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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Saiba quem ganhou com o troca-troca de partido

31/10/2013 12:40

A indústria de partidos políticos continua funcionando com força total. Neste final de ano, duas novas legendas obtiveram registro na Justiça Eleitoral, habilitando-se a disputar as eleições de 2014. Novas legendas significa troca-troca partidário sem qualquer risco de perda do mandato por infidelidade. Agora, quem ganha com a criação de siglas e com a mudança de partido? O governo.
Os novos partidos, no conjunto, exibem tendência governista e suas bancadas são formadas por deputados originários de agremiações oposicionistas. É o caso do PSD que, criado no ano passado, tem atualmente 39 parlamentares, a maioria oriunda de legendas oposicionistas como PSDB e DEM. O Pros e o Solidariedade, recentemente reconhecidos pelo TSE, atraíram 40 deputados, sendo que 23 assinaram a ficha do último.
O Brasil tem agora 32 partidos e uma oposição cada vez mais desidratada: em fevereiro de 2011, o bloco empossou 111 deputados federais, número que caiu para 82 após o troca-troca. Portanto, a oposição perdeu um em cada quatro integrantes desde o início da atual legislatura.
A prova de que a criação de partidos só favorece a bancada governista está nos números fornecidos pela Câmara: os oposicionistas PSDB, DEM e PPS perderam 29 deputados, sendo que o Democratas foi o mais prejudicado com a fuga de 18 parlamentares (caiu de 43 para os 25 atuais). Só para lembrar, o DEM já foi poderoso com o nome de Frente Liberal e PFL, e aqui em Alagoas é presidido pelo vice-governador Thomaz Nonô.
A revoada de oposicionistas explica porque os governistas não se manifestam contrários à criação de partidos. A exceção, óbvia demais para não ser percebida, ficou por conta da Rede Sustentabilidade, o partido que a ex-senadora Maria Silva tentou, mas não conseguiu registrar no TSE. Seu principal objetivo: sair candidata à presidência da República contra Dilma Rousseff.
Em 2007 o Tribunal Superior Eleitoral aprovou resolução instituindo a fidelidade partidária: deputado que trocasse de legenda perderia o mandato, salvo se ingresse em novo partido ou em legenda resultante de fusão partidária. A regra do TSE, entretanto, foi simplesmente ignorada pelo rolo compressor da migração ocorrida até o dia cinco deste mês, prazo fatal para quem desejava se filiar a fim de participar das próximas eleições.
Um exemplo? Aqui mesmo em Alagoas, dois deputados federais trocaram de partido, um deles (Givaldo Carimbão), saiu do PSB para entrar no Pros recém-criado, mas o outro (Alexandre Toledo), trocou o PSDB pelo PSB sem estar amparado nas poucas exceções admitidas pela Justiça Eleitoral para migração partidária.
O caso de Alexandre Toledo só não ilustra o processo de perda oposicionista por uma circunstância que há um ano estava fora de cogitação: a saída do PSB da base governista no Congresso Nacional, por conta da decisão de seu presidente nacional, Eduardo Campos (governador de Pernambuco) de concorrer à sucessão presidencial. Mas quando iniciou conversas para deixar o PSDB, Toledo sabia que o PSB era uma legenda governista.
A criação de partidos não é estimulada apenas pela cota do Fundo Partidário e pelo precioso tempo no rádio e na televisão, mas também pela certeza de que não faltam cargos na estrutura do governo federal para agraciar potenciais novos aliados. E quando não decola, não atrai gente com mandato, o partido nanico ainda tem como opção de sobrevivência transformar-se em sigla de aluguel regiamente subornadas durante os processos eleitorais.
 

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Renan senador ou Renan governador?

