Projeto de eficiência energética em casas de farinha é apresentado ao Banco do Brasil

Ação deverá beneficiar cerca de 600 famílias alagoanas

04/10/2012 12:16

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Assessoria

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O grupo gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) Mandioca no Agreste apresentou, nesta quinta-feira (04), uma proposta de eficiência energética para fornos em casas de farinha para a diretoria do Banco do Brasil. A reunião, que discutiu problemas ambientais do Agreste, também contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), da Desenvolve – Agência de Fomento de Alagoas, da Empresa de Desenvolvimento (EDS) Sustenergy e do Sebrae/AL.

A apresentação teve como propósito captar recursos para o financiamento desta iniciativa, através do DRS, estratégia nacional do Banco do Brasil que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde a instituição está presente. O projeto prevê a substituição do uso da lenha na queima dos fornos dos estabelecimentos por materiais descartáveis como a manipueira, líquido extraído da mandioca quando ela é prensada no processo de fabricação de farinha.

Além de representar uma economia significativa entre os produtores, a implantação do projeto evitaria a contaminação humana e animal com o compartilhamento acidental do líquido e o desmatamento do bioma caatinga, que hoje serve de abastecimento de 80% das lenhas utilizadas clandestinamente em todo o Estado.

“Acredita-se que eles possam ter 40% de economia nas casas de farinha. Para produzir dez sacas de farinha os agricultores utilizam 1m³ de lenha, em média. Esse mesmo m³ custa cerca de R$80, se resíduos fossem utilizados o lucro deles seria muito maior, porque os custos de produção iriam diminuir consideravelmente”, disse o gestor do APL Mandioca no Agreste, Nelson Viera. Ele ainda lembrou que esse projeto deverá ser implantado em uma associação e, caso obtenha êxito, aumentará sua abrangência, atingindo cerca de 600 famílias.

Segundo as estatísticas exibidas pelo gestor, para cada tonelada de raiz processada são extraídos 300 litros de manipueira. Durante a apresentação, o diretor executivo da EDS Sustenergy, David Cerqueira, garantiu que se essas ações fossem aplicadas nas casas de farinha e os agricultores tivessem a oportunidade de comparar os gastos e lucros de antes e depois, ficariam assustados.

“Quanto à eficiência energética nos fornos, hoje em dia eles são construídos de forma muito falha, levando fumaça para dentro da casa de farinha, prejudicando a saúde dos produtores. O novo projeto inibe completamente essa situação. Ao agregar isso com o uso do resíduo toxico nos fornos para gerar a farinha, cada litro da manipueira vai produzir 22 litros de biogás, eles vão transformar lixo em lucro”, explica.

Durante a reunião, foi acordado que um encaminhamento de um projeto demonstrativo de uma unidade de biodigestão à base da manipueira para a produção de biogás e biofertilizante será enviado à Fundação Banco do Brasil. No próximo dia 19 de novembro, uma equipe vai a campo para selecionar a localidade que melhor se enquadra para o recebimento da unidade.

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