídeo foi feito com a intenção de expor Paulo, pois, do contrário, não atrairia, não motivaria ninguém a adquiri-lo. Mas, no segundo, Luiz Dantas já usa um ‘ar paternal’, aí sim, acusa um ‘sujeito oculto’ de influenciar o filho, porém sem declinar o nome. E diz que “mais tarde, meu filho, você vai me entender”.

Pois bem, diante de um depoimento de tal ‘gravidade’, Rodrigo Cunha, que precisava de ‘veneno’ para servir aos adversários (e mais ainda ao líder das pesquisas) avaliou que o vídeo de Luiz Dantas seria um recurso devastador. E foi. Deixou a opinião pública incrédula, atônita. Cunha só não contava com um dado crucial: o poder de reflexão das pessoas. E foi essa reflexão que fez o povo entender que que Paulo Dantas não tinha culpa de nada, simplesmente foi VÍTIMA desse triste episódio da política alagoana. O que bastou para a onda se voltar contra Cunha, claro, por haver descido ao cúmulo de usar um pai contra o filho.

O ‘tiro no pé’ sangrou mais depois que Collor, no debate da TV Gazeta, revelou que também foi procurado para saber se aceitaria o material sinistro para usar contra Paulo. Recusou, obviamente.

Para o bom ‘entendedor’, não existe ‘sujeito oculto’ nessa história: é só olhar para o interior da Assembleia, nos idos de 2017, é só saber quem comanda o Legislativo Estadual hoje, quem engoliu Artur Lira no duelo de bastidores este ano e quem articulou a vitória de Paulo para governador em maio último.

Agora, a questão que ficou no ar e no imaginário das pessoas é uma só: por que Luiz Dantas invocou o tão notório ‘influenciador’ de seu filho, deu pistas para identificá-lo, mas não declinou o nome?

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Davi tem, sim, direito de falar a verdade. Fala, Davi!

26/09/2022 17:00

No horário eleitoral exibido pela televisão, o candidato a senador Davi Davino tem proclamado uma queixa recorrente: “Estão tentando impedir que eu diga a verdade, mas não vão conseguir”.

O candidato do PP, nesse particular, tem razão. É um direito que lhe assiste, falar, dizer a verdade. Por isso, reconhecendo-lhe a prerrogativa constitucional, a Coluna o exorta: pode falar Davi, diz a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade.

DIZ que Renan Filho implantou mais de 100 escolas de tempo integral iniciando uma revolução educacional no Estado;

DIZ que estudantes da rede estadual – os que concluem o ensino médio – estão sendo premiados com dinheiro;

DIZ que Alagoas, agora, tem seis novos e grandes hospitais estaduais construídos, equipados e postos em funcionamento;

DIZ que Renan Filho construiu seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e que caberia ao governo federal fazê-lo;

DIZ que o governo iniciado em 2015 construiu/recapeou/duplicou mais de 1 mil quilômetros de rodovias em todo o Estado;

DIZ, Davi, que Renan Filho fez uma revolução na segurança e tirou de Alagoas o título de ‘estado líder em criminalidade’;

DIZ, a plenos pulmões, que o alagoano já não sabe o que é ‘saidinha de banco’ nem arrastões dentro dos coletivos;

DIZ que o governo pós-2015 zerou os ataques a agências bancárias e acabou com roubos de cargas nas rodovias;

DIZ a verdade: Renan Filho criou um programa – CRIA – que garante ajuda mensal financeira a mais de 130 mil famílias;

DIZ que o Projeto Minha Cidade Linda transformou o perfil urbano de dezenas de cidades no interior das Alagoas;

DIZ, com voz impostada, que Renan Filho invadiu as grotas de Maceió levando ao povo humilde urbanismo e dignidade;

DIZ também que o projeto Vida Nova nas Grotas (que seria dever da Prefeitura) ganhou reconhecimento das Nações Unidas;

DIZ a verdade, Davi, é um direito seu: o governo Renan Filho reajustou todos os servidores e nunca atrasou a folha salarial;

Fala em alto e bom tom, Davi, porque proclamar essa verdade (visível e inescapável), é um direito seu e de todos os alagoanos.

Aqui, o espaço é curto para DIZER tudo, mas a síntese basta para explicar por que a grande maioria dos alagoanos, manifestamente, apoia e vota em Renan Filho para senador.

 

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Primeira Edição © 2011