Temer não cai, mas se cair...

26/06/2017 20:18

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Romero Vieira Belo

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O golpe em curso – uma espécie de ‘troco’ da esquerda contra a direita – não terá fôlego para derrubar Michel Temer. Muito simples. Por que um Congresso Nacional ‘corrompido’, como afirma a esquerda sequiosa, iria desbancar um ‘colega’ do cargo com o qual está dando jeito na economia desintegrada por Dilma?

A pressão é grande, mas Temer não cairá porque quem vai decidir o seu futuro é a Câmara dos Deputados, e não ministros do Supremo Tribunal ou procuradores da República, a exemplo do deslumbrado Rodrigo Janot em fim de carreira no comando da PGR..

Se alguém estiver achando que será fácil emplacar uma ação – seja de natureza criminal ou política – contra Temer, atenção para os números:

- Para aprovar a abertura de um processo no Supremo Tribunal ou de impeachment no Senado Federal, a oposição terá que se virar reunir 342 votos. Dois terços da Câmara.

- Por outro lado, para evitar que uma ou outra proposta seja aprovada, Temer precisa de apenas 171 votos.

Vai-se dizer que o povo na rua, as centrais sindicais, as esquerdas mobilizadas - tudo isso acabará inibindo deputados favoráveis ao presidente. Não é bem assim. Se uma parcela dos 342 se ausentar, Temer fica e fim de conversa. Também.

Agora, veja: os que tentam tirar Temer sabem que, hoje, a ‘tendência popular’ é pela volta de Lula. Ou seja, querem derrubar um presidente sem processo instaurado, até agora, para colocar um com seis nas costas. Faz sentido?

E o que disse o mafioso Joesley Batista? Todo mundo ouviu e entendeu: que Temer comanda uma organização criminosa e que Lula – a salvação nacional, para as esquerdas – foi quem institucionalizou a corrupção no Brasil.

Mais clareza? Vai aqui: Lula, segundo o empresário corrupto que conseguiu convencer o ministro Edison Fachin e o procurador Rodrigo Janot, foi que quem transformou a corrupção – o roubo do dinheiro público – em instituição nacional.

Outra questão é que o povo não é bobo, como muitos ainda pensam. Os protestos de rua contra Temer – bem ao contrário das manifestações contra Dilma – só conseguem atrair e reunir militantes da CUT. O povo, em que pese a overdose global de ‘notícias’ negativas contra Temer, sabe que o Brasil foi recolocado nos trilhos e está no caminho certo.

Pois é. Não existe um indicador econômico novo ou recente negativo. E o principal deles – a inflação – despencou de vez, numa demonstração de que o mercado, a cadeia produtiva está confiante em Temer e nas reformas estruturais.

Agora, se por vontade própria, o presidente decidir renunciar, aí sim, a nação verá a balbúrdia, a baderna generalizada, enfim, a desordem institucionalizada.

Primeira Edição © 2011