BB ofusca concorrentes com resultado do quarto trimestre

Instituição foi a única dentre as quatro maiores do país a conseguir superar a previsão de lucro e manter a qualidade da carteira

15/02/2012 07:28

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A combinação de avanço maior do crédito, inadimplência menor e lucro acima das expectativas fez o Banco do Brasil ofuscar seus principais concorrentes no último trimestre de 2011. E o plano do maior banco brasileiro por ativos é usar mais da receita que tem implementado desde 2009 -foco em linhas de crédito com menos margens, porém mais seguras- para seguir a ter desempenho acima da média este ano.

"Trabalhamos com um cenário de induzir queda dos spreads (bancários), com mais ênfase em linhas como o consignado", disse à Reuters o presidente-executivo da instituição, Aldemir Bendine, nesta terça-feira. Mais cedo, o BB anunciara ter fechado o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 2,97 bilhões, uma queda de 25,7% na comparação anual, devido a efeitos não recorrentes que inflaram os resultados no final de 2010.

Em bases recorrentes, o lucro foi de R$ 3,025 bilhões no período, resultado 18,3% menor, devido entre outros fatores à performance do Banco Votorantim, do qual detém 49% e que teve prejuízo líquido de R$ 656 milhões.

De todo modo, o resultado ficou acima da expectativa média de analistas consultados pela Reuters, de lucro recorrente de R$ 2,73 bilhões. Foi, aliás, o único dentre os quatro maiores bancos do país a conseguir ao mesmo tempo superar a previsão de lucro e manter a qualidade da carteira.

No fim de 2011, o total de empréstimos do BB era de R$ 390,5 bilhões, uma expansão de 15,6% sobre um ano antes. O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, ficou em 2,1%, igual ao trimestre anterior a abaixo dos 2,3% de um ano antes.

Nas últimas duas semanas, os principais concorrentes do BB listados na bolsa Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil divulgaram resultados abaixo das previsões de analistas, em meio à combinação de maiores custos, crescimento da inadimplência e desaceleração do crédito.

"O índice de inadimplência do BB surpreendeu positivamente, pois caiu ano contra ano, ao contrário do que vimos nos números do sistema financeiro", observaram os analistas Leonardo Zanfelício e Karina Freitas, da corretora Concórdia, em relatório.

De todo modo, as despesas do BB com provisões para perdas esperadas com calotes subiu 35,2% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 2,89 bilhões. O movimento foi atribuído pelo banco a uma política mais cautelosa. Devido à queda no lucro, a rentabilidade sobre patrimônio também encolheu 4,6 pontos percentuais de outubro a dezembro, para 22,4%. Em outra frente, porém, o índice de eficiência do banco melhorou 0,5 ponto na comparação anual, a 42,1%.

Primeira Edição © 2011