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Uso de álcool por adolescentes aumenta risco de suicídio

04/09/2017 11:52

Um problema de saúde pública que pode ser evitado em 90% dos casos, mas que, pelo contrário, é responsável por uma morte a cada 40 segundos. O suicídio, que ganhou repercussão mundial com a série “13 reasons why” e com o jogo Baleia Azul, tem crescido entre a população jovem. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a segunda maior causa de morte de pessoas com idades entre 15 e 19 anos no mundo. No Brasil, o Mapa da Violência de 2014 mostra que, entre 2000 e 2012, a taxa de suicídio de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou em 40%, enquanto que entre jovens de 15 a 19 anos o índice cresceu 33%.

Especialmente para esta parte da população, o uso de álcool torna-se um fator de risco ainda mais significativo. O alerta é do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), uma das principais fontes de informação sobre o tema.

Segundo o estudo “Uso Adolescente de Substância e Comportamento Suicida: Uma Revisão com Implicações para Pesquisa em Tratamento”, o uso de substâncias amplia o risco de comportamentos suicidas, sendo que adolescentes suicidas apresentavam elevadas taxas de uso de álcool e drogas ilícitas.

“Entre os adolescentes a partir de 16 anos, o consumo de álcool e o abuso de substâncias aumentam consideravelmente o risco de suicídio em tempos de sofrimento”, afirma Dr. Arthur Guerra, presidente executivo do CISA.

Ele explica que o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes compromete o sistema nervoso central (SNC), que ainda se encontra em desenvolvimento. Desta maneira, suas vias neuronais podem se tornar mais suscetíveis aos danos causados pelo álcool, podendo levar ao comprometimento de várias funções. Sob os efeitos do álcool, os jovens ficam mais propensos a comportamento de risco – incluindo brigas, sexo desprotegido ou não consensual, acidentes automobilísticos e suicídio.

Bastaria então que o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade não ocorresse para que nossos jovens estivessem mais protegidos, correto? Correto, mas não é isto que vem acontecendo no Brasil.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que, entre alunos de 13 a 15 anos, a experimentação de álcool subiu de 50,3% em 2012 para 55,5% em 2015. Além disso, 21,4% desses adolescentes relataram já terem sofrido algum episódio de embriaguez na vida. A pesquisa mostrou também que meninas dessa faixa etária estão bebendo mais que os meninos, sendo que a taxa de experimentação de álcool é maior entre elas (56,1% vs. 54,8%) e também o uso de álcool nos últimos 30 dias (25,1% vs. 22,5%).

Em 2016, o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) avaliou 74.589 adolescentes de 1.247 escolas em 124 municípios brasileiros. Cerca de 20% dos adolescentes consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez nos últimos 30 dias e, desses, aproximadamente 2/3 o fizeram em uma ou duas ocasiões no período. Entre os adolescentes que consumiam bebidas alcoólicas, 24,1% beberam pela primeira vez antes de 12 anos de idade.

“Precisamos colocar essas questões na agenda pública e priorizá-las. O diálogo com a sociedade a respeito do tema também deve ser ampliado. Não podemos esperar a repercussão de outra série ou jogos suicidas para falar sobre o assunto, por isso ações voltadas à conscientização sobre a prevenção, como o Setembro Amarelo, são importantes para jogar luz sobre o problema”, defende Dr. Arthur Guerra.

Sobre o CISA
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 e qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) desde 2005, foi fundado pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade e consolidou-se como a maior fonte de informações no país sobre o binômio saúde e álcool. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), disponibiliza um banco de dados que têm como base publicações científicas reconhecidas no cenário nacional e internacional, dados oficiais (governamentais) e informações de qualidade publicadas em jornais e revistas destinados ao público geral sobre o álcool e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade.

O CISA acredita na importância do rigor ético e na transparência de suas ações no que diz respeito à obtenção e divulgação de conhecimento atualizado e imparcial na área de saúde e álcool, e prontifica-se a colaborar com políticas públicas que abordem o tema de forma eficaz. Também está comprometido com o avanço do conhecimento nessa área e encoraja a adoção de medidas para prevenir o uso nocivo de álcool e suas consequências, por meio de parcerias e elaboração de materiais educativos e de prevenção. Para mais informações, acesse o site www.cisa.org.br ou os perfis da organização nas mídias sociais: Facebook (https://www.facebook.com/ pages/CISA-Centro-de- Informações-Sobre-Saúde-e- Álcool/166680883359856), Twitter (@CISA_oficial) e Instagram (@cisa_oficial).

