A liderança de Lula e a tese do Major Luiz

05/11/2017 10:41

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Romero Vieira Belo

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As pessoas têm se perguntado como e por que o ex-presidente Lula, alvo de inúmeras denúncias e já condenado pela Justiça, segue liderando as pesquisas sobre a sucessão presidencial. Um mistério? Um teorema indecifrável? Um enigma insondável? Nada disso. A situação é simples e de fácil explicação.

Luiz Cavalcante, o ‘major Luiz’, político que fez história em Alagoas como governador e como senador, disse certa vez: “O governante, por pior que seja, contará sempre com o apoio de um terço do eleitorado”. Sábia definição. São os amigos, aliados, correligionários, assessores e, por que não, a parcela de pessoas beneficiárias de seus atos e ações.

Pois bem. As pesquisas que mostram Lula à frente de todos os concorrentes, mostram também o chefe petista estacionado em 35% dos votos declarados. Às vezes empatado com a soma dos adversários. Não é demais, a bem da verdade, para quem governou o país em dois mandatos seguidos e ainda decidiu a própria sucessão, impondo uma candidata ‘desconhecida’.

Nenhum presidente brasileiro foi tão populista quanto Lula. Populista ao estilo de um Hugo Chávez, que nunca pensou em governar o povo e dar sua contribuição à democracia, mas em se perpetuar no poder. Na Venezuela funciona como ditadura civil. Aqui, por imposição constitucional, Lula teve de se alternar com Dilma para voltar em seguida. Só que a companheira o traiu e se negou a ceder a vez ao chefe. Resultado: para se reeleger, a antiga guerrilheira destroçou a economia e afundou o país numa crise jamais vista. Então, o que faz Lula? Tenta voltar, busca retomar seu projeto de poder perpétuo. Mas não dá com só 35% de apoio.

Eis a explicação. E para quem acha que é muito, cabe lembrar que, ao deixar o governo, Lula tinha 86% de aprovação. Ou seja, contava com mais de 50% dos eleitores que hoje o apoiam.

 

SEM UNANIMIDADE

O alto tucanato tem toda a razão. Renan Filho não exercerá o monopólio da sucessão. Jamais. Dos 34 partidos registrados, no máximo, uns 25 marcharão com o governador.

 

LULA DECIDIU

A volta do PT ao governo de Renan Filho não está se dando pela vontade de Ricardo Barbosa ou do deputado Paulão, mas por expressa recomendação do ex-presidente Lula.

 

A MISSÃO DE OMAR COELHO NO PODEMOS

Novo homem forte do Podemos em Alagoas, o advogado Omar Coelho está focado em dois objetivos: organizar e fortalecer a legenda no Estado e preparar o terreno para a campanha do presidenciável Álvaro Dias. Depois disso, analisará o cenário e definirá que mandato deverá buscar na eleição de 2018.

 

SÓ PICUINHA

Temer conduz bem o governo, mas está cercado de encrenqueiros. Retirar R$ 4,00 do novo salário mínimo, sob o argumento de que é regra da lei, só expõe o presidente a críticas. Justas.

 

MARCA REGISTRADA

A propósito, da mesma forma que Lula ficou estigmatizado como o presidente que taxou os aposentados, Temer será lembrado por ter elevado a alíquota da Previdência para 14%.

 

SILVANO DECEPCIONADO COM A POLÍTICA

Em contato com a Coluna, o vereador Silvano Barbosa antecipou que não pretende disputar as eleições do ano que vem. “Muito decepcionado com a política”, justificou. Eterno prefeito comunitário do Complexo Benedito Bentes, Silvano Barbosa é um dos vereadores mais atuantes de Maceió e seu nome tem sido especulado para disputar vaga na Assembleia Legislativa.

 

13ª ASSEGURADO

O funcionalismo público do Estado pode dormir sossegado. O secretário George Santoro já adiantou que a Fazenda tem caixa para pagar o 13º salário sem incorrer em qualquer atraso.

 

RUI TRANQUILO

Aliás, o Rui Palmeira também está tranquilo quanto ao pagamento da gratificação natalina aos servidores do Município. O prefeito diz que já vem pagando na data de aniversário de cada servidor.

 

O MINISTRO QUE DECIDE SEGUNDO A LEI

Polêmico, controverso, Gilmar Mendes tem sido alvo de críticas e apupos por cumprir a lei. É o ministro que decide sempre de acordo com a Constituição, da qual o Supremo Tribunal deve ser guardião. Claro que, às vezes, toma decisões equivocadas, mas o faz olhando para a lei, e não para atender o ‘clamor’ da plateia.

 

SÉRGIO CABRAL

Por exemplo: criticou-se Gilmar por ter impedido que o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fosse transferido para uma prisão federal por suposta ameaça a um juiz.

 

SÉRGIO CABRAL 2

Ora, como questiona o colunista Reinaldo Azevedo, por que Cabral está preso? Já foi condenado, sim, mas só em primeira instância. E o que diz a legislação penal sobre o assunto?...

 

MELHOR NÃO COMPLICAR AINDA MAIS

O presidente Temer já foi advertido para não insistir em punição para os infiéis da segunda denúncia. É simples: o pior já passou, o presidente está livre, e acontece que o governo precisa de votos para aprovar matérias vitais como a reforma tributária e a da Previdência. E voto de infiel vale tanto quanto do leal.

Primeira Edição © 2011