Professor diz que a tendência é de que greve na Ufal continue

Categoria faz nova assembleia na terça para avaliar proposta que, segundo diretor da Adufal, deixará a maioria dos professores sem poder de compra

26/07/2012 09:02

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Marigleide Moura e Marcela Oliveira

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Um grupo de servidores públicos federais de Alagoas realiza um protesto no Centro da cidade de Maceió, nesta quinta-feira, 26. São trabalhadores da Educação que estão greve e defendem a luta contra a precarização do trabalho docente e a precariedade da estrutura física das instituições de ensino superior. Além de cobrar do governo reajuste salarial.

Em Alagoas, a Universidade Federal aderiu à greve há dois meses. O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) também deflagrou greve por tempo indeterminado. Ontem, cerca de 60 professores se reuniu para avaliar o documento do Sindicato Nacional dos Docentes (SN-Andes) sobre a proposta do governo de implantar reajuste salarial que vai de 25% a 45%, dividido, até 2015. No entanto, os docentes de Alagoas não chegaram a uma conclusão sobre a proposta do MEC e a categoria faz nova assembleia na próxima terça-feira (31), às 10h, no campus da Ufal, em Maceió.

Greve deve continuar

De acordo com o diretor da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas Marigleide Moura(Adufal), Ailton Galvão, a proposta feita pelo ministro da Educação, Aloízio Mercadante, ainda não agradou a categoria.

A proposta apresentada é uma farsa. É a mesma que já tinha apresentado no início da greve, mas com pequenas modificações. A proposta de dar 45% de reajuste escalonado até 2015 vai deixar a categoria 4, de professores adjunto – que é a maioria, inclusive em Alagoas, com poder de compra zero, pois o reajuste é pequeno dividido em três anos”.

Ainda de acordo com ele, a expectativa é que docentes recusem a proposta e continuem em greve. “Será apresentada na assembleia. Pode ser que a maioria acate, mas a tendência é que a greve continua. É preciso que as outras universidades também aceitem”, disse ele.

Técnicos
Os técnicos ainda não foram contemplados com proposta alguma do Governo. O Marigleide Mouracoordenador de assuntos jurídicos do Sindicato dos Técnicos da Ufal (Sintufal), Emerson Oliveira, disse que, caso a categoria continua ‘esquecida’, eles prosseguirão com a greve.

“A visão do Mercadante é míope. Ele é professor e está legislando em causa própria. Ainda que a greve dos professores seja encerrada na próxima semana, a dos técnicos vai continuar”.

Sem reajuste há quatro anos, eles prometem radicalizar o movimento com interdições em rodovias.

No total, a Ufal tem 1500 técnicos, que estão em greve há um mês. “Nesse período mantivemos, no Hospital Universitário, os serviços considerados essenciais, como de maternidade, UTI e nefrologia”.

Ato público
Hoje, o ato coordenado pelo comando unificado de greve dos servidores públicos federais de Alagoas teve concentração na Praça Sinimbu, às 11h, ao som do Trio Elétrico Mandacaru e participação do artista Abel dos Anjos.

De lá, os professores, técnico-administrativos e alunos da Ufal e do Ifal seguem em passeata até a Praça dos Martírios, onde haverá apresentações de teatro e dos grupos musicais Banda MCZ e Banda Forró Cebar. Os discursos dos representantes das entidades e de grupos e movimentos sociais participantes serão feitos nos intervalos das apresentações artísticas.

A previsão é que a passeata passe pela Rua do Imperador, siga pela Rua do Sol e chegue à Praça dos Martírios por volta das 14h30. De acordo com cronograma divulgado pelos realizadores, o trajeto será demorado tendo em vista as várias paradas que acontecerão durante o percurso - momentos em que a palavra será franqueada aos participantes e à população em geral. O encerramento do evento está previsto para as 18h30.

Com divulgação.
 

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