Como conter a violência em Alagoas? Integrantes de segmentos representativos da sociedade, como Polícia Militar e Assembleia Legislativa, insistem em denunciar a onda de criminalidade, mas sem apontar soluções para o gravíssimo problema.

Na semana que passou, durante debate no plenário da ALE, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) acusou o coronel Dário César de ter as “mãos sujas de sangue”, por causa dos crimes que estão ocorrendo e pediu a substituição do secretário de Defesa Social, mas não indicou um nome capaz de dominar os bandidos.

O parlamentar afirmou que os homens que comandam a segurança pública de Alagoas não têm competência para cumprir suas atribuições, mas não comentou que o fracasso do ‘Brasil Mais Seguro’, em Alagoas, é responsabilidade também do governo federal, que lançou o Plano aqui em parceria com a gestão estadual.

O governo do PT, de Lula a Dilma, é acusado de não encarar a questão da segurança com a devida seriedade, tanto que até hoje o Palácio do Planalto não teve a iniciativa de enviar ao Congresso Nacional uma proposta de vincular recursos do orçamento para o setor, a exemplo do que ocorre com a saúde e a educação.

O deputado Ronaldo Medeiros está certo quando protesta contra a violência, mas se não aponta alternativas, se não propõe saídas para a realidade criminal do Estado, seu discurso vira mote político: quem ele sugere colocar no lugar de Dário César para enfrentar a criminalidade que assola o Estado?

A falência do ‘Brasil Mais Seguro’ representa o fracasso da própria política federal de segurança pública, já que o programa lançado aqui em junho do ano passado seguiu diretrizes traçadas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da secretária nacional de Segurança, Regina Miki, os quais têm vindo a Alagoas periodicamente para acompanhar a execução do plano.