Imbróglio paralisou projeto de R$ 120 milhões; Rui Palmeira quer solução junto ao governo e CEF
Jornal Primeira Edição
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Aquela que seria a obra emblemática do prefeito Cícero Almeida – o Eixo Viário, construído após a urbanização do Vale do Reginaldo e a despoluição do riacho Salgadinho – não saiu do papel, embora seu projeto tenha obtido financiamento do governo federal.
O Eixo Viário, exibido em cores, com imagens bem traçadas, durante o Guia Eleitoral da TV na campanha de 2004, foi a grande bandeira de Cícero Almeida, então candidato a prefeito enfrentando Alberto Sextafeira apoiado por Kátia Born e Ronaldo Lessa – prefeita e governador.
A questão do Salgadinho, cujas águas enlameadas desembocam na praia da Avenida enodoando um dos cartões postais da capital, centralizou de tal forma as atenções da população, que a prefeita Kátia Born chegou a armar um circo: convocou a imprensa e, de maiô, mergulhou nas águas do trecho poluído, logo abaixo da ponte sobre o velho córrego na Avenida.
A Prefeitura havia recebido algo em torno de R$ 12 milhões, verba carimbada para investir na despoluição do canal, o que fez com que a prefeita, para provar a boa aplicação do dinheiro, mergulhasse nas águas fétidas correndo risco de contrair doenças como pneumonia e até hepatite.
PROJETO
O governo federal inclui no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) o projeto completo do Vale do Reginaldo, orçado em R$ 120 milhões, e concordou em dividir a obra em duas fases: a primeira, compreendendo a reurbanização do Vale, com a construção de mais de 1.500 unidades residenciais, sob a responsabilidade do governo do Estado; a segunda, abrangendo a implantação do Eixo Viário – um trecho asfáltico sobre o paralelo ao Salgadinho, ligando a região do Barro Duro à orla – a cargo da Prefeitura de Maceió.
As obras começaram, os prédios residenciais foram erguidos, mas surgiu um impasse entre Prefeitura, governo do estado e Caixa Econômica, o que resultou na paralisação do projeto em 2010.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura chegou a explicar que o maior problema do projeto foi a divisão de responsabilidades entre os governos estadual e municipal, modelo rejeitado pelo próprio Ministério das Cidades por apresentar problemas de execução em vários estados brasileiros.
RUI EM AÇÃO
Antes das eleições de outubro, o então secretário municipal de Infraestrutura, Mosart Amaral, culpou a Caixa Econômica pelo retardamento da obra e explicou que a parte da Prefeitura não tinha como ser executada antes que a do Estado fosse concluída.
O prefeito eleito Rui Palmeira garantiu, durante a campanha, que uma de suas primeiras medidas ao assumir o cargo será no sentido de promover uma reunião com o governo e a Caixa Econômica para destravar a obra do Reginaldo.
Enquanto se aguarda uma solução para o impasse, mais um problema a ser contornado mais adiante: os blocos de apartamentos do Vale do Reginaldo estão sendo invadidos ou simplesmente depredados por vândalos, além de usados como ‘bocas de fumo’ por viciados em drogas.
Primeira Edição © 2011