Missão mexicana vem ao Brasil para analisar acordo automotivo

08/02/2012 07:49

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EFE

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Uma delegação mexicana iniciou nesta terça-feira viagem rumo ao Brasil para "conhecer as inquietações" do Governo de Dilma Rousseff sobre o acordo comercial que regula a troca automotiva entre as duas nações, informou a Secretaria de Economia.

A delegação é liderada pelo subsecretário de Comércio Exterior da Secretaria de Economia, Francisco de Rosenzweig, e pelo embaixador Rogelio Granguillhome Morfín, da Secretaria das Relações Exteriores.

A viagem, que já havia sido anunciada na semana passada, está vinculada com informações divulgadas desde o Brasil sobre a intenção do país sul-americano para revisar o tratado que regula o comércio de automóveis e autopeças com o México.

O acordo do México com o Brasil e as outras nações do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) está vigente desde 2003 e gerou uma troca entre México e Brasil no setor automotivo de US$ 2,5 bilhões no ano passado.

Como deixaram claro na semana passada as autoridades mexicanas, o Governo deste país segue defendendo o convênio e "não buscará renegociá-lo", acrescenta o comunicado oficial divulgado nesta terça-feira.

A nota diz que no Brasil "existe um crescente déficit no comércio de veículos leves" desde 2010, "situação que contrasta com o notável superávit do país durante os primeiros seis anos do acordo".

Segundo estes dados oficiais, entre 2003 e o ano passado, o México teve um déficit comercial acumulado com o Brasil no setor automotivo de US$ 10 bilhões.

O comunicado da Secretaria de Economia também lembra que na troca comercial entre os dois países, o México teve um déficit total acumulado de US$ 22 bilhões durante o período 2003-2011.

As informações surgidas na semana passada no Brasil indicam que os produtores brasileiros sentem-se prejudicados pelo aumento das importações de autopeças e automóveis mexicanos, o que pode afetar a indústria brasileira.

O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou recentemente que o acordo que regula este setor com o México "não é equilibrado" e não beneficia a nação sul-americana.
 

Primeira Edição © 2011