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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Avanços em Alagoas terão mais força com Paulo e Lula

28/11/2022 14:23

A reeleição de Paulo Dantas vai manter Alagoas na mesma rota de avanços traçada por Renan Filho a partir de 2015, mas com uma vantagem digna de comemoração: enquanto Renan conviveu com o distanciamento do governo Bolsonaro, Paulo terá uma relação amistosa e altamente positiva com o governo de Lula.

Nos últimos quatro anos, o que Alagoas recebeu da União – de modo transparente – foram as transferências constitucionais, além dos recursos extras e carimbados, liberados pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento da pandemia. Resumindo: os recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Outras verbas foram destinadas a Alagoas, mas por meio do orçamento secreto, o esquema montado no Congresso Nacional depois que o presidente Bolsonaro, bombardeado por pedidos de impeachment, refugou-se na autoridade do presidente da Câmara dos Deputados. Artur Lira lacrou a gaveta, evitou que Bolsonaro fosse julgado (a Câmara abre o processo e o Senado procede ao julgamento), mas isso foi feito sob contrapartida: a liberação de muitos bilhões de reais para distribuição com os parlamentares através da chamada ‘emenda do relator’ ou ‘orçamento secreto’.

Renan Calheiros viu nesse ‘entendimento’ a total perda de autoridade do presidente Bolsonaro e já advertiu que, se o esquema for mantido, o governo Lula se desintegrará.

Voltando a Paulo Dantas, com um aliado no poder, o governador alagoano, mesmo sabendo das limitações financeiras da União nos próximos anos, terá como canalizar recursos federais para executar projetos e programas de interesse coletivo. E isso será dimensionado pelos recursos próprios da Fazenda estadual, graças ao equilíbrio fiscal materializado pela gestão de Renan Filho.

Em suma, as mudanças em Alagoas vão continuar acontecendo com mais força a partir de janeiro, seja pelo compromisso de Lula assumido com os alagoanos (“é daqui pra melhor”), seja pela chegada de Renan Filho ao Senado Federal.

Ainda bem, a desarrumação do Estado, que a maioria temia com eventual vitória do grupo de Artur Lira e Rodrigo Cunha, não acontecerá. Pelo contrário, o projeto de governo em execução há oito anos entrará em nova fase com a certeza de que os investimentos em obras e programas sociais serão reforçados, a partir de janeiro, com a determinação do governador reeleito e com o empenho solidário do futuro presidente da República.

Alagoas pode e deve continuar comemorando.

 

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A eleição em Alagoas também foi decidida nos bastidores

14/11/2022 19:08

A eleição de 2022 em Alagoas teve duas disputas distintas: os candidatos concorrendo aos cargos e, nos bastidores, os líderes do governo e da oposição se enfrentando em múltiplas frentes.

Renan Calheiros e Artur Lira lideraram seus grupos disputando o que seria, ao término da batalha nas urnas, o comando da política estadual. O senador venceu em todos os campos, menos, apenas, na concorrência pelas nove vagas de deputado federal.

Lira largou atrás – e não mais se recuperou – ao perder a disputa do governador-tampão na Assembleia Legislativa. Renan foi rápido, meteórico, e ao se compor com Marcelo Victor, decidiu o futuro das eleições em Alagoas.

Com minoria irrisória de deputados, Artur Lira esqueceu a eleição do tampão e cometeu erro primário ao tentar postergar a escolha de Paulo Dantas para suceder Renan Filho no governo. Porque, ao impugnar o edital da eleição visando ‘ganhar tempo’, o deputado do PP até que conseguiu postergar a eleição, mas, por outro lado, tornou Paulo Dantas conhecido em Alagoas e fora do Estado.

Oportuno admitir que Lira não fez escolhas erradas ao formar seu grupo para o embate eleitoral, pois ele simplesmente assumiu o que lhe restou: Rodrigo Cunha para o governo, Davi Davino para o Senado e Jó Pereira para compor chapa como vice de Cunha.

E sucede, por outro lado, que se viu obrigado a apoiar Bolsonaro, posto que Lula era um velho aliado de Renan. O senador enxergou as digitais de Lira na operação da Polícia Federal que fundamentou a decisão de Laurita Vaz de afastar Paulo Dantas do cargo, mas o deputado ainda hoje nega responsabilidade. Bom, foi um golpe que mudou o rumo da eleição.

