Pesquisador diz que clarão visto atravessando o céu foi um meteoro

Segundo ele, todos os dias, cai na Terra cerca de uma tonelada de material vindo do espaço

24/09/2012 08:00

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Marcela Oliveira

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O grande clarão visto atravessando o céu em Alagoas e Pernambuco, na noite do último sábado (22), foi classificado como meteoro pelo professor de física e coordenador do Observatório Astronômico Genival Leite Lima, da Secretaria de Estado da Educação, Adriano Aubert.

No momento que a grande “bola de fogo” cortou o céu, o pesquisador estava no observatório e pode visualizar o clarão no momento exato em que passava. “Olhei do observatório e vi o clarão com rastro amarelado, que foi se desfazendo e indo do nordeste para o leste a uns 30 graus de elevação. Foi um meteoro relativamente grande e muito brilhante, chamado de fireball [bola de fogo]”.

Algumas pessoas que viram o clarão contaram ter ouvido um grande estrondo. “Geralmente, os estrondo são associados à explosão que ocorrem nele. Eu não ouvi, mas no momento máximo do brilho percebi que, naquele momento poderia ter produzido ondas sonoras”.

Segundo o professor, clarões cortando o céu podem também tratar-se de lixo espacial, que são objetos criados pelos humanos e que se encontram em órbita ao redor da Terra, porém não desempenham mais nenhuma função útil, como por exemplo satélites e restos de foguetes.

Ele ainda enfatiza que a queda de meteoros, chamados de meteoritos quando chegam ao solo, acontece em toda parte do mundo. “Na verdade, aqui também aparece, mas não percebemos tanto meteorito por conta do relevo. Caem diariamente aqui na Terra. Há uma estimativa de que cerca de uma tonelada de material proveniente do espaço caia todo o dia na atmosfera. Muito desse material se desfaz e se transforma em poeira. A velocidade é muito alta”, explica ele.

Já o professor de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Carlos Molion, a partir do vídeo gravado por um cinegrafista que filmava um evento no bairro do Jacintinho, no momento que a “bola de fogo” cortou o céu, disse estar mais inclinado para a possibilidade de ter se tratado da queda de um satélite antigo. 

“Existem muitos satélites mortos que estão em órbita e, de vez em quando, alguns caem e são atraídos pela superfície terrestre. É um artefato metálico que, quando entram na atmosfera, o atrito com ar faz com que atinjam temperatura superior a três mil graus centígrados”.

Ainda de acordo com Molion, “pode ter sido meteoro, mas pela coloração quase branca, acho mais provável que tenha sido um satélite artificial. O meteoro é vermelho alaranjado”. 

 

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