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5 motivos para aprender inglês fora da sala de aula

01/09/2017 09:49

Promover um aprendizado autônomo por meio da observação, experimentação e troca é possível quando jovens e crianças ultrapassam os muros das escolas. Isso porque a curiosidade desperta o interesse pela "investigação" e leva a prática. As visitas de campo são mais comuns em instituições de ensino de renome e pouco praticadas por rede de idiomas.

É comprovado que o cérebro dos seres humanos funcionam melhor quando os cinco sentidos estão centrados no presente e quando é possível colocá-los em prática simultaneamente. Imagine estudantes em uma chácara em que é possível sentir o cheiro da terra molhada, provar alimentos colhidos por eles, ouvir um idioma diferente e enxergar todo este processo in loco. Essa é uma das ações implantadas pelo psicólogo e gestor educacional da rede Minds Idiomas, Augusto Jimenez, na cidade de Maringá.

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Alunos aprendem inglês ao ar livre

Todavia, o ensino in loco não se limita apenas a natureza e há diversas formas para instigar os cinco sentidos dos alunos e fazer com que eles compreendam de maneira mais orgânica um novo idioma. "Manter a atenção dessa geração é algo difícil, porém não impossível. E, as atividades além dos muros ajudam nesta missão", esclarece Jimenez.

Para auxiliar gestores educacionais e redes de inglês, o gestor lista cinco motivos para tornar as experiências fora das escolas algo comum:

1) Todo lugar gera aprendizado

Nosso cérebro é programado para realizar conexões a partir das experiências vividas ao longo da vida. Quanto mais diferentes forem essas vivências, mais a propensão do ensinamento ser enraizado. Logo, fazer visitas com os jovens em museus ou mesmo fazê-los cozinhar acarreta em um aprofundamento dos conceitos passados na sala de aula. Na Minds, por exemplo, ministramos aulas no Outback e em outros restaurantes. Incentivando a conversação e interação entre eles.

2) Síntese dos assuntos

Essa dica é muito importante: faça uma discussão com os alunos antes e depois da visitação. Sintetizar a expectativa e o que se aprendeu com a visita fará com que os docentes encontrem o desenvolvimento individual de cada indivíduo.

3) Integre disciplinas

Seja você gestor de uma rede de ensino letivo ou somente de idiomas é possível lecionar diversos temas ao ar livre. Por exemplo: conversar em inglês, manusear a terra, dar nome para as frutas e dar aulas de botânica. O importante é adequar este ensino in loco ao conteúdo programático que está sendo passado na sala de aula.

4) Habilidades sociais afloram

Como os aprendizes estão em um ambiente diferente algumas características ficam afloradas como, por exemplo, análise de conteúdo mais profunda, capacidade de autonomia, cooperação e sinergia com os colegas, tudo isso aparece e se desenvolve. Isso auxilia na sensação de bem estar da consciência fazendo com que o aprendizado do inglês fique mais fácil.

5) Diminui a ansiedade

Vivenciar na prática vocábulos em inglês em ambientes como museus, teatros, bares, entre outros locais, fazem os alunos controlarem a ansiedade ao se comunicar. Ao testar a conversação, o nível de complexidade reduz, já que aos poucos "descobrem" que não é um bicho de sete cabeças praticar o que se aprende na sala de aula.

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16 coisas que você não sabia sobre a viagem de avião

29/08/2017 10:58

Quando você se prepara para viajar, normalmente suas maiores preocupações são as passagens, chegar cedo no aeroporto, fazer o check-in, escolher um assento confortável, não perder a hora e embarcar, certo? Mas já parou para pensar em alguns pequenos detalhes – ou não tão pequenos – desde o momento em que você entra no avião até a hora que ele pousa?

