Juros devem se aproximar da taxa mínima histórica, diz ata do Copom

Pela ata, o Copom também mostrou que o cenário de inflação avaliado é mais favorável neste ano, mas para 2013, piorou

15/03/2012 13:09

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Folha

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A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (que reduziu a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano) aponta para uma "elevada probabilidade" à concretização da taxa básica de juros se deslocar e se estabilizar no patamar "ligeiramente acima dos mínimos históricos" --registrada em 2009, quando a Selic chegou a 8,75%.

O documento também afirma que a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre e o cenário adverso da economia mundial foram um dos motivos do aumento no ritmo de baixa dos juros --que vinha caindo a 0,5 ponto percentual. Além disso, outros dois fatores que influenciaram a decisão foram a valorização do real e a inflação brasileira.

"A maioria [dos componentes do comitê] argumenta que desenvolvimentos [do cenário econômico mundial e doméstico] recomendou, neste momento, para redistribuição temporal do ajuste total das condições monetárias como a estratégia mais apropriada." Dos sete membros do comitê, cinco votaram pela queda mais acentuada dos juros.

"O comitê nota também que, no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012, e são decrescentes os riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta."

Segundo o documento, em síntese, o conjunto de informações disponíveis sugere tendência declinante da inflação acumulada em 12 meses, "apesar de alguma persistência, que, em parte, reflete o fato de a inflação de serviços ainda seguir em níveis elevados".

O Copom informou que houve redução de risco em consequência do cumprimento da meta de inflação, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.

"O processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB."

INFLAÇÃO

Pela ata, o Copom também mostrou que o cenário de inflação avaliado é mais favorável neste ano, mas para 2013, piorou. No cenário de referência --baseado em taxas de juros constantes a 10,50% e dólar a R$ 1,70--, a projeção para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2012 foi reduzida e encontra-se abaixo do centro da meta, de 4,5%. Na ata anterior, de janeiro, o Copom via a inflação "ao redor do centro da meta."

No cenário de mercado, a previsão de agora para 2012 também recuou, mas se encontra ao redor do centro.

Já para 2013, as projeções de inflação do BC foram elevadas e, tanto para o cenário de referência quanto de mercado, estão posicionadas "acima do valor central da meta". Na ata anterior, o BC via a inflação para o período ao redor do centro da meta no cenário de referência e acima no de mercado.

O Copom avaliou também que mudanças estruturais na economia brasileira possibilitaram o recuo nos juros, sobretudo na taxa neutra --que permite crescimento econômico sem pressões inflacionárias. Na ata, também avaliou que houve redução dos prêmios de risco em consequência do cumprimento da meta de inflação, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.

Com informações da Reuters

Primeira Edição © 2011