O grupo de Cunha ganhou um discurso, um ataque com carimbo do STJ, o estrago foi grande, mas Paulo tinha Renan do seu lado. E foi o senador que, agindo em Brasília, conseguiu que o Supremo derrubasse a ordem de Laurita Vaz e reconduzisse o governador ao cargo. Foi essa decisão que estancou a sangria de eleitores e garantiu a vitória final de Paulo Dantas.

No cômputo, Renan venceu com Lula, Paulo Dantas, Renan Filho, Ronaldo Lessa e com a eleição de 17 deputados estaduais e quatro federais. Sem aparecer, atuando na retaguarda, deu uma aula de como fazer política de forma efetiva e competente. Apareceu, aliás, nas redes sociais exercitando o que costuma fazer com maestria: demolir a imagem dos adversários valendo-se de um senso de ironia inesgotável e devastador.

 

RENAN ASSUMINDO NOVO PROTAGONISMO

Convidado a participar da transição em nome do MDB, o senador Renan Calheiros atuará representando os interesses do Norte e Nordeste. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que incluiu Jader Barbalho com a mesma missão. Se topar, Renan dará mais uma ajuda importante a Lula, sem abrir mão de criticar possíveis descaminhos do futuro governo.

 

PAULO ACERTA AO APOIAR SETORES TURÍSTICO E SOCIAL

Proposto pelo governador Paulo Dantas, o reordenamento administrativo justifica a criação de uma secretaria para cuidar do turismo e outra para tratar do desenvolvimento social. O turismo é um dos setores econômicos mais poderoso do Estado, digno de mais projetos e novos investimentos. E o desenvolvimento social é o caminho para melhorar as condições de vida dos alagoanos. Os dois setores, vale lembrar, foram objetos de compromissos assumidos pelo governador ao longo da campanha eleitoral.

 

LIRA, O ORÇAMENTO SECRETO E O SUPREMO TRIBUNAL

Lula não vai peitar Artur Lira, bancando um candidato à presidência da Câmara, mas isso não assegura ao alagoano uma reeleição tranquila. Principalmente, se o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional o ‘orçamento secreto’. Sem esse instrumento, os deputados do Centrão abandonarão Lira e correrão para a base de sustentação do novo governo.

 

O PREÇO DA REELEIÇÃO É ALTO DEMAIS

O déficit orçamentário federal para 2023 deverá passar dos 400  bilhões de reais. A maior parte dessa fortuna foi usada pelo governo para facilitar a reeleição de Bolsonaro. Nada diferente do que fez Dilma Rousseff para garantir a reeleição, com uma diferença: a petista se reelegeu, mas teve o mandato cassado.

 

HORA DE ACABAR COM O INSTITUTO DA REELEIÇÃO

A propósito, como já adiantou que não pretende concorrer a um quarto mandato presidencial, Lula bem que poderia estimular o Congresso Nacional a acabar com o instituto da reeleição – para prefeito, governador e presidente. Afinal, está provado e comprovado que, na grande maioria dos casos, o segundo mandato dos gestores executivos é uma autêntica desgraceira.

 

PROTESTOS E MANIFESTAÇÕES PODEM, DESDE QUE...

Os apoiadores do presidente Bolsonaro podem se manifestar, realizar protestos, contestar o resultado das urnas, podem criticar Lula, a transição do atual para o próximo governo, podem externar o que pensam. Podem, sim, fazer tudo isso, desde que não violem o direito de ir-e-vir das pessoas nas rodovias e nos centros urbanos, apenas para chamar a atenção para seus atos.

 

RABO DE FOGUETE

Ministério da Defesa não detecta falhas e decepciona os que apostavam em fraudes no sistema eleitoral brasileiro.

 

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Os grandes vitoriosos e os que perderam as eleições em Alagoas

07/11/2022 19:05

A eleição de Paulo Dantas, com vitória consagradora agora no voto popular, consolida a formação do mais poderoso grupo político surgido em Alagoas nos últimos 40 anos. São duas forças em confronto lideradas pelo senador Renan Calheiros, do MDB, e pelo deputado federal Artur Lira, do PP. Derrotado, mesmo com o milionário fundo do União Brasil e recursos nebulosos do orçamento secreto, Rodrigo Cunha não se firma como liderança estadual. É um político de Arapiraca. O prefeito JHC não avançou nesse processo eleitoral, não transferiu votos e seu apoio não elegeu o irmão para federal, o senador Rodrigo Cunha para governador e Bolsonaro para presidente. E Collor, que nunca teve grupo, mas era uma força individual potente, tende a sair da cena política definitivamente: em fim de mandato, perdeu a eleição de governador e perdeu – em última jogada – a disputa presidencial apoiando Bolsonaro.

