seta

735 postagens no blog

Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

O que vai acontecer depois da Copa

15/05/2014 14:22

O desempenho do Brasil na Copa do Mundo – a glória ou a vergonha – mexerá com o espírito da nação e exercerá influência decisiva sobre o projeto de reeleição da presidente Dilma.

A vitória brasileira, mais do que qualquer outra já conquistada ao longo da história, produzirá um barulho eufórico ensurdecedor, capaz de empanar todas as manifestações contrárias ao Mundial.

A derrota esfriará os ânimos dos que torceram para que tudo desse certo, e ampliará a fúria dos céticos e descontentes, dos irresignados e críticos – após a queda, cobertos de razão.

A conquista do sexto título mundial fará muita gente esquecer a violência, a falência da educação, a ruína da saúde pública e até a inflação, que mexe o tempo todo com o bolso do incauto torcedor.

O fracasso exacerbará o sentimento de revolta contra um evento que custou uma montanha de dinheiro, grande parte desviada pela corrupção embutida nos projetos das obras faraônicas.

O Hexa terá, com certeza, o poder de levar boa parte do povo às ruas numa comemoração típica de carnaval fora de época, com muitos confundindo futebol com a própria redenção nacional.

O revés, no Maracanã restaurado e majestoso, evocará a tragédia de 50, provocará convulsões e desmaios e fará emergir, das almas mais débeis, o velho ‘Complexo de Vira Lata’, de que falava Nelson Rodrigues ao discorrer sobre a magia do futebol.

A glória futebolística projetará, em todos os espaços da mídia, a fisionomia risonha da presidente sentindo-se avalista do grande feito, tão épico quanto à chegada do homem à Lua...

A derrocada, em sentido inverso, fomentará ódio e indignação, e transporá, dos estádios para o Planalto, o inconformismo dos que, tristes e humilhados, buscarão um culpado pela perda irreparável.

A euforia vitoriosa fará cada empolgado lembrar que valeu a pena gastar a rodo com projetos executados a toque de caixa e a admitir que o dinheiro esbanjado não fará falta às estradas destroçadas, às escolas arruinadas, aos hospitais e postos de saúde abandonados.

A fúria negativa dimensionará o peso de cada milhão desviado e acenderá, na memória de cada um, o fogo da desgraça social esquecida enquanto a nação, tomada pelo torpor do esporte inebriante, tudo apostava na supremacia da honra nacional.

O sabor do triunfo, acentuado pela gula voraz e incontida, absorverá os derradeiros e tênues resquícios do mensalão de Dirceu e Genoíno, e transformará a indigesta aquisição da refinaria texana em suntuoso banquete de iguarias oníricas.

O amargo do infortúnio, contudo, exumará da memória pátria a taxação dos milhões de pobres inativos, o calote dos precatórios, o confisco do Imposto de Renda e o rombo monumental do Caso Pasadena que, ampliado por outros descalabros, concorre para implodir a maior das empresas nacionais.

Se o Brasil ganhar, o intimorato Scolari se julgará o deus dos estádios, os atletas se fantasiarão de heróis extraplanetários, e a pequena Dilma, transmudada em monumento qual estátua ciclópica de Itu, lembrará que o título inexcedível foi fruto de sua obstinada tenacidade, ao passo que o companheiro Lula se proclamará autor do memorável feito e lembrará que a legislação admite a troca de candidato até 20 dias antes da eleição...

Se perder, se sucumbir em pleno templo marcado pelo temporal de lágrimas de 64 anos atrás, a decadente estrela do Planalto invocará que o Mundial não passou de trágico equívoco, extemporâneo, cegamente defendido pela sandice de um ex-presidente tomado pela obsessão de inscrever seu nome, também, na indelével história das Copas Mundiais.

 

 

 

seta

Estratégia perigosa

12/05/2014 06:18

Estratégia perigosa

O comando político da presidente Dilma fez tudo que podia para barrar a CPI da Petrobras, mas não conseguiu. Tentou, depois, impedir a criação de uma CPI exclusiva, também não deu. Por último, torce para que, uma vez instalada, a Comissão Parlamentar de Inquérito seja absorvida pela repercussão da Copa do Mundo. É uma jogada, no mínimo, arriscada.

