Em sete anos HGE registra queda de 25% dos óbitos por AVC

24/10/2012 13:59

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Ascom - HGE

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A assistência especializada é decisiva para assegurar a recuperação das vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), epidemia silenciosa que atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. No Hospital Geral do Estado (HGE), os pacientes acometidos pela doença são acompanhados pela equipe multiprofissional da Unidade de Neurologia – ala que conta com 26 leitos especializados.

A melhoria das condições de atendimento vem mostrando resultados positivos. Dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatístico da unidade hospitalar (Same) apontam que, de 2004 a 2011, houve uma redução de 25,6% do número de óbitos. Em 2004, foram registradas 417 mortes por acidente vascular cerebral; em 2011, o número caiu para 310. De janeiro a setembro deste ano, o hospital contabilizou 273 óbitos.

Para Verônica Omena, diretora do HGE, apesar das dificuldades, a assistência ao paciente com doenças neurológicas tem avançado. “Por ser, em Alagoas, o maior complexo hospitalar de urgência e emergência com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Geral presta assistência a mais de mil pacientes por ano somente com AVC”, afirmou.

Em 2004, 1.175 vítimas de acidente vascular cerebral foram atendidas pela unidade; em 2011, o Same computou o registro de 1.023 pacientes. De janeiro a julho desse ano, já foram contabilizados 917 atendimentos. O AVC é a primeira causa de óbitos no HGE desde 1994, seguida de Hemorragia Digestiva Alta (HDA) e pneumonia.

Assistência - O agricultor José Pereira, 67 anos, é a prova de que a assistência hospitalar qualificada é fundamental para o restabelecimento da saúde. Residente em União dos Palmares, ele estava trabalhando no sítio quando sentiu forte dor de cabeça e tontura; foi levado ao hospital municipal e em seguida encaminhado ao Hospital Geral.

“Essa é quarta vez que meu pai sofre um derrame. Como das outras vezes, ele teve a fala afetada e também está com alguns movimentos do corpo comprometidos. Ele realizou uma série de exames, inclusive tomografia e já tem uma ressonância magnética agendada. Espero que ele se recupere logo e volte para casa”, contou Alessandro Pereira, filho do paciente.

De acordo com o neurocirurgião Fabrício Avelino, coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgião do HGE, a criação de uma unidade específica em 2010 facilitou a atenção ao paciente, que passou a ser assistido de forma mais integral.

“Estamos trabalhando em um projeto que inclui a criação da primeira unidade de AVC do Estado e uma UTI neurológica. Esses serviços vão funcionar dentro do HGE para otimização do atendimento ao paciente em fase aguda. Esse projeto está em fase avançada de andamento junto à Sesau e esperamos concretizá-lo assim que possível”, afirmou.

Campanha - Na próxima segunda-feira (29), Dia Mundial do AVC, entidades públicas e privadas chamam atenção das autoridades de saúde pública para a importância do cuidado pós AVC, da família, dos cuidadores e das associações de suporte aos pacientes.

Neste ano, o slogan da campanha é "AVC...eu me importo", que tem como foco os fatores de risco, sinais de alerta e a urgência do tratamento. A campanha envolve profissionais de saúde, pacientes e gestores de saúde em todo o Brasil, incluindo o Ministério da Saúde.

Em Alagoas, a programação conta com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e será realizada a partir desta sexta-feira (26) com atividades educativas, palestras e prestação de serviços de saúde. As ações prosseguem até domingo (28), no Espaço Saúde Unimed, localizado no Corredor Cultural Vera Arruda, na Jatiúca; Faculdade Integrada Tiradentes (Fits), em Cruz das Almas e no shopping Pátio Maceió, no Benedito Bentes.

Doença - O AVC é uma das principais causas de mortes no mundo e para enfrentar essa epidemia silenciosa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes de prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.

O acidente vascular cerebral ocorre devido à alteração na circulação cerebral. No AVC isquêmico há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, levando à diminuição da circulação em determinada região do cérebro.

Já no hemorrágico, acontece a ruptura de um vaso sanguíneo com sangramento dentro do cérebro. Os principais fatores de risco são a hipertensão, diabetes, colesterol elevado e o fumo.

Os sintomas mais comuns para identificar a doença são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito. 

Primeira Edição © 2011