Médica da Santa Casa alerta como identificar e tratar a pneumonia infantil

11/08/2014 06:06

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Divulgação

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Quem tem filho pequeno conhece bem a rotina de cuidados para que uma simples gripe não evolua para uma pneumonia. Pode parecer exagero, mas nunca é demais seguir algumas regras e ficar atento aos sintomas tão comuns nas crianças em qualquer época do ano, mas que são mais constantes no inverno.

De acordo com a pediatra e pneumologista Ana Claudia Dowsley, os sintomas são muito parecidos com viroses e gripes, o que pode dificultar a avaliação das mães e pais. "As pneumonias nas crianças são as principais causas de internamento e de óbito na idade infantil. Tosse, cansaço e febre são comuns nos quadros virias e podem ser confundidas com outras infecções respiratórias na infância. O que ajuda a diferenciar uma gripe de uma pneumonia, por exemplo, é o modo como as crianças se comportam durante os cuidados em casa. Se elas ficam muito quietas, sem querer comer e com dificuldade para respirar, pode indicar a instalação da doença", alertou.

Sejam virais ou bacterianas, as pneumonias são preocupantes, independente da idade da criança. Mas os riscos de complicações são maiores para as que estão na faixa etária de 0 a 2 anos por terem um sistema imunológico ainda imaturo. Se não for tratada de forma correta, elas podem evoluir, complicar e se tornar mais graves, já que as defesas não estão amadurecidas.

Com as vacinas essa incidência diminuiu bastante. A rede pública fornece a vacina pneumocócica que protege de dez sorotipos do pneumococo; já na rede privada temos outra vacina que protege de 13 sorotipos. "Crianças bem nutridas e vacinadas têm menos chances de adoecer de pneumonia. Por serem pequenas, elas não sabem expectorar as secreções, então quanto mais elas forem hidratadas, melhor. A higienização nasal, feita com soro fisiológico, também ajuda", destacou Ana Cláudia Dowsley.

De acordo com a pediatra, apesar de termos um inverno mais ameno, com oscilação de temperatura quente e úmida, a propagação de vírus e bactérias é favorecida. Nesse período, os pais costumavam levar seus filhos para locais fechados como shoppings e parques climatizados.

O perigo das medicações

Ao sinal dos primeiros sintomas de gripes, viroses ou resfriados, muitos pais ou responsáveis fazem uso de medicamentos que são vendidos sem prescrição médica. Segundo a pediatra e pneumologista Ana Claudia Dowsley, a prática é perigosa como no caso do uso dos antitussígenos que prendem as secreções iniciais e podem fazer com que o quadro evolua para uma bronquite. "Os antiflamatórios também são muito usados. Eles dão a sensação de melhora inicial. A febre cessa, porém diminui a resposta imunológica do organismo para combater o agente agressor".

No resfriado simples, a criança coriza, espirra e fica menos ativa, mas essa condição dura poucos dias. Nesse caso, a vacina da gripe não protege. Já a gripe é um quadro mais sério. A criança tem febre mais alta, mais secreção, tosse, fica mais debilitada, mas se ainda se alimenta. Se não for bem tratada, a gripe pode evoluir com complicações, como sinusites, bronquites e até mesmo uma pneumonia.

"Uma das primeiras coisas que a mãe pode observar no seu filho é se ele está comendo razoavelmente bem. Se ele estiver ativo, brincando, espertinho, então não é grave. Mas se a criança não quer comer, beber e apresenta uma respiração dificultosa, não necessariamente cansada, pois ela pode estar mais rápida, esses primeiros sinais devem ser avaliados por um médico", alertou a pediatra.

Recuperação

No tratamento da pneumonia bacteriana, o antibiótico é usado por um período de sete a dez dia. Em crianças bem alimentadas e hidratadas, a doença é curada e, em geral, não deixa sequelas. Em adultos, a doença pode causar fibrose, brônquios dilatados (bronquiectasias), entre outras complicações.

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