Risco alto por dois motivos: 1 – não se sabe a real gravidade das denúncias envolvendo a Petrobras; 2 – se no trajeto da CPI não espocar um traque, mas uma bomba de vários megatons, o reflexo político ocorrerá após o Mundial e, portanto, em plena reta final do processo eleitoral – sem tempo para reverter mais nada.

A cúpula nacional do PT e o próprio governo estão tratando desse tumor por etapas, quando a boa terapia recomenda extirpação imediata e radical. CPI contra é como notícia ruim: deve ser divulgada logo e de uma vez. Retardar não resolve nada.

O risco político do PT, com reflexo sobre o projeto de reeleição de Dilma, pode se potencializar, ainda mais, não apenas em razão dos esqueletos que a CPI poderá desenterrar, mas também por uma eventual e trágica derrota brasileira na Copa do Mundo.

Postergar a instalação e os trabalhos da CPI equivale a guardar uma bomba-relógio com detonador acionado, sem saber qual o seu potencial destruidor. O conteúdo do que já se conheceu até agora é sério, mas parece ser apenas a ponta do iceberg. Tanto que o governo teme encará-lo e teme mais ainda ver o seu desdobramento com as investigações da CPI. Uma coisa é certa: quanto mais perto da eleição, maior será o impacto.

 

VEZ DE JUDSON

Indicado Renan Filho ao governo (com Collor para senador), o PMDB tem 50 dias para definir o candidato a vice-governador. Judson Cabral, do PT, é um dos nomes muito bem avaliado.

 

ABUSO DE PODER

Dilma falou exatos 12 minutos, em rede nacional de TV, na véspera do 1º de maio. Fez propaganda antecipada que vale por um Guia Eleitoral inteiro. E não vai dar absolutamente em nada.

 

SEM ALMEIDA, PRTB É APENAS UM NANICO

Se conhecesse a política de Alagoas, Levi Fidélix defenderia o PRTB sem associá-lo a Cícero Almeida, campeão de votos. Afinal, Almeida se elegeu vereador, deputado e prefeito pelo PDT, PTB e PP. O PRTB, aqui, só deu sinal de vida em 2014, com a carona que elegeu Collor senador. Eleito, entretanto, Collor rapidinho tratou de migrar para o PTB.

 

OLHO NO DEBATE

Para Teotonio Vilela, o debate durante a campanha eleitoral é que vai mostrar, com clareza, qual dos candidatos estará mais preparado para governar o Estado a partir de janeiro.

 

NEGATIVA DE LULA

Em entrevista em Portugal, Lula esqueceu da Internet. Na mesma hora, o Brasil já sabia de sua declaração dizendo que Zé Dirceu e Zé Genoino, do mensalão, não eram gente de sua confiança.

 

CAMPOS FICA SEM PALANQUE EM ALAGOAS

Habitualmente efusivo e sorridente, o presidenciável Eduardo Campos franziu o cenho ao saber que, em Alagoas, o seu PSB vai se coligar com o PP integrante da base aliada da presidente Dilma. Campos já apostava todas as fichas na candidatura de Alexandre Toledo ao governo alagoano. Egresso do PSB, Toledo resolveu em cima da hora concorrer ao Senado.

 

BOM PARA COLLOR 1

Cresce o número de aspirantes ao Senado: Heloísa Helena, Thomaz Nonô, Alexandre Toledo. E cresce, na mesma proporção, a confiança de Fernando Collor em seu projeto de reeleição.

 

BOM PARA COLLOR 2

De todos os pré-candidatos ao Senado, Collor é o único com ‘eleitorado cativo’, principalmente no interior. Portanto, apenas ele se beneficia com o fracionamento dos eleitores.