O maior derrotado, contudo, foi Artur Lira. Ainda que reeleito federal, perdeu o confronto direto travado com o senador Renan Calheiros. E perdeu de forma irreparável: na disputa pelo governo de Alagoas, apoiando, orientando e municiando Cunha, e no confronto presidencial como aliado de Bolsonaro. A vitória de Paulo Dantas e de Lula, em Alagoas, reduziu de modo significativo a estatura política de Lira. No plano federal, o triunfo histórico de Lula pode significar seu desembarque da presidência da Câmara com o prejuízo que isso lhe acarretará.

O grupo vitorioso desse processo eleitoral, sob a liderança de Renan Calheiros, tem à disposição o poder e os instrumentos para seguir com os avanços que estão transformando Alagoas. É um bloco imenso, forte, monolítico abrigando líderes como o senador Renan, o governador Paulo Dantas, o senador eleito Renan Filho, o presidente do Poder Legislativo Marcelo Victor, o novo vice-governador Ronaldo Lessa. A constelação se amplia com mais de 80 prefeitos, centenas de vereadores, mais de 20 deputados estaduais e vários federais. Uma galáxia inteira.

O poderio desse universo reunido – potencializada com o apoio do presidente Lula – será avaliado daqui a dois anos nas eleições municipais. Um pleito em que, obviamente, estará em jogo sobretudo o comando administrativo da capital e, sem dúvida, a definição de um roteiro para as eleições gerais de 2026. Eleições com renovação do mandato do senador Renan e com a previsível volta de Renan Filho à disputa pelo governo do Estado.

 

SUCESSÃO EM MACEIÓ JÁ PROVOCA ESPECULAÇÕES

Ele sequer foi diplomado, mas seu nome já domina especulações voltadas para a sucessão na Prefeitura de Maceió em 2024. O atual vice-governador e deputado estadual eleito, Zé Wanderley, seria o ‘homem certo’ para disputar, pelo MDB, o comando administrativo da capital, provavelmente enfrentando o prefeito JHC que, tudo faz crer, deverá lutar pela recondução ao cargo daqui a dois anos.

 

SIMONE: NÚMEROS MOSTRARAM QUE O SENADOR RENAN TINHA RAZÃO

O senador Renan Calheiros estava absolutamente certo: se a senadora Simone Tebet tivesse desistido da aventura presidencial, Lula teria vencido a parada já no 1º turno. É matemático: o petista teve 48,43% dos votos. Ora, se a Simone tivesse saído da disputa, seus 4,16%  de eleitores teriam se diluído e com certeza ao menos 2% acabariam indo para Lula. Claro, ela se projetou, aderiu a Lula e até deve integrar o futuro governo, mas o custo final da empreitada foi muito alto.

 

PAULO: VITÓRIA DIFÍCIL POR CAUSA DE FATORES EXTERNOS

Com uma retaguarda pra lá de poderosa – apoios de Renan Calheiros, Renan Filho, Ronaldo Lessa, Marcelo Victor, 24 deputados estaduais, 82 prefeitos, centenas de vereadores – Paulo Dantas venceu uma eleição dificílima. Não pelos adversários, que ele surrou no 1º turno, mas pelas ‘maquinações’ que teve de enfrentar no duelo final. Anote-se: sua reintegração ao cargo, após o afastamento pelo STJ, foi crucial para deter o avanço de Rodrigo Cunha na reta de chegada.

 

UM CAMINHO PARA LULA SE LIVRAR DO DEPUTADO ARTUR LIRA

Se quiser se livrar de Artur Lira e eleger o futuro presidente da Câmara dos Deputados, Lula só terá que organizar um bloco partidário excluindo o PP de Lira e o PL de Bolsonaro. Lembrando: a relação de Lira com o Planalto deu origem ao ‘orçamento secreto’, que foi uma das causas da derrota de Bolsonaro nas urnas.

 

CULPA DO NORDESTINO? E POR QUE LULA VENCEU NA CAPITAL PAULISTA?

