Piora no cenário internacional faz Bovespa recuar 2,49% na semana

Crescimento menor da China, temores em relação à Espanha e à Itália e dados negativos dos EUA levam tensão ao mercado

13/04/2012 15:58

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Agência Estado

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A Bovespa terminou a semana como começou: em queda. China, Europa e Estados Unidos ditaram o ritmo dos negócios, inclusive na quinta-feira, único dia em que o mercado acionário aqui conseguiu encerrar o pregão em alta. Vale e Petrobrás, que na véspera subiram mais de 6% e 3%, respectivamente, também migraram para o terreno negativo nesta sexta-feira, 13.

O Ibovespa fechou com declínio de 1,51% aos 62.105,60 pontos. Na semana, a Bolsa registrou a quarta queda seguida, de 2,49%. No mês, o recuo acumulado é de 3,73%. Mas, no ano, o índice se segura no azul (+9,43%). O giro financeiro ficou em R$ 8,057 bilhões, de acordo com dados preliminares.

Vale ON caiu 0,14% e PNA conseguiu reverter no final e teve leve alta de 0,12%, acompanhando os contratos futuros de metais básicos, que fecharam em queda generalizada na London Metal Exchange (LME).

Petrobrás ON caiu 2,52% e PN, 1,54%. Os contratos de petróleo com vencimento em maio terminaram com declínio de 0,78%, a US$ 102,83 por barril na Nymex.

Bruno Gonçalves, analista da Alpes Corretora, ressaltou que o cenário segue complicado para a Bolsa, com China, Europa e EUA surpreendendo os investidores. "A China é o motorzinho do mundo, principalmente na parte de commodities, das quais a Bolsa é bastante dependente. Na Europa, quando sai um país (do foco) entra outro. E, nos EUA, a cenário piorou após os dados do payroll na semana passada", disse Gonçalves.

O que na véspera animou os negócios - a expectativa de que o PIB da China apresentasse bom resultado -, hoje motivou as vendas de papéis. O país asiático informou que o seu PIB cresceu 8,1% no primeiro trimestre na comparação como o mesmo período do ano anterior, ante estimativa de 8,3%.

Na Europa, os temores com a Espanha voltaram com força. O BC espanhol informou mais cedo que a tomada bruta de empréstimos das instituições do país atingiu valor recorde de 316,3 bilhões de euros em março, de 169,86 bilhões de euros em fevereiro. O número representa quase 28% dos financiamentos obtidos por todos os bancos da zona do euro no período, num total de 1,138 trilhão de euros. Sempre que crescem as preocupações com a Espanha, os investidores também ampliam suas incertezas com a situação da Itália.

Nos EUA, hoje foi a inflação de março que superou um pouco as expectativas, enquanto o sentimento do consumidor registrou recuo. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,05%, o S&P 500 perdeu 1,25% e o Nasdaq, +1,45%.

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