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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Reflexos da Copa sobre a sucessão presidencial

23/07/2014 11:54

O governo investiu tudo na Copa do Mundo, desde a batalha de Lula para trazer o Mundial até a conversão de Dilma em apaixonada torcedora futebolística, mas sabia que estava fazendo um investimento lotérico, uma aposta de risco.

A aposta fazia sentido do ponto de visto político, mas era aposta: a Copa coincidiu com o início da campanha eleitoral e o governo achava que, com a conquista do Hexa, seria possível prolongar o clima de comemoração, de eterno carnaval, até a decisão das urnas em cinco de outubro.

A cada vitória brasileira, Dilma surgia sorridente celebrando o grande feito. Não sabia que os primeiros jogos são os mais fáceis e a seleção nacional podia até perder, dependendo de uma combinação de resultados.

Quem entende de futebol sabia que não ia dar. Copa das Confederações é uma coisa, Copa do Mundo é outra. O governo, isto é, a cúpula governista, não conhecia o potencial das demais seleções e apostou na história, na tradição: impossível o Brasil perder duas Copas dentro de casa.

Perdeu, e a previsão feita neste espaço (O que vai acontecer depois da Copa?) se confirmou. O fracasso nacional fez Dilma cair nas pesquisas, a ponto de uma simulação do Datafolha demonstrar que, se o pleito fosse decidido agora, ela iria para o segundo turno, tecnicamente empatada com Aécio Neves.

Um baque, mas um baque previsível. A derrota da seleção, acachapante, humilhante, piorou o humor de uma nação já engasgada com o custo de vida em ritmo irrefreável. 

Faltou assessoria corajosa para dizer a Dilma: presidente, não se exponha porque, se o Brasil perder, muita gente vai direcionar a insatisfação para o governo e o fracasso nos estádios irá se refletir sobre sua performance eleitoral. E foi o que sucedeu.

A tentativa de faturar a ‘organização da Copa’ não rendeu nada. E não poderia porque o torneio custou R$ 30 bilhões extraídos de impostos pagos pela população. O torcedor não queria saber de festa, queria ver gols e a conquista do Mundial. O próprio Lula admitiu: “Torcedor não quer saber de metrô, ele vai ao campo a pé, de bicicleta, de jumento”. Verdade, e não para ver os estádios. A torcida queria ver gol brasileiro, vitória do Brasil.

Resta saber se o estrago do malogro futebolístico terá efeito prolongado sobre os rumos do processo sucessório presidencial. Veja a seguir um resumo (pinçado do Correio Braziliense) da nova pesquisa Datafolha sobre a corrida ao Palácio do Planalto:

“De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quinta-feira (17/7), a presidente Dilma Rousseff (PT) tem 36% da preferência do eleitorado nas eleições presidenciais. O tucano Aécio Neves aparece em segundo lugar, com 20%, e Eduardo Campos (PSB) tem 8%.

A pesquisa fez ainda simulações em um eventual segundo turno. Num embate entre Dilma e Aécio, a petista teria 44% da intenção de votos, contra 40% do candidato mineiro, o que configura empate técnico, uma vez que a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Na simulação Dilma x Eduardo Campos, a presidente alcançaria 45%, contra 38% do candidato do PSB”.

Este foi o primeiro levantamento realizado após o início da campanha eleitoral, que começou em 6 de julho. A pesquisa ouviu 5.377 eleitores em 223 municípios entre os dias 15 e 16 de julho.

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A velha canalhice

21/07/2014 09:28

O brasileiro habituou-se a cretinice recorrente, mas, nem por isso, demitir técnico, para livrar a cara da diretoria dos clubes, deixa de ser uma canalhice. E enganava-se quem supunha que a prática se adstringia a cartolas de clubes. Porque é assim: sempre que um time começa a jogar mal, a ponto do torcedor reagir, a diretoria guilhotina o treinador e entrega à torcida a cabeça decepada. Como se o técnico, e só ele, fosse culpado pelos fracassos.

