A ameaça que o juiz Sérgio Moro representa no Ministério da Justiça

05/11/2018 09:56

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Romero Vieira Belo

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A ciumeira em cima do juiz Sérgio Moro produz verdadeira histeria. O que querem os seus críticos? Se permanecesse à frente da Lava-Jato, lá estaria para perseguir Lula e aliados do PT. Se fosse para o Supremo Tribunal, seria uma desfeita ao Judiciário, pois ministros lá do alto se nivelariam a um simples juiz. Agora, que topou um desafio hercúleo – enfrentar a bandidagem fora do âmbito restrito da Lava-Jato – perdeu a altivez ao se meter com a política... Afinal, como Sérgio Moro deveria se comportar?

Aliás, é uma histeria por causa do Moro, o juiz com projeção mundial, ou contra o sucesso do governo Bolsonaro? Primeiro, convém saber o que desejam e pelo que torcem os inimigos do magistrado. Seu projeto, já em curso, é formar um poderoso Ministério da Justiça, capaz de combater as organizações criminosas em todo o país, em duas frentes: contra o crime comum e contra a corrupção. Mesmo porque a Lava-Jato é um processo de alcance restrito, limitado. Já um Ministério da Justiça turbinado, incorporando o Ministério da Segurança e órgãos de controle como a Controladoria Geral da União e o COAF, dará ao Brasil um organismo poderosíssimo para combater, com eficácia, a criminalidade e a corrupção em todos os seus níveis e esferas.

Por acaso, é contra isso, é contra a perspectiva de um projeto exitoso no novo cenário da segurança pública nacional, que os críticos de Sérgio Moro se alevantam e estrilam? Afinal, a migração do juiz para o núcleo do futuro governo, não deveria ser motivo de tranquilidade para Lula e seus discípulos?

Calma lá, gente. Sérgio Moro não vai se ‘eternizar’ no comando do Ministério da Justiça. Será apenas uma passagem. O cargo no governo significa, tão-somente, um estágio rumo ao Supremo Tribunal Federal. Onde, certamente, fará a grande diferença. Pois a Corte Maior, que hoje conta com um (ex)advogado petista na presidência (nunca aprovado em concurso público) passará a ter em seu colegiado o homem que abalou os alicerces da corrupção nacional e ganhou o apreço e a admiração da sociedade brasileira.

 

POSTO RELEVANTE

O cargo de ministro da Justiça, que Sérgio Moro vai assumir a partir de janeiro, já foi ocupado pelo senador Renan Calheiros durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

MAIS CADEIRAS

A Câmara de Maceió deve ampliar o número de vereadores, já para as eleições de 2020. O colegiado, atualmente com 21 integrantes, poderá ter mais 4 membros, indo para 25.

 

TRÊS ‘DISPAROS’ CERTEIROS DE ARNALDO FONTAN

Arnaldo Fontan, ex-presidente da Câmara de Maceió, desistiu de postular mandato eletivo, mas se mantém atento à cena política. Ele previu a vitória de Renan Filho, logo após Collor entrar no jogo, disse que Renan Calheiros renovaria o mandato no Senado e vaticinou vitória folgada de Bolsonaro sobre Haddad no 2º turno.

 

PONTOS CRUCIAIS

Bolsonaro já definiu nomes para tocar dois dos três setores cruciais: Paulo Guedes na economia e Sérgio Moro na segurança. Falta alguém para dar um jeito no delicado setor de saúde.

 

MORO NA POLÍTICA

Logo que Moro aceitou o Ministério da Justiça, os contras se apressaram em lembrar que, em 2016, o juiz disse que ‘nunca entraria na política’. Mas, nem a maioria do povo exigindo...

 

RENAN FILHO PODERÁ MANTER LESSA NA CÂMARA

Na formação do futuro secretariado, Renan Filho poderá chamar um dos cinco deputados federais eleitos por sua coligação. Se assim for, o ex-governador Ronaldo Lessa poderá permanecer na Câmara. O líder do PDT em Alagoas obteve mais de 54 mil votos, mas perdeu para o voto proporcional: a coligação tucana garantiu a vitória de Tereza Nelma com apenas 44 mil votos.

 

PURA BABOSEIRA

Não tendo mais como atacar Bolsonaro, a global Miriam Leitão extrapolou. Criticou o presidente pela oração que Magno Malta fez após a vitória. É o tipo de crítica que beira a idiotia.

 

E A GASOLOINA?

Incrível, mas ao longo da campanha presidencial, ninguém questionou os concorrentes sobre o que tinha em mente para estabilizar a política de preços dos combustíveis. Uma pena.

 

SÉRGIO MORO NO SUPREMO TRIBUNAL

Engana-se, redondamente, quem está pensando que a Lava-Jato vai se fragilizar com a saída do juiz Sérgio Moro. Não vai porque Moro vai continuar combatendo a corrupção, no Ministério da Justiça e Segurança, e não vai porque, logo, logo o magistrado que o PT odeia vai prolatar sentenças no Supremo Tribunal.

 

FOLHA NA OPOSIÇÃO

Desde que se tornou um jornal de oposição, a Folha de S. Paulo deixou de lado a isenção que marcou sua trajetória na imprensa brasileira. Na eleição deste ano, a Folha se declarou de vez.

 

ANTES E DEPOIS

Mas os tempos mudam. Durante a campanha, as cutucadas da Folha ecoavam em outros órgãos da mídia. A bola estava em campo. Agora, com o jogo encerrado, a Folha ficou sozinha.

 

O FIM DE UMA EXCRESCÊNCIA ELEITORAL

Com o fim das coligações, aprovada pelo Congresso para valer a partir de 2020, o voto proporcional deixará de existir. Passa a valer o voto majoritário nas eleições legislativas. Ou seja, ganha quem tiver mais votado. Nesta eleição de 2018, muitos candidatos se elegeram com menos votos do que concorrentes beneficiados pela soma de sufrágios obtidos pelas coligações.

 

Primeira Edição © 2011