28/10/2013 15:08

Chefe de um dos três poderes da nação, o senador Renan Calheiros iniciou uma revolução de costumes no Senado, com repercussão no Congresso Nacional, a ponto de ter, nesses poucos meses, silenciado seus críticos mais contumazes. Corrigindo erros internos, sanando distorções financeiras, inclusive salariais, agilizando a votação de projetos de interesse coletivo, Renan tem acertado, sobretudo, em duas frentes: na priorização dos temas que encampa e na aceleração das medidas com as quais cumpre sua agenda de compromissos.
Seu trabalho está a meio caminho, mas já permite prevê que não terá dificuldade para ser reconduzido ao comando do Senado. Mesmo porque, muitos dos que o elegeram este ano, vão querer proclamar de público o acerto de sua escolha, repetindo, claro, o apoio.
Isso bastaria para intuir porque, não obstante seu velho sonho de governar Alagoas, Renan deverá optar por não concorrer à sucessão estadual. Lembrando que o senador ainda tem muita coisa para fazer e mostrar na presidência do Senado. Agora, mesmo, num gesto pleno de independência, defende o projeto que confere autonomia ao Banco Central. Mais: quer acelerar a votação da proposta, já aprovada na Câmara, que modifica o indexador da dívida dos estados e municípios, beneficiando Alagoas. Onde, pois, Renan será mais objetivo para o estado – no governo local ou exercendo o poder em Brasília e aprovando decisões para ajudar os alagoanos?
A decisão, contudo, será dele e de seu grupo, no momento certo.
 

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Uma excrescência que precisa acabar

28/10/2013 05:51

A sociedade brasileira não suporta mais conviver com o privilégio que todos conhecem como ‘foro especial’. É a prerrogativa conferida a políticos com mandato eletivo e homens públicos exercendo cargos destacados, como o de ministro seja de estado, seja de tribunal superior qualquer. Foro especial não é um direito, é uma vergonha, um instrumento atentatório ao mais importante dispositivo da Constituição Federal: todos são iguais perante a lei. Todos, menos a turma do foro privilegiado.
Trata-se de uma prerrogativa que, para defender a casta de privilegiados, inverte valores. Justamente porque ao homem público, ao detentor de mandato eletivo, dever-se-ia atribuir um peso maior de responsabilidade, pelo que representa. Aqui se pune o criminoso analfabeto, ignorante, enquanto se privilegia o doutor flagrado em prática de delito grave. Ora, e quem sabe mais, quem está mais bem preparado para discernir o certo do errado – o doutor ou o ignaro?
Há algum tempo, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima, da Paraíba, elegeu-se deputado federal para responder no Supremo pelo atentado a bala ao também ex-governador Tarcísio Buriti. Pois bem, na véspera de ser julgado (e certamente condenado) pelo STF, ele renunciou ao mandato e seu processo teve de voltar para a instância primária da Justiça paraibana. Um escárnio, uma indecência.
Foro especial. É preciso abolir essa excrescência. Quem comete crime deve pagar onde violou a lei. Deve responder, não diante dos ministros de Brasília, mas perante a sociedade que o conhece. A legislação pertinente está podre, fétida é precisa ser dedetizada.

COTA PESSOAL
O PSB ocupa uma secretaria no governo Vilela: a da Mulher, com Kátia Born. A Secretaria da Paz era da ‘cota pessoal’ do deputado Givaldo Carimbão, que não pertence mais à legenda socialista.

SECRETARIA DA PAZ
Saiu Jardel Aderico, indicado por Carimbão, entrou o coronel Luna, escolha pessoal de Téo Vilela. A questão é: após sair do PSB e ingressar no PROS, Carimbão continua com espaço no governo?

COMO TEOTONIO IRIA PARA O TRIBUNAL DE CONTAS
Na política, os meninos chegam a consertar relógio feminino usando luvas de box. Mas, como será que, integrando o principal partido de oposição a Dilma, Teotonio Vilela ganhará uma vaga no Tribunal de Contas da União? Um petista acadêmico avalia o tema e dá a receita: “Esquecendo Aécio Neves e ajudando o PT a se manter no poder”.

GUILHERME NO TCU
Guilherme Palmeira ganhou uma vaga no TCU, mas a situação era outra: o ex-governador alagoano era o candidato a vice de Fernando Henrique e teve de abrir mão da disputa. Então, foi recompensado.

PROJETO DE VILELA
Quem conhece Téo Vilela tem obrigação de saber que o seu projeto, ‘ainda não revelado’, é retornar ao Senado, onde exerceu dois mandatos e meio (a metade do terceiro ficou com João Tenório).