Cá embaixo é assim, mas lá no alto não é diferente. A Copa nem havia terminado e o cartolão da CBF já indicava que ia demitir Felipão. Claro que pelo retumbante fracasso da seleção, antes de ouro, hoje de lata. Tudo bem. O Scolari foi mal porque não soube escolher os melhores para formar a seleção. E quem escolheu o Felipão? O presidente da CBF, portanto, o grande, o maior dos responsáveis envolvidos nesse fiasco monumental.

De bobo, porém, o torcedor brasileiro não tem nada. Acreditou, claro, porque torcia, porque queria ver o Brasil conquistando o Hexa em casa. Era um desejo, um sonho, mas um sonho de soneca, sem consistência, sem convicção. O torcedor não é bobo e prova isso deixando de ir aos estádios nos jogos do Campeonato Brasileiro, a maior competição do futebol nacional. E os que vão, logo vão reagir dando em cima dos cartolas porque ninguém suporta mais ver técnico – mal escolhido ou não – ser guilhotinado para salvar a pele de dirigentes incompetentes.

José Maria Marín, presidente da CBF, deu uma de vivaldino transformando, rapidinho, o Felipão em réu condenado sem julgamento. Mas todo brasileiro sabe que ele, o Marin, é o grande responsável atual pela bagunça reinante no futebol brasileiro.

 

ENTÃO, É ASSIM?

Se é verdade que não houve atraso de voos durante a Copa do Mundo, cabe, sim, a pergunta: “Quer dizer que as empresas aéreas brasileiras só causam atrasos para os passageiros nacionais?”.

 

COMO FUNCIONOU

Dilma diz que a organização da Copa ‘derrotou os pessimistas’. Errado. Quem derrotou a bagunça, a que Ronald se referiu, foi o pontapé no traseiro que Jérôme Valcke aplicou no governo.

 

O BRASIL INVERTEU AS BOLAS

O fato, inconteste, é que o resultado da Copa foi trágico para os brasileiros. Ninguém prepara um Mundial para perdê-lo em casa. O Brasil fez isso em 50 e, agora, reeditou o feito. País nenhum organiza Copa para massagear estrangeiros. País-sede protagoniza, e sua meta não é show, é a conquista do título. O Brasil inverteu as bolas: ensaiou show e perdeu a taça.

 

MAIS RIGOR

A Lei da Ficha limpa deveria ser mais rigorosa com prazos. Por exemplo, condenado por colegiado de juízes deveria ficar fora das eleições, independente da época do registro da candidatura.

 

A BOA OVERDOSE

O Campeonato Brasileiro vai levar um bom tempo para reanimar o torcedor. A Copa foi uma overdose de jogos, mas de bons jogos. No Brasileirão, jogos bons continuam a ser raridades.

 

DUPLO ANIVERSÁRIO COMEMORADO NA 4ª FEIRA

Em um mesmo dia, duas grandes comemorações: na quarta-feira (16) o juiz Sóstenes Andrade comemorou idade nova e trocou abraços com a irmã, a vereadora Simone Andrade (PTB), que também aniversariou naquela data. São duas grandes referências: Sóstenes, magistrado, consagrado operador do Direito; Simone, vereadora, exemplo de competência, trabalho e muito dinamismo na Câmara Municipal de Maceió.

 

GRANDE PERDA

A repentina morte de Benildo Martins, jornalista e assessor da Assembleia Legislativa, é uma perda lamentável. Profissional zeloso, amigo leal, Benildo Martins vai fazer falta, muita falta.

 

MAIS RECEITA

A dívida pública de Alagoas preocupa, claro, mas o próximo governo tem que pensar, não só em renegociá-la, mas também em alavancar a economia para aumentar a receita fiscal. É a saída.

 

CAMPOS MIRA DILMA E ENFURECE LULA

Última estocada do Eduardo Campos na Dilma doeu, e como. “Dilma é a 1ª presidente a entregar o país pior do que recebeu”, disse o presidenciável do PSB. Mais possesso do que Dilma, está Lula que, à época, reconhecendo a competência de Campos, o convidou para integrar seu ministério. Fazer o quê, agora?

