Grupo de Toledo é maioria e deve eleger a nova Mesa da Assembleia

Mesmo sem o voto dos deputados destituídos, situação deverá indicar todos os nomes do novo comando

04/11/2013 05:59

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Luciana Martins - Jornal Primeira Edição

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Mesmo afastados e sem direito a voto, os deputados que integravam a Mesa destituída, liderados por Fernando Toledo (PSDB) formam o bloco majoritário da Assembleia Legislativa e deverão ter influência decisiva na eleição da nova diretoria do Poder Legislativo.

Dos 19 deputados aptos a eleger a futura Mesa, a oposição contaria hoje com Judson Cabral (PT), Olavo Calheiros (PMDB), Ronaldo Medeiros (PT), Flávia Cavalcante (PMDB), João Henrique Caldas (Solidariedade), Isnaldo Bulhões (PDT) e Marcos Madeira (PT).

Os governistas são maioria e os nomes mais cotados para a presidência, nesse momento, são os de Joãozinho Pereira (PSDB), Gilvan Barros (PSDB) e Jéferson Morais (DEM).

DECISÃO RÁPIDA

Não demorou mais de 48 horas, entre o anúncio da ação cautelar do Ministério Público e a decisão judicial que destituiu a Mesa Diretora da Assembleia. O pedido do MPE foi acatado por uma comissão de oito juízes, designada pelo Tribunal de Justiça.

A rapidez da decisão levou advogados e observadores a concluir pela existência de elementos probatórios suficientes para justificar a posição do Ministério Público diante de um assunto da maior gravidade (nesses casos, há sempre quem ache que está havendo ingerência de um poder na competência de outro).

A decisão judicial destituiu da Mesa os deputados: presidente Fernando Toledo (PSDB), 1º vice-presidente Antônio Albuquerque (PT do B), 2º vice-presidente Sérgio Toledo (PDT), 3º vice-presidente Jota Cavalcante(PDT), 1º secretário Maurício Tavares (PTB), 2º secretário Marcelo Victor (PTB), 3º secretário Marcos Barbosa (PPS) e o 4º secretário Dudu Hollanda (PSD).

DIFERENTE DE 2008

Em 2008, no rastro da Operação Taturana que desarticulou um esquema de desvios de dinheiro da Assembleia, o juiz Gustavo Lima apenas destituiu a Mesa Diretora então presidida pelo deputado Antônio Albuquerque, mas houve desdobramento: os deputados recorreram ao Tribunal de Justiça e perderam mais ainda: o relator do processo, Antônio Sapucaia (hoje aposentado), não só manteve a sentença do juiz singular como ainda decretou o afastamento de todos eles do exercício do mandato parlamentar.

Agora, o Ministério Público pediu as duas coisas – a destituição e o afastamento do mandato – mas os juízes decidiram manter os parlamentares na Casa, porém sem direito a votar ou ser votado. Ou seja, ficarão como figuras decorativas, apenas recebendo os subsídios.

DEZENOVE VOTOS

Começou no final de semana a contagem dos 30 dias determinados para a eleição da nova Mesa da Assembleia. Os preparativos do pleito serão conduzidos pela deputada Flávia Cavalcante, primeira suplente que, nesse período, responderá pela presidência da Casa.

Dos 27 deputados que compõem o plenário da Assembleia, apenas 19 participarão da eleição, uma vez que os oito integrantes da Mesa destituída estão impedidos de voltar e de se candidatar.

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