População do Carminha passa a atuar como mediadora de conflitos

Oficinas visam preparar moradores de localidades consideradas violentas para atuarem como agentes da cultura da paz

21/09/2012 14:56

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Agência Alagoas

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A primeira oficina de mediação de conflitos, realizada no Conjunto Carminha, foi encerrada nesta sexta-feira (21), na Igreja Casa de Oração. A oficina, destinada a moradores da região, é resultado de uma parceria entre comissão organizadora composta por secretarias de Estado, Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Polícia Militar. O trabalho passa a integrar o programa nacional Brasil Mais Seguro – Alagoas, lançado no Estado e que tem como objetivo reduzir os índices de violência em regiões como o Carminha, onde a queda na criminalidade já é constatada nos dados oficiais da Defesa Social do Estado.

Iniciado no último dia 17, o curso constou de oficinas com a participação da comunidade local. A finalidade do Governo a partir da oficina, que deve ser levada a outras localidades onde os índices de violência são mais altos, é buscar o engajamento da população, transformando os moradores em multiplicadores da cultura da paz. Um trabalho conjunto com o poder público. Ou seja, a partir das oficinas de mediação, as pessoas aprendem não apenas a buscar que a violência – muitas vezes por casos banais – possa ocorrer, bem como poderão contribuir com a polícia repassando informações que podem resultar na prisão de criminosos.

Os participantes receberam um formulário onde vão descrever as mediações feitas por cada um e a forma de abordagem. O material será constantemente avaliado pelas secretarias e órgãos públicos responsáveis pelo programa: Articulação Social, Secretaria da Paz, Defesa Social, Polícia Militar e Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Segundo o capitão Iran Rego, do Centro de Gerenciamento de Crises da PM, que atua no serviço de direitos humanos das bases comunitárias, há três anos o gerenciamento tem sido convidado para esse tipo de atividade. “Existem várias formas de solucionar o conflito. O que não é aceitável, é que pequenos problemas possam descambar para a violência. Mostramos que é possível, sim, o bom convívio social. Quando o trabalho é feito de forma positiva e nesta linha, a própria sociedade consegue solucionar seus problemas sem partir para a violência. Há formas de se trabalhar as relações, principalmente através da mediação”, disse o capitão.

A técnica da mediação, explica o capitão Iran Rego, “exige que as partes cheguem a uma conclusão para o conflito. Nós somos apenas facilitadores. São os mediadores que vão chamar as partes para uma conversa. Através da mediação, levamos a comunidade a entender que ela pode interferir e evitar que a violência ocorra”, ressalta, ao destacar o envolvimento da igreja, comerciantes, trabalhadores e da população em geral.

A coordenadora da Seas, Salete Beltrão, que representou o secretário Claudionor Araújo no encerramento, destacou a existência de muitas pessoas solidárias no local. “Só teremos paz quando houver harmonia entre os homens”.

De acordo com a tenente Helenedja, uma das palestrantes, o curso foi concluído, mas a equipe vai continuar acompanhando passo a passo o trabalho da comunidade.

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