Dilma poderá ter de escolher entre Renan e Benedito Lira

Cenário começa a projetar confronto entre os dois senadores da base governista

03/06/2013 05:55

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Romero Vieria Belo - Jornal Primeira Edição

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A presidente Dilma Rousseff vai precisar de muita habilidade para montar seu palanque eleitoral em Alagoas, em busca do segundo mandato a ser disputado em outubro do próximo ano.
A equação não será fácil porque existem três possíveis candidatos à sucessão estadual, os três senadores e, por simples coincidência, todos integrantes de partidos que apóiam o governo petista: Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor (PTB).

Ainda não houve uma manifestação da presidente sobre sua preferência, mas, considerando a parceria entre PT e PMDB, no plano nacional, todas as apostas indicam que Dilma deve buscar uma fórmula que priorize a candidatura do peemedebista Calheiros.

Os analistas também levam em conta o fato de que, com a crise econômica atingindo o setor produtivo e a inflação recrudescendo, Dilma vai depender cada vez mais de decisões do Congresso Nacional, hoje sob o comando de Renan Calheiros.

Isso ficou demonstrado, nas últimas semanas, quando o Planalto precisou contar com o empenho pessoal de Calheiros para aprovar, primeiro a MP da redução da tarifa de energia elétrica, e depois a MP dos Portos.

Por enquanto, Benedito de Lira já anunciou sua intenção de concorrer ao governo, ao passo que Renan Calheiros, mesmo achando que é cedo para tratar do tema, também sinalizou que aceitará o desafio se for convocado.

O senador Fernando Collor já está em campanha desde outubro do ano passado, buscando a reeleição, mas os analistas políticos afirmam que, se por algum motivo superior Renan ficar de fora, o ex-presidente da República acabará disputando a sucessão.

Alternativa seria neutralidade

Na hipótese (bastante provável) de Renan sair candidato tendo como adversário Benedito, a presidente Dilma terá de avaliar a situação e o peso eleitoral de cada um, para só então se decidir.

Biu de Lira tem a seu favor o fato de ter vencido a eleição de senador em 2010 com votação superior à de Calheiros que, por sua vez, fez campanha pedindo o ‘segundo voto’ para o candidato progressista, a fim de conter Heloísa Helena, que iniciara a campanha liderando todas as pesquisas de intenção de voto.

Calheiros, por outro lado, além de presidir o PMDB, partido que fez o maior número de prefeitos alagoanos na eleição do ano passado, teve seu prestígio nacional dimensionado ao conquistar a presidência do Congresso Nacional (já tendo inclusive assumido interinamente a presidência da República no final de maio).

De qualquer modo, diante de um confronto entre Renan e Benedito, a presidente poderia se sentir mais à vontade para apoiar o aliado peemedebista devido a uma circunstância: o senador do PP integra o bloco político do governador Teotonio Vilela Filho, integrante do PSDB, principal partido de oposição ao governo federal do PT.

Numa outra hipótese – e dependendo da avaliação que obtiver sobre o potencial dos dois senadores, Dilma poderá optar pela neutralidade, evitando correr qualquer risco de desgaste em Alagoas.

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