Apesar de plano de emergência 'impecável', Petrobras deve ser punida por vazamento de óleo em plataforma em Coruripe
Jessica Pacheco
compartilhar:
Na tarde desta quinta-feira (10), o chefe da Divisão de Proteção Ambiental do Ibama/AL (DIPRAM), Rivaldo Couto, recebeu a reportagem do Primeira Edição e explicou todo o processo de avaliação e responsabilização sobre o vazamento de óleo em uma plataforma da Petrobras no município de Coruripe, ocorrido no último dia 3 maio.
De acordo com o órgão, o acidente está sob a jurisdição do Ibama, pois cada órgão é responsável por aquilo que licencia e, nesse caso, a plataforma de Paru, da Petrobras, é licenciada pela Diretoria de Licenciamento do Ibama Nacional e fica sob a responsabilidade da Coordenação Geral de Petróleo e Gás (CGPEG). Segundo Rivaldo, os acidente são acompanhado pelo comitês de emergências ambientais dos Estados, e nesse ponto entra o Ibama/AL.
“A gente já notificou a Petrobrás para ela apresentar relatório completo do acidente. Como foi o atendimento, se estimaram o volume que vazou, quanto foi o estimando, quanto eles recolheram, vamos ver o tempo resposta. Tudo isso”, explicou Rivaldo. “É importante a gente ver como se deu o atendimento, isso é importantíssimo. Se no local tinha equipamentos para emergências, recolhedor de óleo, mas isso só depois de avaliar o relatório".
Segundo Rivaldo Couto, uma equipe da fiscalização do Ibama/AL esteve no local ainda na sexta-feira (4) e realizou uma avaliação primária por terra, e no sábado (5) a mesma equipe visitou a plataforma da Petrobras.
“A gente avaliou o local para ver se ainda tinha vazamento, confirmamos que foi realmente sanado. Verificamos a logística da embarcação, encontramos o recolhedor de óleo da Petrobras, um navio equipadíssimo, que mesmo depois de ter realizado o trabalho, após o acidente, permaneceu lá para qualquer imprevisto”, disse Couto.
Sobre os impactos ambientais provenientes do acidente, o técnico ambiental foi enfático ao afirma que ‘todo vazamento de óleo gera impacto’, contudo ainda não é possível avaliar o nível do impacto. De acordo com ele, foi possível verificar que o plano de emergência realizado pela Petrobras atendeu as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
“Tudo depende do atendimento tempo resposta, a gente vai avaliar se foi combatido ou não, e se atendeu as regras estabelecidas no CONAMA”, explicou. “Todo empreendimento, de acordo com a Lei do Óleo, tem que apresentar um plano de emergência individual, ele descreve todos os timos de acidentes para aquele tipo de empreendimento e tem que prever todos os cenários e se tiver qualquer um, ele tem que ter um tempo resposta”, disse ele. “Depende da quantidade de óleo, onde foi, que tipo, entre muitas outras coisas”.
A quantidade de 200 litros de óleo, segundo Rivaldo Couto, foi a confirmada pela Petrobras e, ainda de acordo com a empresa, tudo foi recolhido, mas ainda não se sabe ao certo a quantidade retirada e quantidade que ficou no mar e irá se dissipar através dos meio naturais. Ainda de acordo com ele, na inspeção feita não foi encontrado resquicios de oleo no local, o que deixou os técnicos satisfeitos.
“Tudo depende do relatório que esperamos da Petrobras, vamos avaliar se foi descuido, falta de manutenção, erro humano. Daí vamos ver de que forma será a punição”, explicou. “Com certeza ele vai ser multado pela questão do óleo, se ele derramou uma gota de óleo, será multado, pois o meio ambiente não tolera aquele tipo de óleo”, finalizou.
Para o técnico ambiental, em comparação a outros acidentes de vazamento no mar, esse pode ser considerado de pequenas proporções, mas que da mesma forma ganhou total atenção por parte da Petrobras e do Ibama.
“Acidente com vazamento de óleo no mar, principalmente quando está em manutenção, são bastantes comuns, muitos por falha humana e outros por falha mecânica, e esse especificamente pode ser considerado de pouco significância”, avaliou. “E como eu disse, o atendimento de emergência da Petrobras foi de deixar aliviado realmente. Ao contrário, por exemplo do que aconteceu na Chevron”, disse o técnico, citando o vazamento na Bacia de Campo, no Rio de Janeiro.
A conta desta quarta-feira (9), quando foi a notificação do Ibama, a Petrobras tem exatos 30 dias para apresentar todo o relatório com os detalhes do acidente no campo marítimo de Paru.
Diretoria de atendimento .Os acidente são acompanhado pelo comitês de emergências ambientais dos estado, aqui é como o comitê, e por isso fomos nós que fizemos o acompanhamento.
Primeira Edição © 2011