Collor diz que plano de segurança está fadado ao fracasso em Alagoas

Durante entrevista, senador voltou a criticar governador e revelou que vai concorrer à reeleição em 2014

20/12/2012 08:29

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Marcela Oliveira

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Crítico contumaz da violência em Alagoas, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) voltou a comentar sobre os altos índices registrados no Estado. Para ele, o Plano de Segurança Brasil Mais Seguro está fadado ao fracasso.

A afirmação foi feita durante um café da manhã, em um hotel na Ponta Verde, onde Collor reuniu a imprensa alagoana na manhã desta quinta-feira (20). Ele conversou sobre o cenário político local e nacional e anunciou que pretende ser candidato à reeleição em 2014.

O senador comentou sobre os recentes assaltos a estabelecimentos comerciais, afirmou que “não há segurança nenhuma em Alagoas”, e relembrou a promessa de campanha não cumprida do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) de contratar mil policiais por ano.

“Segurança pública depende da personalidade do governador. Em Alagoas, estamos vivendo um clima de intranquilidade. Quando disse que violência se combate com munheca no espinhaço, quis dizer que a munheca é a caneta do gestor, que nomeia pessoas certas para os lugares certos”.

Para ele, o Plano Brasil Mais Seguro, de iniciativa do Governo Federal, está fadado ao fracasso. “Se não vem dando certo em Alagoas, o Estado está falhando na execução. Acho difícil que melhore, o mais provável é que fracasse”.

O parlamentar não poupou críticas a Teotonio Vilela Filho. “Este foi o governo que mais endividou Alagoas. Onde serão aplicados esses recursos dos empréstimos feitos ao BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ]? O ano letivo foi jogado fora. No IML [Instituto Medico Legal], corpos estavam se amontoando e só agora deu aumento aos legistas. Que descaso! Estas questões me trazem preocupação”.

2014

Quanto ao seu futuro político, Collor tentou fugir de uma resposta objetiva mas, por fim, afirmou que pretende concorrer à reeleição no Senado. “Estou no canto da oposição em Alagoas e, até lá, muitas coisas podem acontecer. 2014 está à porta, mas na política, este tempo é uma eternidade”.

Márcio Ândrei

Mensalão

Sobre o esquema do mensalão, o senador afirmou que o País está “às vésperas de uma crise institucional jamais vista”.

Questionado sobre a crise protagonizada por ele em 1992 que culminou no seu impeachment, Fernando Collor respondeu que são dois momentos diferentes.

“Me tiraram da presidência. Dois anos depois, fui absolvido de todas as acusações. Sendo assim, não seria o caso de eu voltar para a presidência? Quando vejo esses acontecimentos [julgamento do mensalão], fico com tristeza. As penas foram extremamente duras. O clima é de torcida ”, lamentou ele.

O Collor hoje

Respondendo a perguntas de jornalistas sobre quem é o Collor hoje, o senador respondeu que permanece o mesmo, porém, com mais maturidade. “A gente nunca perde as características. Mas, hoje, aos 63 anos, não sou o mesmo de 20 anos atrás. Estou amadurecido para evitar os excessos que cometia aos 40”. 

Agenda

Fernando Collor encerrou a entrevista coletiva divulgando que terá uma agenda cheia hoje. Após o café, ele seguiu para a Câmara de Vereadores. À tarde, participa de um almoço de confraternização com lideranças políticas locais.

À noite, o senador participa do “Conversa de Botequim”, com o jornalista Plínio Lins, a partir de 21 horas, no Restaurante Anamá, no bairro de Ponta Verde.
 

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