Miss é baleada durante protestos na Venezuela

Génesis Carmona, de 23 anos, participou da manifestação massiva em apoio ao opositor Leopoldo López; De acordo com testemunhas, incidente aconteceu quando grupo de motoqueiros armados começou a atirar

19/02/2014 09:07

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O Globo

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CARACAS — Génesis Carmona, Miss Turismo de Carabobo de 2013, era mais uma estudante que protestava na cidade de Valencia, na Venezuela, quando foi baleada na cabeça na noite de terça-feira. Levada para o hospital por manifestantes, a estudante, de 23 anos, está em estado crítico na UTI da clínica Guerra Méndez, onde os médicos disseram que a bala não pode ser removida do crânio por ser de alto calibre. Doadores de sangue foram convocados pelas redes sociais.

Na terça-feira, Génesis participou da manifestação massiva em apoio ao opositor Leopoldo López, preso após se entregar durante a marcha. A estudante da Universidade Tecnológica saiu para protestar pedindo mais segurança nos campus e no país em geral.

— A única coisa que ela fez foi exigir seu direito constitucional de querer um país melhor. Agora, luta pela vida — disse ao GLOBO Josué Hidalgo, que cuida da página do Facebook da miss. Ele confirmou que Génesis precisa de doações de sangue. — Há muitos boatos no Twitter desde ontem (terça-feira). Inclusive dando conta de que ela teria morrido, o que não é verdade.

De acordo com testemunhas, o incidente aconteceu quando um grupo de motoqueiros armados começou a atirar. Sem ambulâncias na região, um homem levou a miss em sua moto para a clínica. A imagem correu as redes sociais. No Twitter, circulam outras fotos impactantes da jovem entubada no hospital, além da radiografia do seu crânio. No total, nove jovens ficaram feridos.

Em sua página, uma mensagem postada nesta quarta-feira pede para que as orações continuem:

“Génesis Carmona continua na CTI. Elevemos nossas orações, fiquemos de joelhos e oremos por Génesis e pela Venezeula”.

Eugenio Fernández, amigo de infância da estudante, contou que caminhava ao seu lado quando ela foi baleada.

- Estávamos procurando a irmã e o namorado dela, quando ela caiu de repente. Não vi o sangue na hora. Levantei Génesis do chão, e quando a carregava, um outro amigo me tirou dos braços. Só naquele momento me dei conta que estava com as mãos cheias de sangue. Achei que o tiro tinha atingido as costas, mas percebi que tinha sido na cabeça - contou.

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