 

IRMÃO DE TENÓRIO PODERÁ ASSUMIR SENADO

Do mesmo modo que o irmão, industrial João Tenório (que assumiu vaga no Senado sucedendo Téo Vilela eleito governador), o usineiro Givago Tenório desembarcará no Senado, em janeiro, se Benedito de Lira ganhar a corrida ao governo do Estado. Como João, Jivago é filiado ao PSDB e 1º suplente do senador Biu de Lira.

 

OLHA O CIÇO AÍ

O peso eleitoral de Cícero Almeida é indiscutível. Será um campeão de votos para deputado federal. Por isso Renan, pai, fará de tudo para tê-lo ao lado de Renan, filho, PRTB à parte.

 

OUTRO CÍCERO

O peemedebista Cícero Cavalcante, ex-prefeito de São Luiz do Quitunde, disputará uma vaga na Assembleia. Com essa definição, sua filha Flávia Cavalcante desiste da reeleição.

 

PIMENTA NO SUCO DOS OUTROS É AÇÚCAR

O PSDB cobra a CPI da Petrobras, em Brasília, mas não apoia nenhuma na Assembleia Legislativa de São Paulo. Aqui, os petistas querem criar CPI para investigar uma empresa contratada pelo governo estadual, mas seus correligionários do Congresso Nacional excomungam qualquer proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito. Fácil entender?

seta

Collor - dois erros fatais e o golpe que o tirou do poder

08/05/2014 07:25

Por mais que os adversários estrilem e critiquem o Ministério Público Federal (MPF) por não ter reunido provas para justificar a denúncia levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o fato é que Fernando Collor, ontem presidente e hoje senador, foi vítima de um golpe aplicado pelo Congresso Nacional.

Nem o esquema PC Farias (o tesoureiro da campanha presidencial que arrecadava dinheiro – depois da eleição de Collor – usando o nome do presidente, nem as denúncias de suborno (o caso da Elba, por exemplo) justificavam o impeachment do então presidente Fernando Collor.

Como presidente, Collor se envolveu tanto quanto José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff – todos acusados de esquemas, de decisões contrárias ao interesse nacional e até de maquinações sinistras, como o inapagável mensalão usado para comprar congressistas.

O pecado de Collor não foi ter escalado Paulo César Cavalcanti Farias para cuidar dos fundos de sua campanha, nem ter se cercado do grupo de amigos que, atuando dentro do governo, acabou por inspirar a mídia preconceituosa a criar a denominação ‘República de Alagoas’.

Collor errou – e a história já demonstrou isso de forma insofismável – pelo seu estilo autocrático, pela recusa ostensiva a se relacionar com o Congresso Nacional, a exemplo de Jânio Quadros, o presidente que acabou renunciando e passando o poder a João Goulart, o que desencadearia o movimento militar de 1961.

Collor era Collor e, consagrado na primeira eleição presidencial direta, ponto culminante do penoso processo de redemocratização do país, não aceitou dialogar (no sentido político do verbo) com deputados e senadores – os personagens responsáveis pelo julgamento político que o destituiu da presidência da República.

Collor ousou e mexeu com os brios de uma elite política cujos mentores, cada um deles, se achavam no direito, apoiados pelo povo, de assumir o poder central depois de 20 anos de regime discricionário. Figura emergente de um estado minúsculo, que governou por apenas dois anos (sem brilho, sem obras, sem nada marcante), Collor tocou fogo na campanha eleitoral, impôs a tese da renovação e deixou para trás ícones gloriosos da vida pública nacional como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola, o emergente Luiz Inácio Lula da Silva e figuras menos votadas como o líder empresarial Guilherme Afif Domingues. Vitória inconteste do político alagoano, de um desconhecido governador nordestino, o mundo político então desabaria sobre o ex-prefeito de Maceió...

Mas Collor cometeu um segundo erro – o erro fatal. Para debelar a inflação, que herdara nas alturas (84% apenas em março de 1990, mês em que foi empossado na presidência), o sucessor de José Sarney anunciou ao país um plano econômico cujo suporte era nada mais nada menos do que o confisco da poupança popular.