TEMPO DEVE SALVAR CÍCERO DA FICHA LIMPA
O Tribunal de Justiça aceitou a denúncia contra Cícero Almeida, abrindo processo para julgar o caso conhecido como ‘Máfia do Lixo’, mas, por força da legislação, terá de remeter a peça processual para o juizado de primeiro grau. É que, quando denunciado, Almeida detinha foro especial (o próprio TJ-AL), mas assumiu a condição de ‘cidadão comum’ ao deixar o cargo no final de 2012. Resumo: nesse processo, o tempo salvará Cícero da Ficha Limpa garantindo-lhe registro de candidatura em 2014.

DÍVIDA ATUALÍSSIMA
A Assembleia Legislativa não paga adicional de férias aos efetivos desde 1994, mas pelo menos quatro das férias devidas são do período comandado pela atual Mesa, encabeçada por Toledo.

AMIGA DO PEITO
Amiga do peito de Marina Silva, Heloísa Helena está pronta para apoiar o PSB na disputa presidencial do ano que vem, desde que o partido lance a ex-senadora para se confrontar com dona Dilma.

O MAIOR DILEMA DO GOVERNADOR SURUAGY
Considerado hoje um dos líderes políticos mais injustiçados em Alagoas, Divaldo Suruagy vive o grande dilema de sua vida: ser ou não ser candidato em 2014. Os amigos dizem que ‘sim’ e prometem apoio; a família, entretanto, não esquece 1997 – e prefere não ouvir falar em eleição. Não, com o chefe Suruagy cabalando voto.

SEM PREVIDÊNCIA
Alagoas é um dos poucos estados sem um fundo previdenciário de seus servidores públicos. Foi criado o AL-Previdência, mas a adesão é tímida. Os poderes pagam aos inativos com verba do duodécimo.

ENFOQUE PREVISÍVEL
A próxima reportagem do Fantástico deverá mostrar os efetivos da ALE batendo ponto, e os comissionados dispensados de comparecer ao trabalho, mas recebendo a polêmica e milionária GDE.

A NOTA DE REPÚDIO ‘SUBSCRITA’ PELO PRB
E o PRB, autorizou – ou não – Collor a usar o nome do partido na nota de repúdio ao governador Téo Vilela? Marcelo Gouveia, seu presidente municipal em Maceió, assegura que não. Resta a Galba Novais, presidente estadual, dizer de que lado está: se do senador petebista ou de seu próprio colega de agremiação.

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O desabafo de Lula em cima da imprensa

21/10/2013 09:12

Fale de qualquer coisa, perto de Lula, mas não critique o Bolsa Família, que ele perde a estribeira. Semana passada, durante palestra em São Paulo, o ex-presidente vociferou contra a imprensa. Motivo: a notícia de que mais de 2.100 políticos (prefeitos e vereadores eleitos em 2012) recebiam a grana do Bolsa Família.
Para Lula, a mídia comete pecado grave ao “criticar” o programa que retira dinheiro da classe média e repassa aos pobres. O verbo criticar está entre aspas porque a imprensa apenas noticiou o escândalo dos políticos mamando nas tetas do projeto social.
“Disseram que, com o Bolsa Família, eu criei um exército de vagabundos”, estrilou Lula sem indicar o autor da frase. Não, nessa história não existe vagabundo, existem pessoas simples, humildes, pobres, beneficiadas com doações financeiras que não lhes garantem estabilidade, mas as tornam dependentes de uma assistência que as humilha. Bolsa Família virou sinônimo de miserabilidade.
É, além do mais, um programa mal gerido e mal conduzido, tanto que são constantes as denúncias, comprovadas, de pagamentos a políticos e pessoas bem situadas da classe média. Não passa um ano sem que estoure escândalo envolvendo verba do Bolsa Família.
Lula sente, acusa a pancada, mas não como o pai que assiste a um filho ser injustamente atacado. Lula esbraveja porque sabe que o Bolsa Família foi instrumentalizado e funciona como poderosa reserva eleitoral. Distribui ‘renda’ com os pobres, rende-lhe prêmios, mas isso não é o que representa. O que mais importa é saber que cada bolsista é um eleitor pronto para mostrar gratidão na hora de pôr a digital na urna eletrônica. Isso é o que faz de Lula um defensor obstinado do programa germinado na era FHC.

