Secretário denuncia que médicos não foram trabalhar no Carnaval

Após serem recusadas por maternidades gestantes pediram ajuda da polícia para terem direito ao atendimento

12/02/2016 07:28

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Redação

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O não atendimento a gestantes, algumas de situação de alto risco, durante a noite da terça-feira, (9) e madrugada da quarta, (10), em maternidades de Maceió, segundo o secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nono, foi por culpa de alguns médicos que não foram trabalhar.

O caso ganhou repercussão após as gestantes e familiares irem até a Central de Flagrantes I, localizada no bairro do Farol, onde fizeram um Boletim de Ocorrência, (BO) e pedirem ajuda aos policiais de plantão para serem atendidas.

As gestantes relataram que ao chegarem nas maternidades Santa Mônica, pertencente a Rede Estadual de Saúde, Hospital Universitário, da Universidade Federal, (Ufal), e nas particulares Nossa Senhora da Guia e Hospital do Açúcar as explicações sempre eram as mesmas. As unidades estavam lotadas.

O que chamou a atenção é que as mulheres portavam o encaminhamento do Complexo Regulador de Maceió, (Cora), o que deveria garantir o atendimento.

Mas segundo o secretário municipal a versão da maioria das maternidades não é verdadeira. Thomaz Nono diz que um relatório do CORA aponta que vários médicos faltaram ao trabalho no plantão de carnaval.

“Em quase 100% dos casos, não tinha obstetra, médico", afirmou o secretário que garantiu que o município vai apurar a situação em cada maternidade, seja pública ou particular.

Nono explicou também que o problema de vagas é de inteira responsabilidade das maternidades. Ele citou que existem em Maceió 262 leitos contratados e pagos pelo serviço, mas que em geral, a responsabilidade é única e exclusiva da direção de cada unidade hospitalar.

Na quinta-feira, (11), em algumas das mesmas maternidades denunciadas a versão da superlotação era mantida.

 Nas Unidade de Terapia Intensiva, (UTI), e a Unidade de Cuidados Intensivos, (UCI), do HU, localizado no Cidade Universitária, servidores do hospital informaram que há mais bebês do que o número de leitos disponíveis.

Na Maternidade Escola Santa Mônica, no bairro do Poço, a explicação era a mesma. Segundo a assistente social de plantão a unidade está com 27 bebês, para apenas 26 leitos.

Enquanto isso no Hospital Nossa Senhora da Guia, também no Poço, a informação foi que dos 10 leitos disponíveis, 9 estão ocupados. No Hospital do Açúcar, localizado no Farol, a única vaga disponível é para convênio e os oito leitos já ocupados são para pacientes do Sistema Único de Saúde, (SUS).

Não alheia a situação a Defensoria Pública do Estado de Alagoas, por meio do Núcleo de Direitos Humanos, Difusos e Coletivos, quer informações sobre a lotação ocorrida na Maternidade Santa Mônica durante o período carnavalesco.

A fim de esclarecer as denúncias das gestantes que não foram atendidas na Santa Mônica a Defensoria quer que o Estado e a direção da maternidade apresente as escalas diárias do plantões e a explicação para a recusa do atendimentos dos casos de alto risco.

Em dezembro passado a Santa Mônica voltou a funcionar após mais de um ano em reformas.

Naquele mês a Secretaria Estadual de Saúde, (Sesau), divulgou que a forma de acesso das gestantes para atendimento na Santa Mônica seria através do encaminhamento do Cora. O primeiro atendimento, conforme Nota à imprensa, explicava que as mulheres com gravidez de alto risco deveriam inicialmente procurar as maternidades dos Hospital Santo Antônio, Nossa Senhora Fátima, Nossa Senhora da Guia ou Hospital do Açúcar. Sendo confirmado o alto risco da gravidez a gestante seria encaminhada à Santa Mônica ou Hospital Universitário, de acordo com a disponibilidade de leitos e mapa de vinculação de gestantes.

Primeira Edição © 2011