Não um confisco pontual, atingindo aplicações do mercado financeiro. O Plano Collor, concebido pela ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, congelou todos os ativos financeiros, incluindo não somente o dinheiro da poupança, o que já seria algo absurdo, mas também o que estava depositado na conta-corrente dos bancos. Foi o trágico ato que colocou o povo contra o presidente e não conseguiu o objetivo colimado, que era o controle inflacionário.

O que derrubou Collor não foi a corrupção, mas o estilo pessoal que expelia arrogância e insinuava superioridade, agravado pelo sinistro plano econômico que fez cada brasileiro amanhecer aquele nebuloso 16 de março de 1990 com míseros 50 cruzados novos em suas contas bancárias.

 

seta

A agonia do PT

05/05/2014 12:40

Prestes a completar 12 anos no poder central, o PT poderia estar vivendo o melhor momento de sua existência. Não está. As ruas – mostram as pesquisas – querem mudanças e muitos já acreditam piamente que elas não virão, nem com Dilma, nem com Lula.

O problema do PT é a saturação. O partido chegou ao poder com muita sede, fez de tudo que costumava criticar – nos outros – e se perdeu na condução do processo mais difícil para qualquer governo: a economia. E isso mexe com o interesse popular.

O eleitor nunca esteve tão desconfiado. Mesmo os que, sem ligações com o poder, aprovam Dilma, mesmo esses sabem que o governo esconde o jogo quando empurra ‘para depois das eleições’ os reajustes dos combustíveis e da energia elétrica.

E sucede que a desconfiança popular contagia Por força das pesquisas, líderes partidários que, ainda ontem, apoiavam a reeleição de Dilma de forma incondicional, hoje avaliam se esse é o caminho mais certo. O povo sofre de acomodação, mas já não esconde a ânsia de ver o Brasil tomar novo rumo. Com quem?

Essa é a grande questão. Dilma já fez sua parte e, pelo conteúdo das sondagens, não agradou. O povo esperava mais. A inflação está de volta, devorando os salários, e ninguém aguenta mais ouvir falar em ‘bolsas’ e em cotas’. Daí a tendência de avanço de Aécio Neves e Eduardo Campos Daí a rebelião na base dos partidos aliados, que já não confiam no taco rachado da petista.

Olho no Lula, a essa altura. Ele nega, mas pode voltar tirando Dilma da parada. O PT tem pavor a duas coisas: ficar sem o poder e ver seus esqueletos desenterrados por adversários, no poder.

 

NONÔ PARA SENADO

O vice-governador José Thomaz Nonô, líder estadual do DEM, vai entrar na disputa para o Senado. Entra com a experiência de quem concorreu seis vezes a deputado federal – e levou todas.

 

SONHO FRUSTRADO

O sonho de Nonô era concorrer ao governo alagoano, ele próprio na chefia do Executivo estadual, mas seu desejo foi inviabilizado pela decisão de Téo Vilela de ficar no cargo até o último dia.

 

FONTAN AVALIA SE DEVE SAIR CANDIDATO

Ex-presidente da Câmara de Maceió, Arnaldo Fontan ainda não decidiu se concorrerá às eleições deste ano. Por causa do voto proporcional – regra absurda da legislação vigente – Fontan foi um dos mais bem votados candidatos a vereador, em 2012, mas não se elegeu. O voto de legenda acabou favorecendo postulantes menos votados. Fontan pode sair candidato a deputado estadual.

 

 

OMAR FEDERAL

O DEM detectou o real potencial de Omar Coelho e decidiu: o ex-presidente da Ordem dos Advogados vai desistir da luta por uma vaga na Assembleia para concorrer a deputado federal.

 

COLADO EM VILELA

O democrata Jéferson Morais percebeu a popularidade de Téo Vilela no interior e resolveu colar no governador. Até as eleições, Vilela vai inaugurar importantes obras no Agreste e Sertão.

