Ibama/AL aguarda relatório da Petrobras para avaliar punições sobre vazamento de óleo em Coruripe

Apesar de plano de emergência 'impecável', Petrobras deve ser punida por vazamento de óleo em plataforma em Coruripe

10/05/2012 15:36

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Jessica Pacheco

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Na tarde desta quinta-feira (10), o chefe da Divisão de Proteção Ambiental do Ibama/AL (DIPRAM), Rivaldo Couto, recebeu a reportagem do Primeira Edição e explicou todo o processo de avaliação e responsabilização sobre o vazamento de óleo em uma plataforma da Petrobras no município de Coruripe, ocorrido no último dia 3 maio.

De acordo com o órgão, o acidente está sob a jurisdição do Ibama, pois cada órgão é responsável por aquilo que licencia e, nesse caso, a plataforma de Paru, da Petrobras, é licenciada pela Diretoria de Licenciamento do Ibama Nacional e fica sob a responsabilidade da Coordenação Geral de Petróleo e Gás (CGPEG). Segundo Rivaldo, os acidente são acompanhado pelo comitês de emergências ambientais dos Estados, e nesse ponto entra o Ibama/AL.

“A gente já notificou a Petrobrás para ela apresentar relatório completo do acidente. Como foi o atendimento, se estimaram o volume que vazou, quanto foi o estimando, quanto eles recolheram, vamos ver o tempo resposta. Tudo isso”, explicou Rivaldo. “É importante a gente ver como se deu o atendimento, isso é importantíssimo. Se no local tinha equipamentos para emergências, recolhedor de óleo, mas isso só depois de avaliar o relatório".

Segundo Rivaldo Couto, uma equipe da fiscalização do Ibama/AL esteve no local ainda na sexta-feira (4) e realizou uma avaliação primária por terra, e no sábado (5) a mesma equipe visitou a plataforma da Petrobras.

“A gente avaliou o local para ver se ainda tinha vazamento, confirmamos que foi realmente sanado. Verificamos a logística da embarcação, encontramos o recolhedor de óleo da Petrobras, um navio equipadíssimo, que mesmo depois de ter realizado o trabalho, após o acidente, permaneceu lá para qualquer imprevisto”, disse Couto.

Sobre os impactos ambientais provenientes do acidente, o técnico ambiental foi enfático ao afirma que ‘todo vazamento de óleo gera impacto’, contudo ainda não é possível avaliar o nível do impacto. De acordo com ele, foi possível verificar que o plano de emergência realizado pela Petrobras atendeu as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

“Tudo depende do atendimento tempo resposta, a gente vai avaliar se foi combatido ou não, e se atendeu as regras estabelecidas no CONAMA”, explicou. “Todo empreendimento, de acordo com a Lei do Óleo, tem que apresentar um plano de emergência individual, ele descreve todos os timos de acidentes para aquele tipo de empreendimento e tem que prever todos os cenários e se tiver qualquer um, ele tem que ter um tempo resposta”, disse ele. “Depende da quantidade de óleo, onde foi, que tipo, entre muitas outras coisas”.

A quantidade de 200 litros de óleo, segundo Rivaldo Couto, foi a confirmada pela Petrobras e, ainda de acordo com a empresa, tudo foi recolhido, mas ainda não se sabe ao certo a quantidade retirada e quantidade que ficou no mar e irá se dissipar através dos meio naturais. Ainda de acordo com ele, na inspeção feita não foi encontrado resquicios de oleo no local, o que deixou os técnicos satisfeitos.

“Tudo depende do relatório que esperamos da Petrobras, vamos avaliar se foi descuido, falta de manutenção, erro humano. Daí vamos ver de que forma será a punição”, explicou. “Com certeza ele vai ser multado pela questão do óleo, se ele derramou uma gota de óleo, será multado, pois o meio ambiente não tolera aquele tipo de óleo”, finalizou.

Para o técnico ambiental, em comparação a outros acidentes de vazamento no mar, esse pode ser considerado de pequenas proporções, mas que da mesma forma ganhou total atenção por parte da Petrobras e do Ibama.

“Acidente com vazamento de óleo no mar, principalmente quando está em manutenção, são bastantes comuns, muitos por falha humana e outros por falha mecânica, e esse especificamente pode ser considerado de pouco significância”, avaliou. “E como eu disse, o atendimento de emergência da Petrobras foi de deixar aliviado realmente. Ao contrário, por exemplo do que aconteceu na Chevron”, disse o técnico, citando o vazamento na Bacia de Campo, no Rio de Janeiro.

A conta desta quarta-feira (9), quando foi a notificação do Ibama, a Petrobras tem exatos 30 dias para apresentar todo o relatório com os detalhes do acidente no campo marítimo de Paru.

Diretoria de atendimento .Os acidente são acompanhado pelo comitês de emergências ambientais dos estado, aqui é como o comitê, e por isso fomos nós que fizemos o acompanhamento.
 

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