 

LIÇÃO QUE FICA

O grande, o maior erro de Felipão e de todos que pensavam como ele, foi disputar uma Copa do Mundo tendo como base o desempenho do Brasil na pífia Copa das Confederações.

 

EFEITO MUNDIAL

A nova pesquisa Datafolha revela empate técnico entre Dilma e Aécio no 2º turno. A presidente caiu exatamente após o desastre da seleção no Mundial. A questão é: o efeito do revés acabou?

 

TRUNFO NO CONGRESSO NACIONAL

Se conseguir viabilizar a PEC que amplia o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o senador Renan atrairá apoio maciço dos prefeitos alagoanos à candidatura do deputado Renan Filho ao governo. Da grande maioria, diga-se, já que o drama financeiro atinge precisamente os pequenos municípios. O Planalto não quer destinar mais dinheiro para as Prefeituras, mas a influência de Renan junto a Dilma pode quebrar as arestas.

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O Brasil se rendeu à Fifa como fazia com o FMI

16/07/2014 11:24

São instituições distintas, mas agem da mesma forma. Fifa e FMI têm o mesmo modus operandi. No passado, sempre que o Brasil ameaçava aplicar calote nos credores internacionais, o Fundo Monetário chegava com empréstimos e resolvia a parada. A que custo? A soberania nacional (ou do governo) se anulava. O Fundo se impunha: “Está aqui o dinheiro, mas o Brasil terá de fazer isso e não fazer aquilo”. Era ‘pegar ou largar’. O governo pegava.

Com a Fifa sucedeu o mesmo. “Trazemos a Copa, mas vocês terão de cumprir, à risca, tudo que a gente exigir”. Por que lá fora ninguém estrila? Ora, na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Itália, Holanda, Bélgica a estrutura para a realização de uma Copa já existe. Melhor, preexiste. Aqui, não, tudo teve de ser feito. O país não tinha – nas cidades escolhidas para sediar jogos – aeroportos, estádios, linhas de metrô, mobilidade urbana, não com o decantado ‘padrão Fifa de qualidade. Obras – todas elas – de grande porte e de altíssimo custo financeiro.

A Fifa é isso – vem, pega o dela e lava as mãos. A Copa é assim. A Federação exige estrutura e depois ocupa os espaços e vende seu peixe. Tudo que se arrecada em razão do Mundial vai para a conta da mentora. É verdade que os estádios novos (as Arenas) ficam aí como legado da Copa. Tudo bem, mas vários vão virar monumentos ociosos, vazios de público. A Copa é a Copa, já o futebol brasileiro, o doméstico, anda em baixa, sem público. Estádios vazios até com Flamengo e Corinthians jogando. A tudo isso se soma o fato de que, praticamente, só a elite assistiu aos jogos nos estádios. E os estados onde não houve jogos, ganharam o quê. Pagaram, contribuíram, mas não ficaram com nada.

Para sediar o Mundial, o Brasil deveria ter feito antes sua parte. Cuidado da infraestrutura, preparado as cidades-sedes. Não fez. Então, por um capricho de Lula – que apostava na conquista do Hexa, na reeleição de Dilma e na sua volta ao poder em 2018 – o governo esqueceu a saúde, a segurança, a educação, as estradas, o saneamento, o combate à miséria social – e digeriu o draconiano caderno de encargos da Federação Internacional.

A Copa valeu, sempre vale, por isso lá fora os países disputam o direito de sediá-la. O Brasil é que não estava pronto. Quanto foi desviado das obras? Ninguém dá a mínima porque, aqui, corrupção, desvio de dinheiro público, é coisa corriqueira. E depois do Mundial? O Brasil acorda, recobra a consciência e se dá conta de que os problemas continuam: falta saúde, segurança, educação, estradas, habitação, emprego, inclusão social. O que não falta é preço alto, inflação corroendo o bolso dos torcedores.

Do ponto de vista do esporte, do lazer, da recreação, do ambiente alegre e festivo, aí sim, a Copa do Mundo valeu, apesar do custo. Apesar do custo, porque essa festa de 30 dias (que chegou a empanar os folguedos juninos) custou 30 bilhões de dólares.