COFRINHO FUNÉREO
Lembra do ‘Pré-Vida’? Fez escola no futebol. O Corinthians acaba de lançar seu plano funerário para torcedores com direito a caixão alvinegro e hino do clube no velório. Preço da mensalidade: R$ 27.

APOIO A MARINA
O compromisso pessoal de Heloísa Helena é com a colega Marina Silva. Portanto, o PSB só terá o apoio da vereadora maceioense se disputar a presidência com Marina. Nada de Eduardo Campos.

INDÚSTRIA DE PARTIDOS COM TODO GÁS
Avança no Congresso o projeto de lei que retira verba do Fundo Partidário e tempo de TV de partidos que venham a ser criados. E daí? Mesmo diante dessa barreira, além da Rede de Marina Silva, já estão a caminho do TSE pedidos de registros para criação de mais três novas legendas: Arena, Dempro e PLB. É uma indústria.

COLAPSO À VISTA
Nos próximos 10 anos, Maceió terá cerca de 500 mil automóveis. Com tal frota, grande parte dos veículos ficará na garagem, por falta de espaço nas ruas. Passeio? Só no domingo e 2ª feira de carnaval.

OPÇÃO DE PIMENTEL
O ex-deputado Francisco Pimentel desistiu de vez da política. Antigos eleitores o instigam a se candidatar, mas ele reage convicto: “Meu negócio agora é Medicina, sou dermatologista. E ponto final”.

HERDEIRO DE CECI DEVERÁ IR PARA ASSEMBLEIA
Não só por ser herdeiro de Ceci Cunha – emblemática vítima da violência política que assola Alagoas e o Brasil – mas, sobretudo, pelo excelente trabalho que vem realizando à frente do Procon, o jovem Rodrigo Cunha tem tudo para se eleger deputado estadual com ótima votação. Detalhe: sua principal base política será Arapiraca, segundo maior colégio eleitoral de Alagoas, mas sem dúvida será votado em muitos outros municípios do Estado.

MUDANÇAS NO GOVERNO
Teotonio Vilela deverá virar o ano anunciando mudanças no secretariado, mas por enquanto ainda não definiu nomes para suceder os secretários que sairão para disputar as eleições.

RUMO PARA ROGÉRIO
Rogério Teófilo, secretário de Relações Políticas, ainda não sabe se disputará vaga na Assembleia ou Câmara dos Deputados. Se Luciano Barbosa sair para federal, Teófilo deve sair para estadual.

QUANDO A VIOLÊNCIA AFRONTA O ESTADO
Dezenove promotores de Justiça estão ameaçados de morte e vivendo sob escolta da Polícia Militar. Em Pernambuco. Um dos membros do Ministério Público, Thiago Faria Soares, 36 anos, foi assassinado na 2ª feira (14) a tiros, na cidade de Itaíba, Agreste pernambucano. No Palácio, um comentário: “Imagine-se como estariam os críticos do governo Téo Vilela, se essa situação estivesse acontecendo aqui em Alagoas”.

COISAS DO BRASIL
Depois que a resolução do TSE sobre infidelidade partidária foi jogada na lata do lixo, discute-se em Brasília a aplicação de multa aos políticos infiéis. Mas, quem vai mesmo pagar as multas?

PELA SOBREVIVÊNCIA
A luta pela sobrevivência política fez o deputado Jéferson Morais abrir espaço na mídia gazeteana: primeiro, com programa na Rádio Gazeta AM; agora, com horário fixo na TV MAR (canal 25).

SILÊNCIO PREJUDICOU ARTUR LIRA
Artur Lira demorou muito para explicar sua queda da liderança do PP na Câmara dos Deputados. O deputado alagoano pode até ter solicitado sua saída do cargo, como acaba de anunciar, mas deveria ter informado à mídia no momento de sua decisão. Silente, permitiu que o episódio fosse noticiado da forma mais negativa possível.
 

