O Sindicato dos Médicos de Alagoas decidiu procurar o Ministério Público de Contas para denunciar supostas irregularidades praticadas pelo Estado. O sindicato quer que a entidade investigue como o Governo contabiliza o pagamento de trabalhadores informais. A audiência com o chefe do MPC, Pedro Barbosa Neto, está marcada para a tarde desta quinta.

A informação foi anunciada pelo presidente do Sinmed, Wellington Galvão, na manhã de hoje (11), dia em que a greve dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) completa quatro meses.

Para Galvão, o Estado deve explicar como esses trabalhadores da área da Saúde estão em escala de serviços e plantões, mas não possuem nenhum tipo de vínculo empregatício com o Governo.

“O Estado tem que explicar como isso acontece. Como é feito. O Estado diz que não tem como fazer concurso nem pagar melhores salários aos efetivos, mas pode pagar salários altos para quem não tem vínculo?”, questionou.

“Nós vamos levar para o Ministério Público de Contas um relatório com todas as informações e esperamos mais agilidade. O Ministério Público de Contas é mais rápido que o Ministério Público Estadual, que também investiga o caso”, pontuou o sindicalista em entrevista.

Greve

Aos 122 dias de paralisação, a greve dos médicos não tem previsão para acabar. O Sindicato não consegue acordo com o Estado e já procurou ajuda com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por meio de articulação do Senador Fernando Collor. Apesar disso, as negociações não avançaram.

Ontem, o sindicato teve uma audiência com o Senador Renan Calheiros, presidente do Senado. Segundo o Sinmed, Calheiros prometeu ser mais um mediador entre os médicos e o Estado. A greve deflagrada em 11 dezembro de 2012 é a mais duradoura da categoria em Alagoas.