Se você já se perguntou por que as luzes do avião se apagam na hora de decolar, esse post é para você. O RoadTrio conversou com dois pilotos de avião, Mauro Caputti Mattosinho, que trabalha com aviação executiva, e Fernando Miceli Moneo, piloto comercial, para esclarecer dúvidas e ainda matar algumas curiosidades. Veja abaixo.

| Abrir as janelas na hora da decolagem ou do pouso

A exigência de manter as janelas abertas durante pousos e decolagens varia de empresa para empresa. Normalmente é orientado mantê-las abertas por questão de segurança. Sendo assim, caso ocorra algum imprevisto na parte externa do avião durante essas duas fases do voo (decolagem e pouso), os passageiros poderão visualizar e comunicar de imediato a equipe de comissários. Além disso, em uma evacuação de emergência, é importante a visualização do lado de fora da aeronave antes de iniciar a saída para certificar qual o melhor lado ou se há algo obstruindo a evacuação.

| As luzes se apagam quando o avião está decolando e pousando

Essa exigência é feita principalmente quando o procedimento ocorre no período noturno. O principal objetivo é de familiarizar os passageiros com o ambiente externo. Caso tenha uma eventual evacuação de emergência, os olhos precisam estar “acostumados” com o ambiente mais escuro para melhor orientação de onde está e para onde irá na saída da aeronave. Isso acontece sempre, claro, seguindo as orientações dos comissários de bordo. Sempre tenha certeza que tudo em uma aeronave é minimamente pensado visando aumentar a segurança.

| Por que existe modo avião no celular se, na maioria das viagens, temos que desligar o aparelho?

O desligamento do aparelho é obrigatório apenas durante pousos e decolagens para proteger os sensores eletrônicos de navegação aérea e orientação de voo. A regra também é para não afetar outros instrumentos do voo que possam sofrer interferência causada pelos sinais de aparelhos. Os celulares podem enviar informações errôneas no painel de controle do avião. Mas, com o avanço da tecnologia, sistemas de proteção estão sendo implementados nas aeronaves mais novas para que, em breve, o uso do celular a bordo seja liberado.

| Voltar o encosto do banco no pouso e da decolagem

O encosto deve permanecer na vertical durante essas duas fases do voo para facilitar a circulação dentro da aeronave em um procedimento de evacuação de emergência. Da mesma forma, não é permitido nenhum tipo de bagagem nas saídas de emergência, para que não haja nenhuma obstrução que prejudique os passageiros e a tripulação. As saídas de emergência já possuem um tipo de assento que não reclinam e com um espaço entre as poltronas um pouco maior justamente para facilitar a circulação.

Durante a homologação de uma aeronave,  é feita uma simulação de evacuações que deve ser concluída abaixo de um determinado tempo limite. Para isso, adotam-se todos esses padrões, que devem ser rigorosamente seguidos em cada voo de rotina. Na história da aviação, muitas fatalidades aconteceram por evacuações mal sucedidas, mesmo depois de pousos de emergência bem sucedidos.

| Crianças não podem sentar nas saídas de emergência

Os passageiros que ocupam as saídas de emergência devem estar capacitados fisicamente para abrir essas janelas caso haja necessidade, seguindo as orientações da equipe de comissários. Por esse motivo é proibido a acomodação de crianças ou de qualquer outra pessoa que possa ter dificuldades na operação dessas portas. Caso o passageiro esteja dentro dos padrões, mas não se sinta a vontade para estar ali, é possível solicitar ao comissário a mudança de lugar.

| Quanto tempo dura o oxigênio da máscara de oxigênio?

O tempo de oxigênio pode variar de acordo com equipamento a bordo, sendo uma média de 15 a 21 minutos. Esse é tempo suficiente para a realização de uma manobra de descida de emergência até chegar em uma altitude em que não haja a necessidade de máscaras de oxigênio. Essa altitude gira em torno de 10.000 pés (3.048 metros). O sistema que fornece esse oxigênio consiste em um gerador químico, ao contrário do que as pessoas imaginam. Carregar cilindros de gás oxigênio a bordo seria um peso muito grande e uma carga altamente inflamável. Por isso, o sistema dos aviões é acionado quando a máscara é puxada e um lacre é rompido, fazendo uma mistura de clorato de sódio e pó de ferro, reação que produz o oxigênio.

 

(Foto: Miikka H / Flickr)
© RoadTrio (Foto: Miikka H / Flickr)

 

| Ar condicionado forte durante o voo

A temperatura dentro do avião varia entre 21º C à 25º C. O ar condicionado é parte vital do sistema de pressurização da aeronave e deve ser mantido ligado durante o tempo todo. De qualquer forma, existe a possibilidade de se controlar a temperatura pela tripulação.

| Como é a rotina do piloto dentro da cabine?

