Aos 33 anos, ACM Neto (DEM) terá de enfrentar problemas financeiros, de violência e no trânsito de Salvador, que fazem "um dos momentos mais críticos" da história da cidade, diz ele.

Neto do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), ele afirma que baixará 35 decretos com "medidas duras e até impopulares".

*
Folha - Quais os principais desafios e como resolvê-los?

ACM Neto - Salvador tem infraestrutura precária, serviços públicos que funcionam muito mal e economia reprimida. O primeiro desafio é arrumar a casa, implementar novo modelo de gestão. Salvador sempre se destacou pelo orgulho do povo por sua terra. Chegou a hora de resgatar sua autoestima, de ela voltar a encantar.

Salvador tem a segunda pior receita per capita das capitais e uma capacidade de investir só 2,5% do que arrecada. Como melhorar a cidade assim?

Ainda não sabemos o tamanho da dívida que vamos receber, só a de longo prazo. Vamos suspender o pagamento de todas as despesas anteriores. Iniciar política de total austeridade fiscal, com a contenção de 20% da despesa com cargos de confiança e gratificações. Rever todos os contratos, reduzir a informalidade e modernizar o sistema de cobranças.

Por isso importou de São Paulo o secretário de Finanças de Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo Costa?

É o melhor do Brasil na área. Pela experiência que tem, fará ações para melhorar a qualidade do gasto público. Como os problemas são grandes, não vamos resolver tudo da noite para o dia. Vou tomar medidas duras e até impopulares, porque meu compromisso é fazer um trabalho de médio a longo prazo.

E o metrô, cujas obras começaram em 1999 e já foi gasto mais de R$ 1 bilhão, sem nunca funcionar?

Estamos em processo adiantado de entendimento e espero nos primeiros 90 dias encontrar uma solução definitiva, que provavelmente passa por transferir o metrô para o Estado, garantindo que ele venha a operá-lo.

Como aproveitar a Copa, em 2014?

O diferencial que Salvador pode ter, além da sua beleza natural, da sua cultura, é o Carnaval. Claro que não vamos fazer o Carnaval tradicional, mas um circuito diferente, um evento menor, de rua e voltado para ampliar a atração de estrangeiros.