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Renan pai lidera pesquisas, mas Renan Filho deverá ser o candidato a governador

16/10/2013 05:44

Analistas políticos avaliam que, por Alagoas, o senador Renan Calheiros deverá permanecer no Congresso Nacional

Com 43% da preferência dos eleitores alagoanos, na corrida rumo ao governo em 2014 (segundo a mais recente pesquisa do Vox Populi), o senador Renan Calheiros, presidente estadual do PMDB, tem tudo para conquistar o antigo sonho de governar Alagoas, mas o ‘jogo do poder’ poderá induzi-lo a adiar o seu grande projeto político.
A sondagem mostrou o também senador Benedito de Lira (PP) em segundo lugar com 21,1%, e em terceiro o vice-governador José Thomaz Nonô (DEM), com 8,4% da preferência dos eleitores.
- Vou para onde eu possa fazer mais por Alagoas. - A frase recorrente do senador Renan Calheiros deixa em aberto a possibilidade de ele concorrer ao governo, mas também impõe uma reflexão capaz de desviá-lo dessa rota: considerando as atuais circunstâncias políticas, onde ele poderá servir mais ao Estado, nos próximos anos – no governo, aqui, ou no Congresso Nacional?
Tal pergunta deverá, inclusive, ser o foco de pesquisas de opinião, cujas respostas, além de mostrarem como a sociedade alagoana está encarando o processo sucessório do próximo ano, também ajudarão Renan a decidir se será mais conveniente e oportuno concorrer ao governo ou permanecer no Senado, com chances reais de conquistar, junto aos seus pares, mais um mandato presidencial, mantendo-lhe o status de presidente do Congresso Nacional.
Analistas políticos avaliam que, com o poder que exerce atualmente, aliado à influência que detém junto às mais altas esferas do poder federal, Renan teria amplas chances de se tornar governador, apoiado em fortes alianças sob seu comando e no vigor de uma estrutura partidária sem paralelo em Alagoas.
Esses observadores acham, porém, que a vinda de Renan para suceder Téo Vilela seria menos valiosa, para o interesse do Estado, do que sua permanência em Brasília, ainda mais presidindo o Senado, cargo que lhe confere força e prestígio para aprovar projetos e carrear recursos necessários ao desenvolvimento alagoano.
A partir dessa constatação, os observadores começam a apostar num projeto alternativo, dentro mesmo do PMDB: o senador Renan continuaria no Senado, com mais quatro anos de mandato a partir de janeiro de 2015, enquanto o deputado federal Renan Filho sairia candidato a governador, apostando não apenas no excelente desempenho que vem obtendo na Câmara dos Deputados, mas também no caráter renovador que imprimiria ao cenário político alagoano ainda carregado de agentes públicos em fim de carreira.
Do ponto de vista pessoal de Renan Calheiros, essa estratégia seria providencial, não tanto pela possibilidade de ver um filho concorrer ao governo do Estado, mas, também, pela circunstância de garantir uma alternância de poder, com o PMDB finalmente dando as cartas, depois de tantas sucessões sem sequer disputar diretamente o comando político de Alagoas.
Alguns analistas, adeptos da tese de que o processo sucessório terá Renan Filho como personagem central, afirmam que Alagoas ‘perderia’ com a vinda de Renan (pai) para o governo (já que o Estado ficaria sem a presidência do Senado), e enfatizam que só um ‘capricho obsessivo’ tiraria alguém do comando do Congresso Nacional para vir governar um estado em dificuldades, carente de apoio no centro das grandes decisões políticas da nação.
Pelo menos dois analistas, ouvidos pelo autor deste texto, consideraram possível – ‘ainda que difícil’ – a abertura de um entendimento político amplo e de alto nível, na mesa da discussão sucessória, capaz de envolver Renan Calheiros, o senador Benedito de Lira, do PP, e o vice-governador José Thomaz Nonô, do DEM, estes últimos apontados como também postulantes ao governo do Estado, além de outras lideranças como Fernando Collor, do PTB, Ronaldo Lessa, do PDT, e Cícero Almeida, do PRTB.
 

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