 

COMO O PT NUTRE SUA RESERVA ELEITORAL

No discurso político alusivo ao 1º de maio, a presidente Dilma anunciou reajuste de 10% para o Bolsa Família e apenas 4,5% para corrigir a tabela do Imposto de Renda. A tabela interessa a produtiva classe média e está defasada em 70%, enquanto o Bolsa Família cresce acima da inflação todo ano de eleição. Imoral da história: o governo do PT consagrou uma fórmula engenhosa - tira de quem trabalha e dá a quem não faz nada.

  

BOMBA RELÓGIO

O próximo reajuste da gasolina vai fazer o consumidor gemer. A defasagem, hoje, gira em torno de 20%. Mas a bomba só vai explodir depois de outubro. Vença Dilma, vença a oposição.

 

CHOQUE À VISTA

A tarifa de energia elétrica também provocará choque – mas só depois das eleições. Ninguém se sinta eletrocutado se o reajuste da luz (residencial) atingir os 25% ao longo do próximo ano.

 

O MILAGRE NOSSO DE CADA DIA

O Vaticano passa anos fazendo pesquisas e estudos antes de confirmar um único milagre. Já os chefes das ‘evangélicas’ brasileiras – Valdemiro Santiago, R. R. Soares e Edir Macedo operam centenas de milagres – todo santo dia. Ou seja, quando morrerem (se), esses obreiros miraculosos não serão meros santos, serão deuses, perto de um  humilde João Paulo II.

 

GAROTO INTELIGENTE

E o doutor Lula, hein!, tentou matematizar as decisões do Supremo Tribunal : “O mensalão foi um julgamento 80% político e apenas 20% jurídico”. Imagine se o líder tivesse estudado.

 

ARROTANDO ARROGÂNCIA

Esbanjando arrogância, Dilma manda recado para os partidos da base aliada: “Vou em frente com ou sem o apoio deles”. É por isso que, no front aliado, ainda cresce o coro do ‘volta Lula’.

 

PP DO BIU JÁ ESTEVE MAIS PERTO DE DILMA

O Partido Progressista, de Benedito de Lira, já esteve bem mais ligado à presidente Dilma. Hoje, a direção nacional do PP, cada vez mais desconfiada, avalia e estuda a situação para decidir se vale a pena se manter na aliança com o PT. As bases pedem que não, assustadas com o declínio de Dilma nas pesquisas. Mas, não só o PP. Outras legendas, como o PR, também avaliam o cenário pesando as vantagens e desvantagens de continuar com Dilma.

 

seta

Dilma tem razão

28/04/2014 04:53

Ao menos em um ponto, Dilma tem razão: a Petrobras, maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo, é inatacável. Não pode ser alvo de mísseis montados segundo interesses eleitoreiros. Quem deve ser atacado – até em defesa da própria estatal – são os maus dirigentes, os que compraram a refinaria falida de Pasadena e os que, ao longo dos anos, têm se locupletado com recursos da petroleira. Sobre isso, a presidente da República silencia, mas a Petrobras transformou-se em fonte perene de escândalos.

O que diz Graça Foster, atual presidente da estatal, diante dos preços represados da gasolina e do diesel? Nada, concorda com a estratégia suicida do Planalto de conter a inflação impondo prejuízo incessante para uma Petrobras cada vez mais fragilizada. Será que dona Foster não sabe que o preço da gasolina está defasado? E por que não grita? Por amor à empresa? Como confiar em gestores que estão afundando a estatal, conscientes disso, só para ajudar o projeto de reeleição de Dilma? Anda bem que, por ato falho (Freud explica), a presidente admite a procedência das denúncias quando afirma, impostando a voz, que vai punir com rigor os responsáveis.

O fato, já percebido até pelo grande público, é que as ações da Petrobras hoje oscilam de acordo com o apoio popular ao governo que aí está. Ou seja, quando a aprovação a Dilma cai, os papéis da estatal disparam. Sobem, contudo, ao ecoar de alguma notícia positiva a favor do Palácio Planalto. Por que será?

