Prevenir é a melhor forma de combater as doenças renais

HGE é a unidade de referência para o atendimento de portadores de Insuficiência Renal Aguda grave em Alagoas

20/03/2016 10:09

A- A+

Agência Alagoas

compartilhar:

Os rins são dois órgãos pequenos responsáveis por funções vitais ao organismo e se caso adoecem, comprometem o bom funcionamento do corpo. É no Hospital Geral do Estado (HGE) que os portadores de Insuficiência Renal Aguda (IRA) grave em Alagoas encontram o atendimento necessário de referência. 

Em um adulto, os rins podem medir até 13 cm de comprimento, 7,5 cm de largura, 3 cm de espessura e pesar até 170g; ele tem o formato semelhante a um grão de feijão. E o não funcionamento desse órgão, segundo a nefrologista Luciana Sampaio, pode causar sérios prejuízos ao organismo.

“Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico, com retenção de sódio, potássio levando a hipervolemia [sobrecarga de líquidos], edemas e dispnéia [falta de ar]. Podem acontecer dormências no corpo, arritmias cardíacas, desequilíbrio no pH sanguíneo, retenção de substâncias que deveriam ser excretadas e ficaram retidas, o que pode causar intoxicação. Entre outros problemas, o mau funcionamento dos rins podem até levar o doente ao estado de coma”, alertou a nefrologista. 

A médica acrescenta ainda que o mau funcionamento dos rins também pode causar deficiência na produção de alguns hormônios, como a eritropoetina. “Esse hormônio é responsável pelo estímulo da produção de sangue. Sua ausência gera uma anemia severa e altera a produção de angiotensina, levando ao descontrole da pressão arterial”, explicou ela.

No HGE são atendidos todos os pacientes que não possuem condições clínicas de serem transferidos para serviços de nefrologia existentes em outras unidades em Alagoas, uma vez que sua maioria necessita de UTI com suporte ventilatório. 

A nefrologista Luciana Sampaio pontua que os casos agudos correspondem a um processo patológico que tem início súbito, desenvolvimento rápido com comprometimento importante na sobrevida do paciente.

“Esta patologia geralmente é secundária a quadros de hipovolemias com diminuição do fluxo sanguíneo renal, como nas hemorragias, nas desidratações  - que podem ser causadas por gastroenterites, vômitos, queimaduras, baixa ingestão de líquidos, uso inadequado de diuréticos, diabetes mellitus descompensada, diabetes insípidus, uso de drogas nefrotóxicas, contrastes, infecções, processos obstrutivos do sistema urinário”, enumerou.

A recuperação desses doentes, conforme a nefrologista, acontece quando recupera-se a função renal e elimina-se o fator causador. “Este quadro difere da Insuficiência Renal Crônica, pois esta tem perda progressiva da função renal e duração de pelo menos 3 meses. Suas causas estão geralmente ligadas a diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, glomerulopatias, doença renal policística e outras causas. Não havendo recuperação da função renal, o paciente é submetido a tratamento de hemodiálise [filtração artificial do sangue através da máquina de hemodiálise] ou de um transplante renal”,  disse.

Primeira Edição © 2011