Sem admitir as próprias fragilidades, erros de campanha, rejeição e outros elementos relevantes, alguns bolsonaristas culpam o eleitorado nordestino pela derrota para Lula. Esquecem, sejam só, que o petista perdeu no interior de São Paulo, mas venceu na capital, que é onde se localiza justamente a parcela dos eleitores paulistas mais preparados e onde o universo de nordestinos é muito inferior.

 

MORO PARECIA SUPLICAR POR UMA VAGA NO SUPREMO TRIBUNAL...

Senador eleito pelo Paraná, o ex-juiz Sérgio Moro não deveria ter feito papel de ‘linha auxiliar’ do presidente Bolsonaro, nos debates do 2º turno. Não, depois da desavença com troca de acusações que marcou seu desembarque do Ministério da Justiça. Ficou a impressão de que o ‘juiz da Lava-Jato’ se ofereceu tentando negociar seu apoio em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal...

 

RABO DE FOGUETE

Por que será que a PGR não pede o afastamento do bolsonariano Wilson Lima, do Amazonas, como faz com o alagoano Paulo Dantas?

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Paulo reeleito: vitória do povo alagoano com papel decisivo do senador Renan e do Supremo

31/10/2022 12:14

O governador Paulo Dantas (MDB) foi reeleito neste domingo (30), com 52,33% dos votos contra 47,67% do senador Rodrigo Cunha (UB) – vantagem de mais de 74 mil votos. Paulo renova o mandato após uma disputa dramática durante a qual foi afastado do cargo pelo STJ, mas reintegrado por decisão superior do Supremo Tribunal.

A vitória de Paulo Dantas mantém no comando do Estado a frente partidária liderada pelo MDB e seus principais líderes – o senador Renan Calheiros, o senador eleito Renan Filho, o deputado Marcelo Victor (presidente da Assembleia Legislativa) e o futuro vice-governador, Ronaldo Lessa, atual vice-prefeito de Maceió e presidente regional do PDT.

Não funcionou, contra Paulo Dantas, o jogo rasteiro das acusações improcedentes e das denúncias vazias. Também não vingou a interferência do Superior Tribunal de Justiça agindo em cooperação com a Polícia Federal em Alagoas. O povo alagoano preservou sua autonomia, sua independência política, e garantiu a vitória daquele que no 1º turno já havia sapecado uma vantagem de mais de 300 mil votos sobre o derrotado Rodrigo Cunha.

Ponto para o Supremo Tribunal Federal, onde cinco ministros, em decisão unânime, reintegraram Paulo Dantas ao cargo de governador, desfazendo a descabida e absurda decisão de uma ministra do STJ. Ponto para o senador Renan Calheiros, que ensinou, mais uma vez, como enfrentar e derrotar – com inteligência e competência – adversários oportunistas e insidiosos.

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Última pesquisa do Ibrape divulgada neste sábado: Paulo Dantas tem 53% e Cunha 47%

29/10/2022 13:31

 

 

A menos de 20 horas do início da eleição deste domingo, pesquisa quentinha do Ibrape ( última deste 2º turno) mostra o governador Paulo Dantas (MDB) à frente do candidato Rodrigo Cunha (UB) com 47% das intenções de voto contra 41% - vantagem de 6 pontos percentuais - na sondagem estimulada (quando o entrevistado fica diante dos nomes para fazer sua escolha).

Essa diferença de 6 pontos representaria, em um universo de 1 milhão e 500 mil votos válidos (o mesmo registrado no 1º turno para governador em Alagoas) cerca de 90 mil votos a favor de Paulo Dantas.

A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 28, portanto, captando o posicionamento dos eleitores após o último debate entre Paulo e Rodrigo, na TV Gazeta. Os indecisos somam 7% e os nulos e brancos, 5%.

Considerando apenas os votos válidos, Paulo tem 53% e Cunha com 47%, aí excluindo-se os brancos e nulos, exatamente como faz a Justiça Eleitoral na apuração oficial.

A pesquisa do Ibrape ouviu 1.992 eleitores, com intervalo de confiança estimado de 95% e margem de erro máxima de 2,2%, para mais ou para menos.

O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02573/2022.

A pesquisa também apontou que, para presidência do Brasil, Lula (PT) tem 58% de intenções de votos dos alagoanos e o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, tem 38%. Indecisos somam 2% e brancos e nulos, também 2%.

Nos votos válidos, os números sobem para 60% e 40%, respectivamente. 

 

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Primeira Edição © 2011