Cerca de 400 médicos da rede pública podem ser processados por abandono ao trabalho. É que a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) está investigando a ausência deles em postos de atendimento. Segundo a Sesau, se for constatada mais de 15 dias consecutivos de falta, os profissionais podem responder a processo por abandono de função.

Para o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), o governo entende que a decretação de ilegalidade da greve ampara essa pretensão. “O decreto de ilegalidade baseia-se na suposta adesão à greve de 100% dos médicos de serviços de urgência e emergência. E isso não acontece”, explica a entidade.

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”Pelo contrário, os médicos paralisaram apenas os serviços que não atendem urgências e emergências e manteve 100% dos serviços essenciais, por entender que eles já funcionam de forma precária por deficiência de médicos”, acrescenta o sindicato.

O médico Welligton Galvão, presidente do Sinmed, explicou em entrevista a TV Gazeta que nos serviços de urgência e emergência, nenhum médico aderiu à greve. "Não tinha como deixa o HGE ou Santa Mônica, por exemplo, com apenas 30% do efetivo. Por isso, nesses serviços, assim como nos demais serviços de urgência e emergência, nenhum médico aderiu à greve. Nós paralisamos apenas os ambulatórios - e ambulatório não atende casos com risco de morte", disse.

Reunião com Ministro da Saúde

Ontem o senador Fernando Collor (PTB) esteve reunido com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e entregou um o relatório do Sinmed sobre a situação da saúde e dos médicos da rede estadual em Alagoas. A reunião terminou com um agendamento de um encontro do Ministro com o presidente do Sinmed na próxima quarta-feira, 20, às 15h.

Collor havia participado de uma assembleia com os médicos na semana passada e prometeu apoio para a categoria em Brasília.