Eles são responsáveis pela segurança de voo como um todo, além de levar os passageiros da origem ao destino com segurança e conforto. Dentro da cabine, eles fazem toda a preparação técnica do avião, bem como a inserção dos dados do voo, plano de voo, navegação, cálculos de performance, análise de meteorologia da rota, programação de computadores, configuração dos instrumentos, rádios e radares, coordenações a autorizações junto a torre de controle, checagem do carregamento da aeronave etc. Ufa! A aeronave segue o caminho pelo piloto automático, que libera os tripulantes de tarefas manuais, deixando-os focados na alta carga de trabalho envolvida na decolagem e pouso.

Instruções e restrições devem ser cumpridas pelos pilotos, de altitude, velocidade, conforme o procedimento antecipado ainda em solo, ou seguindo novas necessidades do órgão de controle. A cada nova fase de voo (decolagem, subida, cruzeiro, descida etc.) são executados novos briefings e check lists para configurar a aeronave de acordo com as condições especificas de cada momento. A companhia aérea preconiza em seu manual de operações a rotina padrão a ser adotada, assim como cada modelo de avião possui suas particularidades. Mas, no geral, em situações dentro do padrão, os pilotos ficam liberados para tarefas de planejamento.

| Piloto e co-piloto realmente comem refeições diferentes?

Atualmente as refeições embarcadas para a tripulação têm algumas variações para que cada um possa escolher o que mais lhe agrada, pela ordem de hierarquia – primeiro os pilotos e em seguida os comissários. Não há nenhuma proibição de comandante e co-piloto comerem o mesmo tipo de comida, mas muitas vezes é essa a opção da companhia. Assim, evitam que uma intoxicação incapacite ambos os tripulantes.

| Animais devem ser transportados em uma área exclusiva

Alguns animais de pequeno porte podem ir a bordo junto ao dono, desde que estejam devidamente acomodados em uma frasqueira, evitando que o animal circule pelo avião e cause um certo desconforto aos outros passageiros. Animais um pouco maiores necessitam ir no compartimento de carga do avião, pois lá estarão melhor acomodados devido a falta de espaço na cabine de passageiros. Outros animais maiores que necessitam de um cuidado especial, somente poderão serem transportados em aviões de carga.

Ao contrário do que muitos pensam, o porão de carga da aeronave é pressurizado como a cabine de passageiros (caso não fosse, o assoalho da cabine não resistiria ao diferencial de pressão). Se algum animal estiver embarcado, as luzes do local são acesas. As companhias possuem regras e limitam o número de animais por voo, bem como o número de espécies no porão. Lembrando que o porão de carga é o lugar onde vão as bagagens e não há um local específico para transporte de animais.

 

(Foto: Hardian Muljadi / Flickr)
© RoadTrio (Foto: Hardian Muljadi / Flickr)

 

| Cobertores e travesseiros são higienizados de que forma?

Isso depende muito de cada companhia aérea. No geral, todos estes itens são enviados a uma empresa terceirizada para higienização total e relacre. Esse é o procedimento teórico, porém há todo tipo de boatos sobre esses itens (inclusive de que eles não são higienizados, apenas colocados em novos sacos plásticos). O mesmo acontece com os fones de ouvido.

| Avião tem mais dificuldade de decolar em dias quentes?

A performance de um avião está diretamente ligada às condições atmosféricas do momento. Vamos voltar um pouco para as aulas de física: em um ambiente com temperatura alta, a pressão diminui, fazendo com que as partículas do ar se afastem e, quando temos um dia frio, a pressão aumenta e as partículas do ar se juntam. Para que um avião possa decolar, a grosso modo, é preciso de vento relativo (ar), e quanto mais separadas estiverem as partículas do ar – normalmente em dias quentes – maior espaço iremos precisar para ter a sustentação ideal para decolar.

Resumidamente: sim. Todos esses cálculos levam em consideração o cenário de tudo isso acontecer com a perda de um dos motores. Caso uma situação ocorra na qual a temperatura realmente restrinja a decolagem de uma aeronave, há a possibilidade de diminuir a carga a bordo.

| Como a traseira do avião não bate no chão na hora de decolar?

O evento de uma aeronave bater a cauda no chão durante a decolagem se chama “tailstrike”. Existem alguns fatores que podem gerar um tailstrike, e os cálculos corretos da performance da aeronave e do seu centro de gravidade são o ponto de partida para evitar esse problema na decolagem. Uma tentativa de decolar a aeronave com baixa velocidade pode levar ao uso de um ângulo exagerado sem a sustentação necessária para tirar a aeronave do solo. Isso deve ser evitado com a revisão dessa velocidade de rotação por ambos os tripulantes antes da decolagem, e do callout (o piloto monitorando, “canta” para o piloto operando, determinada informação) das velocidades.

