Impasse impediu Almeida de cumprir seu maior compromisso de campanha

Imbróglio paralisou projeto de R$ 120 milhões; Rui Palmeira quer solução junto ao governo e CEF

17/12/2012 04:58

A- A+

Jornal Primeira Edição

compartilhar:

Aquela que seria a obra emblemática do prefeito Cícero Almeida – o Eixo Viário, construído após a urbanização do Vale do Reginaldo e a despoluição do riacho Salgadinho – não saiu do papel, embora seu projeto tenha obtido financiamento do governo federal.

O Eixo Viário, exibido em cores, com imagens bem traçadas, durante o Guia Eleitoral da TV na campanha de 2004, foi a grande bandeira de Cícero Almeida, então candidato a prefeito enfrentando Alberto Sextafeira apoiado por Kátia Born e Ronaldo Lessa – prefeita e governador.

A questão do Salgadinho, cujas águas enlameadas desembocam na praia da Avenida enodoando um dos cartões postais da capital, centralizou de tal forma as atenções da população, que a prefeita Kátia Born chegou a armar um circo: convocou a imprensa e, de maiô, mergulhou nas águas do trecho poluído, logo abaixo da ponte sobre o velho córrego na Avenida.

A Prefeitura havia recebido algo em torno de R$ 12 milhões, verba carimbada para investir na despoluição do canal, o que fez com que a prefeita, para provar a boa aplicação do dinheiro, mergulhasse nas águas fétidas correndo risco de contrair doenças como pneumonia e até hepatite.

PROJETO
O governo federal inclui no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) o projeto completo do Vale do Reginaldo, orçado em R$ 120 milhões, e concordou em dividir a obra em duas fases: a primeira, compreendendo a reurbanização do Vale, com a construção de mais de 1.500 unidades residenciais, sob a responsabilidade do governo do Estado; a segunda, abrangendo a implantação do Eixo Viário – um trecho asfáltico sobre o paralelo ao Salgadinho, ligando a região do Barro Duro à orla – a cargo da Prefeitura de Maceió.

As obras começaram, os prédios residenciais foram erguidos, mas surgiu um impasse entre Prefeitura, governo do estado e Caixa Econômica, o que resultou na paralisação do projeto em 2010.

A Secretaria Estadual de Infraestrutura chegou a explicar que o maior problema do projeto foi a divisão de responsabilidades entre os governos estadual e municipal, modelo rejeitado pelo próprio Ministério das Cidades por apresentar problemas de execução em vários estados brasileiros.

RUI EM AÇÃO
Antes das eleições de outubro, o então secretário municipal de Infraestrutura, Mosart Amaral, culpou a Caixa Econômica pelo retardamento da obra e explicou que a parte da Prefeitura não tinha como ser executada antes que a do Estado fosse concluída.

O prefeito eleito Rui Palmeira garantiu, durante a campanha, que uma de suas primeiras medidas ao assumir o cargo será no sentido de promover uma reunião com o governo e a Caixa Econômica para destravar a obra do Reginaldo.

Enquanto se aguarda uma solução para o impasse, mais um problema a ser contornado mais adiante: os blocos de apartamentos do Vale do Reginaldo estão sendo invadidos ou simplesmente depredados por vândalos, além de usados como ‘bocas de fumo’ por viciados em drogas.
 

galeria de fotos seta

Primeira Edição © 2011