MP denuncia suspeitos de atirar rojão que matou cinegrafista no Rio

Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos de 22 anos, estão presos desde a semana passada no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense.

17/02/2014 14:34

A- A+

Uol

compartilhar:

O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) ofereceu à Justiça, nesta segunda-feira (17), denúncia contra os dois suspeitos de acenderem o rojão que atingiu e matou o cinegrafista da "Band" Santiago Andrade. Eles foram denunciados por homicídio doloso, triplamente qualificado --por motivo torpe, pela impossibilidade de defesa da vítima e pelo emprego de explosivo-- e por crime autônomo de explosão.

Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos de 22 anos, estão presos desde a semana passada no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense. Segundo a denúncia, "Fábio e Caio foram caminhando, lado a lado, com camisas enroladas na cabeça, estando Fábio ainda se utilizando de uma máscara à prova de gás, até próximo ao local onde o rojão foi acionado. Fábio, então, entregou o artefato para Caio e se posicionou de forma a poder observar o resultado de sua ação criminosa. Caio colocou o rojão em um canteiro e o acionou, afastando-se correndo do local".

Outro trecho do documento narra uma divisão de tarefas mantida entre eles, "com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu".

O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) afirmou que a denúncia já foi encaminhada para um juiz criminal, cujo nome não foi divulgado. O inquérito da Polícia Civil sobre o caso, entregue na última sexta-feira (14) pelo delegado da 17ªDP (São Cristóvão), Maurício Luciano de Almeida, foi avaliado pela promotora Vera Regina de Almeida, titular da 8ª Promotoria de Investigação Penal. Ela dispunha de até cinco dias úteis para decidir se ofereceria denúncia ao TJ-RJ.

No inquérito, o delegado Maurício Luciano pediu a conversão de prisão temporária para preventiva de Caio e Fábio e indiciou os dois por homicídio doloso qualificado e pelo crime de explosão. Se condenados, os dois podem receber pena de até 35 anos de reclusão.

Primeira Edição © 2011