Sem dinheiro para manutenção Samu não atende população no interior

Prefeitos alegam que sozinhos se torna inviável manter atendimentos a quem precisa do socorro

20/05/2016 12:34

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Redação

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Um novo estudo divulgado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas, (Cosems), revela que 13 bases descentralizadas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, (Samu), no Estado, estão com as ambulâncias paradas há cerca de dois meses.

As bases são mantidas pelas prefeituras das cidades que segundo o presidente da Associação dos Municípios de Alagoas, (AMA), prefeito Marcelo Beltrão, não tem dinheiro para o combustível e manutenção das ambulâncias. O prefeito também citou que diante da crise econômica no país se torna inviável que os municípios sejam os únicos responsáveis pelo pagamento das equipes médicas, pessoal de apoio, aluguel dos prédios e outros encargos.

Na manhã da quinta-feira (19), liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev-AL), servidores  do Samu em Arapiraca, Agreste alagoano, paralisaram os atendimentos durante várias horas. Durante o protesto os servidores reivindicam medicamentos que estão em falta, além de equipamentos, ambulâncias e alimentação.

A representante do Sindprev em Arapiraca, Cícera Costa, denunciou que das seis ambulâncias do órgão, distribuídas entre as Unidades de Suporte Avançado (USA) e Unidades de Suporte Básico (USB), apenas quatro funcionam.

A técnica em enfermagem denunciou ainda que os pneus das viaturas não são trocados e sempre furam durante os socorros. Ela citou que algumas das ambulâncias correm o risco da porta cair e que os funcionários do órgão não estão recebendo a alimentação há mais de uma semana.

No início do mês o ex-ministro da Saúde em exercício, Agenor Álvares da Silva, afirmou que os recursos federais para Farmácia Popular e para o Samu só dariam até agosto. Depois disso, uma solução urgente teria de ser encontrada para financiar os dois programas no país.

Álvares da Silva, enquanto estava no cargo, confirmou também que os recursos não seriam suficientes para honrar compromissos de procedimentos de média e alta complexidade, como cirurgias e internações.

A dificuldade no pagamento de contas é fruto de uma redução na previsão do orçamento para o Ministério da Saúde em 2016, no valor de R$ 5,5 bilhões.

Primeira Edição © 2011