Moro bloqueia R$ 5,35 milhões de ex-senador preso na Lava Jato

Gim Argello (PTB-DF) foi preso nesta terça na 28ª fase da operação

12/04/2016 14:09

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G1

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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, determinou na manhã desta terça-feira (12) o bloqueio de R$ 5,35 milhões das contas e aplicações financeiras do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Alvo da 28ª fase da Lava Jato, ele foi preso nesta manhã preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado.

Além disso, foram determinados os bloqueios de igual valor da empresa Argelo & Argelo Ltda, da mesma quantia da Garantia Imóveis Ltda e ainda mais R$ 5,35 milhões da Solo – Investimentos e Participações Ltda. Todas estas empresas ficam em Brasília e têm o ex-senador Gim Argello como sócio. O valor total de bloqueio nas três empresas é de R$ 16,05 milhões.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Gim Argello é suspeito de cobrar propina para evitar convocação de empresários a comissões parlamentares de inquérito em 2014 e 2015. Ele foi senador entre 2007 e 2015.

O MPF afirma que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS – as duas empreiteiras são investigadas na Lava Jato. Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha aparentemente legais.

O juiz também pediu o bloqueio de R$ 5,35 milhões de Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Gim. Paulo Cesar Roxo Ramos foi preso temporariamente nesta nova etapa da operação. O prazo da prisão temporária é de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, caso a Justiça considere necessário.

RESUMO DA 28ª FASE

Objetivo: investigar obstrução da CPI e da CPMI da Petrobras (2014 e 2015).
Mandados judiciais: 23, sendo 2 de prisão temporária, um de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva.
Preso preventivamente: ex-senador Gim Argello (PTB-DF).
Presos temporariamente: Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Gim, e Valério Neves Campos, secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Conduzidos coercitivamente: Jorge Argello Júnior, filho do ex-senador Argello, e os executivos da OAS Roberto Zardi Ferreira Jorge, Gustavo Nunes da Silva Rocha, Dilson de Cerqueira Paiva Filho e Marcos Paulo Ramalho.

Outro lado
O advogado do ex-senador Gim Argello, Marcelo Bessa, disse que ainda não teve acesso ao processo e que, por isso, não vai se pronunciar.

Em nota, a OAS informa que "estão sendo prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em sua sede em São Paulo, na manhã desta terça-feira. A empresa reforça que está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações".

 

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