Um abismo de gastos, aprofundado pelo baque da derrota humilhante diante de uma Alemanha – naquela fatídica semifinal com a seleção brasileira – implacável e soberana.

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De volta à realidade

14/07/2014 09:38

O Brasil ressurge das cinzas – cinzas da emoção nacional calcinada na fogueira dilacerante do Mineirão. Acorda para a realidade que é mais forte e prevalente do que uma conquista esportiva, ainda que, no caso, fruto da magia futebolística.

A Copa, com os estádios coloridos, as multidões silentes ao toque de cada hino pátrio, gerou o que era previsível – uma quase paralisia nacional. O governo parou, o Congresso Nacional parou, o Poder Judiciário parou, as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais pararam. Feriados foram decretados, os bancos reduziram seus expedientes, o comércio amargou perdas.

Não poderia ser diferente, uma Copa tendo como sede o país do futebol, cuja seleção, apesar do histórico vexame, continua ostentando um título inédito – e de pentacampeã mundial. A Copa envolve, excita, desvia as atenções. Hoje, de volta ao dia-a-dia, o brasileiro começa a cair na real. A alta do custo de vida está aí. A sobrevivência mais difícil, as tarifas públicas ainda contidas, por causa das eleições, mas com reajustes explosivos previstos para até o final do ano. E o PIB cada vez mais lá embaixo.

O uso político da Copa, sinalizado por autoridades do governo, seria o preço mínimo a pagar, dado seu caráter subjetivo. Impagável foi ter que organizar uma competição de tal dimensão – ao preço de muito dinheiro e vidas humanas – para no final a nação concluir, ofendida e humilhada, que o Brasil não tinha uma seleção à altura do torneio e mesmo de suas próprias tradições.

Assim, resta agora tentar fazer do limão acérrimo uma palatável limonada. Que o impiedoso revés do esmaecido escrete Canarinho contribua de algum modo para acordar a nação e devolvê-la à realidade crucial do dia-a-dia cheio de ingentes desafios.

 

COPA TRANQUILA

A Copa do Mundo dura 30 dias, mas seu ‘estrago’, em termos de bebedeiras e acidentes, nem chega perto do carnaval, que dura apenas três dias, mas consegue virar o país de cabeça pra baixo.

 

CONVERSA FIADA

“O governo quer modernizar, e não comandar o futebol”, afirma Dilma. Conversa. A seleção ganhou cinco Copas sem ingerência do governo. Este ano, ganhou fora, mas perdeu dentro de campo.

 

O BRASIL NÃO TINHA UMA SELEÇÃO

Foi isso. O Brasil tinha um grupo de jogadores, de nível técnico apenas razoável, mas sem conjunto, sem estratégia de jogo. Não era uma seleção, no sentido lato a palavra. Não sabia sequer se posicionar no gramado. A conquista do Hexa teria sido, sim, uma tremenda injustiça. E a derrota para a Holanda provou que não houve apagão com a Alemanha. O time é que era ruim, mesmo. O fim de papo.

 

EFEITO POSITIVO

Ajoelhada do colombiano Zúñiga tirou Neymar da Copa, é verdade, mas também o poupou de passar pelo histórico vexame diante de uma Alemanha arrasadora, terrivelmente arrasadora.

 

ATUAÇÃO LIMITADA

Neymar jogou cinco partidas e só fez gol em duas. Lesionado, seria campeão mundial, se o Brasil conquistasse o hexa. Mais: seus fãs podem dizer que o Brasil perdeu devido a sua ausência.

 

DOIS TUCANOS E UMA VAGA NO TRIBUNAL

O deputado estadual Gilvan Barros seria facilmente reeleito. Logo, ao aceitar ser vice de Eduardo Tavares, o fez em forma de ‘investimento’. O mais provável, como se tem cogitado nos bastidores, é que seja indicado para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, um dos ‘empregos’ mais ambicionados do Estado. Além disso, terá o filho homônomo disputando, com grande chance de vitória, sua cadeira no Legislativo Estadual.

