Após tentativa de fuga, detento é baleado por agentes em Alcaçuz

23/01/2017 12:22

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G1

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O clima em Alcaçuz ainda é de tensão, onde detentos estão rebelados desde o último dia 14. Nesta segunda (23), a Secretaria de Justiça e da Cidania do Rio Grande do Norte (Sejuc) confirmou uma tentativa de fuga durante a madrugada na unidade. Um preso foi baleado e socorrido. Outros, que também tentavam escapar, recuaram. Alcaçuz fica em Nisía Floresta, cidade da Grande Natal.

Agentes do presídio, o maior do estado, evitaram a fuga do primeiro preso que foi baleado no braço ao tentar pular de um dos alojamentos por uma rede pendurada do lado de fora. Por conta da ação, outros presos desistiram da fuga.

Nesta segunda, policiais da Força Nacional e agentes penitenciários encontraram um terceiro túnel escavado para fuga de detentos. A Sejuc afirma que ninguém fugiu.

No domingo (22), um policial da Companhia de Policiamento de Guarda (CPGD) divulgou um vídeo denunciando as condições precárias das guaritas em Alcaçuz.

Rebeliões
Os presos estão rebelados desde o dia 14, quando pelo menos 26 detentos foram mortos. Na quinta (19), após novo enfrentamento em Alcaçuz, muitos presos ficaram feridos. A PM confirmou que há novos mortos dentro da unidade, mas não informou o número.

No último sábado (21), enquanto um muro de contêineres era posicionado dividindo as facções, equipes do Instituto Técnico de Perícia (Itep) encontraram e recolheram duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.

Os contêineres, cada um com 12 metros, formarão um muro de concreto de 90 metros de extensão. O governo diz que que a construção de um muro permanente no local levará 15 dias.

Em Alcaçuz, detentos circulam livremente dentro dos pavilhões desde março de 2015, quando uma série de rebeliões destruiu as grades das celas. Na manhã desta segunda-feira, os detentos continuam no telhado.

Presos soltos e armados
Para a Polícia Militar, a missão de separar os presos com o muro objetiva "preservar vidas". Foi o que disse o comandante geral da corporação, coronel André Azevedo, em entrevista no final da tarde do sábado após a primeira fileira de contêineres ficar pronta. Apesar disso, os detentos permanecem soltos e armados.

Ainda durante a entrevista, o comandante destacou que caçambas recolheram uma grande quantidade de entulhos e muitas barras de ferro que eram usadas como armas pelos presos. Mas, não deu prazo para que o Estado faça uma intervenção em busca de armas de fogo e armas brancas.

Primeira Edição © 2011