Daniel Floriano de 13 anos vive na comunidade de pescadores Colônia Z-33. Mas não quer saber de pescar. "O mar é muito perigoso", diz o menino.

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Das águas, ele tira conchas e escamas de peixe para criar cestas e enfeites, além de capelas para Nossa Senhora Aparecida, protetora dos pescadores. "Sempre que minha mãe limpa o peixe para comer, ela separa as escamas para mim", conta Daniel.

Esse "pescador de ideias" descobriu seu talento quando fazia aula de reforços, pois não ia bem no colégio. Ao montar quebra-cabeças (uma das atividades do reforço), começou a inventar suas próprias peças desse jogo.

Suas criações fazem sucesso em uma loja que a família abriu só para expô-las. Elas também passaram por algumas exposições de arte, como a Feira Internacional de Artesanato Mãos da Terra (SC), e foram levadas para Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais e até para a Itália.

O mais novo artesão do grupo de pescadores, apelidado de "mirim", perdeu as contas de quantas obras já vendeu. Mas ainda fica triste quando alguém leva para longe sua criação. "O jeito é fazer outras, cada vez mais bonitas".