 

ESPÓLIO NO AGRESTE

Com razão de sobra, o PT vai querer que a Frente de Oposição contemple o deputado federal Paulão com parte dos votos que seriam destinados a Luciano Barbosa, candidato a vice de Renan.

 

GASTO COMPENSÁVEL

Candidato a deputado estadual pode gastar até R$ 5 milhões para se eleger. Em compensação, ao longo do mandato de quatro anos, terá uma receita muito próxima dos R$ 10 milhões. Compensa.

 

E O NOVO DETRAN, QUANDO COMEÇA A FUNCIONAR?

O governo já estourou duas vezes a data de inauguração do novo complexo do Detran. A sede da autarquia vai ser transferida do Pontal da Barra para o Tabuleiro do Martins. Lá tem de tudo – espaço de treinamento, agência bancária, autoescola, circuito para exames de habilitação – só não tem prazo para começar a funcionar. E o governo termina daqui a cinco meses e meio.

 

TAMPO NA TV 1

A presidente Dilma terá não o dobro, mais quase o triplo do tempo de rádio e TV reservado ao senador Aécio Neves, segundo colocado nas pesquisas. É, sim, uma vantagem grande, enorme.

 

TEMPO NA TV 2

Mas não é tudo porque, se a sucessão presidencial for para o segundo turno o tempo de rádio e TV será igual para os finalistas. Ou seja, a vantagem inicial desaparece. Será um duelo de iguais.

 

JUSTIÇA CONDENA, MAS A JUSTIÇA ‘ABSOLVE’

Veja o que são as leis brasileiras. José Roberto Arruda, que chefiou um mensalão no governo do Distrito Federal, teve sentença condenatória confirmada em um tribunal, mas pode continuar como candidato a governador do DF. Só porque, conforme jurisprudência, a condenação veio ‘depois’ do registro de sua candidatura. Ou seja, a Justiça condena, mas absolve...

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A única saída para controlar a violência em Alagoas

11/07/2014 07:58

O próximo governador terá seis meses, no máximo um ano, para mostrar resultados convincentes de contenção da violência. Quem vencer sabe que ficará de mal ante a opinião pública se em prazo razoável não cumprir a promessa maior feita durante a campanha, de combate eficaz à criminalidade. Entendendo-se por isso, números mostrando a queda na incidência de crimes contra o patrimônio (furtos, assaltos, invasões de residências) e na taxa de homicídios. Nesse sentido, o eleitor ficará atento e cobrará.

A questão, pois, é saber como, valendo-se das mesmas condições disponíveis no atual governo, o próximo chefe do Executivo enfrentará a violência com efeitos rápidos e objetivos. Como reduzir os assaltos e impedir que se mate tanto. Há muito o que fazer, mas nenhum eleito atingirá meta plausível se não puser em prática, o mais rápido possível, as medidas a seguir enumeradas:

- Reunir todos os poderes, além do Ministério Público e Defesa Social, e pactuar ações sincronizadas para frear a reincidência criminal e sustar o rito ‘a polícia prende e a justiça solta’;

- Ampliar, com urgência, o sistema prisional para evitar que criminosos, com penas a cumprir, sejam postos em liberdade sob a invocação de que não há espaço físico nos presídios;

- Montar uma barreira nas linhas de fronteira para deter o ingresso de drogas no Estado e armar um cerco aos traficantes que já agem, principalmente, dentro dos limites da capital;

- Desfechar uma campanha sistemática de desarmamento, premiando cada policial que atingir metas de apreensão de armas;

- Pactuar com o Ministério da Justiça o envio de criminosos de alta periculosidade para presídios federais de segurança máxima;

- Combater o clima de impunidade e incutir, na sociedade e, sobretudo, nos criminosos profissionais a certeza de que, a partir de então, quem errar vai pagar segundo os rigores da lei.

- Ampliar o efetivo da PM e colocar polícia nas ruas e nas delegacias, acabando com a sensação de que aqui não existe Força Pública nem Polícia Judiciária para prender criminosos.

Outras medidas, secundárias, podem até ser retardadas, mês estas, essenciais, se imporão perante nova ordem na segurança pública.

 

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Primeira Edição © 2011