Por outro lado, se crê que a compra da refinaria americana foi um negócio normal, sem perda para o país, por que a presidente teme tanto que os fatos sejam apurados por uma CPI do Congresso?

 

A GRANDE QUESTÃO

O PMDB terá candidato a senador? Essa questão tem despertado mais curiosidade do que saber quem o partido lançará para governador. Detalhe: a resposta ‘sim’ excluiria Fernando Collor.

 

EXCELENTES OPÇÕES

O comando peemedebista tem dois nomes para disputar o Senado: José Wanderley Neto e Luciano Barbosa. Este último, entretanto, equivale a um mandato certo de deputado federal por Arapiraca.

 

ALAGOANOS NO COMANDO DA SUDENE

José Márcio, o vereador amigo do deputado Carimbão, não é o primeiro alagoano a comandar a decaída Sudene. Nos anos 90, Collor na presidência da República, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste foi chefiada por Elionaldo Magalhães, ex-deputado estadual e autor do plano administrativo de Cícero Almeida em sua 1ª gestão na Prefeitura de Maceió.

 

DE MAU GOSTO

De um gozador, sobre os casos de bolinagem nos trens e metrôs do Rio e São Paulo: “Vai piorar se o desemprego cair e aumentar o número de marmanjos pegando condução para o trabalho”.

 

QUASE PARANDO

Se já está lento, o ano legislativo alagoano vai se arrastar mais ainda com a chegada da Copa do Mundo emendando com o recesso do meio do ano e com o pico da campanha eleitoral.

 

A FESTA DO MAGISTRADO ROSMAR RODRIGUES

O juiz federal Rosmar Rodrigues Alencar foi o grande festejado deste último domingo de abril. Com familiares e amigos, comemorou em alto estilo o transcurso de mais um aniversário. Autor de livros consagrados, como ‘Direitos Fundamentais na Constituição de 1988’, Rosmar Rodrigues atualmente julga, escreve, ensina e ainda encontra tempo para cursar Doutorado em São Paulo, reunindo competência e determinação.

 

SALDO DE VIAGEM

O prefeito Rui Palmeira deve se reunir com autoridades da Defesa Social para relatar o que apreendeu durante sua viagem a Bogotá, a capital colombiana que conseguiu derrotar a criminalidade.

 

OLHA QUEM FALA...

Pérola do pernambucano Jarbas Vasconcelos sobre o arroubo de alguns petistas no Congresso: “Como é que um governo que tem sua ex-cúpula na cadeia quer nos dar lição de moral?”.

 

LESSA: “NEM VENHAM, QUE EU NÃO ENGULO”

Ronaldo Lessa só faltou gritar ‘vade retro’ quando um repórter, garimpando alguma pepita, quis saber se ele topava disputar o governo este ano. “Tem gente querendo me empurrar, mas eu não entro nessa”. O ex-governador disse, porém, que disputaria o governo sob uma única condição: “Se o Téo for cassado”. Mas admitiu, logo a seguir: “E ele não será cassado, aqui no TRE”. Lessa é candidatíssimo a um mandato de deputado federal.

 

COMO BELTRÃO, TICIANELLI ROMPE COM BOMFIM

Rompido com Eduardo Bomfim, presidente estadual do PCdoB, o ex-vereador Ediberto Ticianelli decidiu não disputar mais nenhuma eleição. Agora é assessor do deputado petista Judson Cabral.

 

BELTRÃO PRIMEIRO

Há alguns anos, o PCdoB sofreu outra defecção: a saída de Thomaz Beltrão, que acabaria se elegendo vereador pelo PT (também foi secretário de Educação de Cícero Almeida).

 

PROPAGANDA INCOMODA DEPUTADOS

Na Assembleia Legislativa, deputados do PT criticam o governo estadual pelos gastos com propaganda. Curioso que, pelo mesmo motivo, a chefe suprema do PT, Dilma Rousseff, anda sendo questionada pelos adversários com assento no Congresso Nacional. Será que os petistas daqui apoiam os tucanos de Brasília?

seta

Primeira Edição © 2011