O leilão do Toleman TG184-2, pilotado por Ayrton Senna em sua temporada de estreia na Fórmula 1, em 1984, agita os amantes do automobilismo. A expectativa do colecionador inglês Roger Cowman, que comprou o carro em 1995, é que a relíquia seja vendida por cerca de R$ 3 milhões. O leilão acontece no dia 16 de maio, em Silverstone, na Inglaterra.

No fim da temporada de 1984 da Fórmula 1, o carro de Senna foi dado de presente ao sueco Stefan Johansson, companheiro do brasileiro na Toleman. E ficou na Suécia até chegar às mãos do colecionador inglês Roger Cowman, em 1995. Ele não revela quanto pagou, na época, pelo carro. O Toleman de Ayrton Senna ficou exposto aos fãs nos últimos cinco anos em uma loja no centro de Derby, cidade inglesa que fica a cerca de 200km de Londres.

- Stefan Johansson tinha o carro, e um amigo dele nos Estados Unidos me falou que ele queria vendê-lo. Fiz um rateio com três amigos para comprar o carro. Então, fui à Suécia, a Malmoe, na casa dos pais de Stefan, e comprei o carro - lembra Cowman.

O lance inicial do leilão é de 600 mil libras. Mais de R$ 1,5 milhão. Mas os organizadores do leilão acreditam que o valor final vai ser bem mais alto. O Toleman de Senna está em perfeito estado, com motor e suspensão conservados. Para sair dirigindo o carro por aí, o vencedor precisaria apenas trocar os pneus.

- O preço pode dobrar até o final do leilão. Temos muitos interessados nas Américas e também de alguns lugares da Europa. Acho que o vencedor seja de uma dessas duas regiões. Mas não me surpreenderia se viesse alguém do Japão porque o Ayrton era um herói e quase um Deus lá, e colecionadores japoneses poderiam aparecer na última hora - acredita Trevor Francis, consultor do leilão.

Foi neste carro que Ayrton Senna apareceu para o mundo com a brilhante exibição no chuvoso GP de Mônaco daquele ano. O brasileiro se preparava para superar o líder Alain Prost quando a direção de prova deu bandeira vermelha e encerrou a corrida antes da metade por causa do forte temporal. Senna chegou a comemorar a vitória por ter ultrapassado o rival a poucos metros da linha de chegada mas, nestes casos, o regulamento mandava considerar as colocações da volta anterior.

- A maneira controversa como a prova foi interrompida... Senna não queria que a corrida fosse interrompida. (Stefan) Bellof (piloto alemão que estava em terceiro na prova) não queria, mas Prost sim. O interessante de você pensar sobre isso é que esse pode ter sido o início da relação Senna e Prost - disse Chris Witty, diretor comercial da Toleman em 1984.