Além disso, cada modelo de aeronave possui uma técnica particular de “rotação” que deve ser rigorosamente cumprida pela tripulação. Embora a pergunta se refira ao tailstrike na decolagem, estatisticamente 65% desses eventos ocorrem no pouso. Geralmente é leve, e não é uma situação de emergência, porém irá exigir o retorno da aeronave e parada para manutenção.

Curiosidade: uma manutenção mal executada em um 747 da Japan Airlines após um tailstrike, foi responsável por anos. Esse avião teve uma ruptura da cauda por fadiga de material, causando um dos maiores acidentes da história, que matou 520 pessoas.

 

(Foto: My16SidedOffice / Flickr)
© RoadTrio (Foto: My16SidedOffice / Flickr)

 

| Se não é permitido fumar, porque tem cinzeiros nos banheiros?

Isso deve-se a configuração do fabricante de cada aeronave de modo que atenda a um padrão para o mundo todo. Fumar a bordo é proibido no Brasil e em qualquer território em que um avião de matrícula brasileira esteja voando, porém podem ocorrer variações de acordo com as leis de cada país. O critério de homologação da FAA foi desenvolvido na década de 70 após um acidente ocorrido com uma aeronave causado por fogo a bordo após um cigarro ser jogado no lixo convencional. Ele leva em consideração a possibilidade de, mesmo sendo proibido, alguém ainda o fazer.

| Cabelo ‘elétrico’ durante a viagem

A eletricidade estática acumulada nos cabelos é fruto do ambiente extremamente seco.

| É verdade que metade do ar na cabine é reciclado?

Sim, ele vai sendo reciclado de acordo com o sistema de ventilação e circulação de cada aeronave, mesmo estando em um ambiente pressurizado. O sistema que cria uma atmosfera habitável na cabine de jatos comerciais possui uma válvula chamada “outflow”. Essa válvula é responsável por deixar escapar o ar que é trazido para dentro da cabine, na proporção adequada para manter a pressurização. Assim, ele não faz distinção entre “ar velho” ou “ar novo”.  O ar injetado na cabine é composto numa razão de 50/50 por ar externo e ar que volta a circular na cabine, que é filtrado.

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Faltou a população fazer sua parte

23/08/2017 10:00

Passado o episódio da votação de admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção, cabe uma análise criteriosa sem influência do calor dos fatos relativos à sessão na Câmara Federal. Perdura o questionamento: por que o presidente saiu ganhador no embate legislativo, quando evidências e provas eram-lhe desfavoráveis? A resposta tem muitas variantes e argumentos. Sabidamente, aconteceu o que é costumeiro acontecer, houve a manobra política do governo com distribuição de benesses, inclusive liberação de emendas orçamentárias, na ‘undécima hora’, a parlamentares negocistas.

Todos os argumentos tentando justificar o resultado do episódio são aceitáveis, todavia no meu entendimento o elemento decisivo foi o desinteresse da sociedade que mesmo com algum grau de indignação diante dos fatos permaneceu alheia ao ponto central da questão. Acredito que se houvesse mobilização e vigorosa tomada de posição o desfecho seria outro. É bom recordar casos anteriores na nossa história política. Quando o então presidente Fernando Collor enfrentou processo de cassação e mais recentemente no impeachment de Dilma Rousseff o povo foi para as ruas, mobilizou a opinião pública e exerceu legítima pressão. No caso atual a denúncia e as provas apresentadas mostravam ser a situação de Michel Temer tão ou mais grave do que nos exemplos citados.

Temer estava mais complicado (e ainda não se encontra totalmente a salvo, há expectativa de que nova denúncia poderá ser apresentada), havia entendimento generalizado de que teria de ser punido, tanto que o governo mobilizou todas as forças disponíveis para neutralizar o processo, o que resolveu, o presidente acabou poupado, mas ficou o sentimento de frustração.

A pergunta é “por que o povo não saiu às ruas”? A conclusão pode ser preocupante: estará o povo desiludido, descrente de mudanças que possam recuperar a decência política?

Claro está que o desfecho da votação foi favorecido pelo próprio processo político, pois a oposição (leia-se PT e seus aliados) não foi enfática, preferindo prolongar o desgaste do presidente, certamente antevendo o pleito de 2018. Exponenciais lideranças empresariais igualmente se mantiveram distantes, assim como setores que concentram notórios formadores de opinião.

O fator decisivo em favor de Temer foi a ausência do povo nas ruas. A pressão popular funciona mesmo, tem força, pois os políticos, especialmente deputados, no caso, tomam cuidado em não contrariar a vontade popular. Muito provavelmente, se os brasileiros fossem às ruas a maioria dos deputados teria votado diferente. A apatia popular sinaliza para algo preocupante porque a descrença ou acomodação não ajudará em nada nas mudanças, principalmente éticas, que o país carece.

Politicamente as coisas se aquietaram e o governo está tentando implementar as reformas estruturais, portanto tem seus méritos. Porém, uma administração adequada não isenta nenhum governante de sofrer sanções quando cometer erros, notadamente se estiverem ligados a crimes como corrupção. No caso em foco, por justiça Michel Temer deveria ser condenado, julgamento que leva em consideração a boa gestão em detrimento da lisura e da decência é completamente errado. Acredito que se o povo houvesse se conscientizado disso teria se manifestado com vigor. Se a voz da sociedade se calar podem acontecer coisas piores.

Para evitar que isso aconteça o povo tem de ter pleno convencimento do peso de sua participação e da força de sua pressão. Grandes mudanças e importantes correções de rumos aconteceram a partir do engajamento popular, afinal, uma das definições da democracia é ‘governo do povo, pelo povo e para o povo’.

 

*Luiz Carlos Borges da Silveira é empresário, médico e professor. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal. 

 

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Os interesses que adulteram a reforma política

22/08/2017 13:11

As negociações sobre a reforma política transcorrem de forma intensa, porque tudo precisa estar aprovado até 7 de outubro, para vigorar em 2018. E ideias variadas vão se sucedendo. Para acomodar diversos interesses e apressar as votações, os políticos têm dado grandes demonstrações de criatividade. Por isso, o Congresso terminou se afastando da única via sensata: que seria uma reforma tópica, centrada no estabelecimento de cláusula de desempenho, para acabar com a proliferação de partidos com acesso a todas as prerrogativas das grandes e médias legendas; e a extinção das coligações em pleitos proporcionais, a fim de só serem eleitos candidatos escolhidos de fato pelo eleitor, e não mais por sobras de votos destinados a nomes conhecidos, os chamados “puxadores”. Tiririca e outros famosos.

Ajuda a decifrar toda esta barafunda a confissão esclarecedora feita pelo deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, à “Folha de S.Paulo”, de que esta reforma intrincada serve apenas de biombo para os políticos conseguirem dinheiro de financiamento de suas campanhas.

Ou seja, o centro de tudo seria o tal fundão, o fundo de financiamento da “democracia”, instrumento que empurra para o já sobrecarregado contribuinte a conta de R$ 3,6 bilhões, o equivalente a 0,5% da receita corrente líquida da União. Assim, com a recuperação da economia, a cifra subirá.

Diante da esperada reação negativa à proposta, passou-se a dourar a pílula. Uma última versão do fundo retira do projeto cifras e percentuais e joga a decisão para a Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Lá, por certo, o lobby dos políticos espera agir para aprovar os bilhões desejados. Não importam a crise fiscal, o desemprego e a queda da renda familiar.

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Há, ainda, a pressão dos interesses de pequenas legendas, que leva a que se adultere a PEC dos senadores tucanos Ricardo Ferraço (ES) e Aécio Neves (MG), segundo a qual haverá uma índice mínimo para os partidos atingirem de 2% dos votos nacionais dados para eleger os deputados. Acaba, ainda, com as coligações em pleitos proporcionais. Mas não só reduziram o percentual para 1,5%, pelo que se sabia até ontem, como, por meio de “federações de partidos”, recriaram as coligações.

Há ainda o distritão, para facilitar a reeleição do atual Congresso, e ainda inventaram o “semidistritão”, com a possibilidade troncha de ser contabilizado o voto na legenda. Um monstrengo.

No filão dos “semi”, surgiu o “semipresidencialismo”, depois de conversas no fim de semana de que participaram três presidentes: Michel Temer, da República; Rodrigo Maia, da Câmara; e Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral, também ministro do Supremo. Não é má ideia o Congresso ter mais poderes. Mas só quando os partidos estiverem fortalecidos. Esta reforma, porém, vai em sentido oposto.

 

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Primeira Edição © 2011