Sucessão anterior prova que Renan Filho não perdeu eleição em 2020

30/11/2020 13:34

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Romero Vieira Belo

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Apesar da derrota do candidato Alfredo Gaspar, que pertence ao MDB e contou com o apoio de Renan Filho, também emedebista, qualquer análise isenta do processo sucessório em Maceió deixa evidente que o resultado do segundo turno, com vitória expressiva do deputado JHC, não significa revés para o governador alagoano.

A sucessão na capital foi uma disputa adstrita e colocou no teatro da competição, como personagens, não apenas os candidatos, mas um eleitorado que reelegeu Rui Palmeira em 2016, mas já nesses últimos anos dava visíveis sinais de insatisfação.

Os fatos políticos, ainda que isolados no tempo, se conectam no contexto da relação histórica, e é dentro dessa ótica que a sucessão em Maceió, em 2016, mostra que Renan Filho não pode, de modo algum, ser apontado como derrotado no pleito que colocou no embate final os candidatos Alfredo Gaspar e JHC.

A lembrar: na eleição de 2016, Rui Palmeira disputou a reeleição e foi para o segundo turno com Cícero Almeida, candidato apoiado por Renan Filho e pelo senador Renan Calheiros, e que acabou sendo derrotado por larga margem de votos.

Ora, os opositores de sempre que hoje dizem que Renan Filho perdeu com Gaspar são os mesmos que, naquele processo eleitoral de 2016, viram o governador como o principal derrotado, argumento que seria absolutamente demolido dois anos depois, quando o mesmo Renan Filho se reelegeu governador com votação recorde em todo o estado, incluindo Maceió.

Ou seja, o candidato do governador (Cícero Almeida), perdeu a disputa sucessória na capital, mas a vitória massacrante de Renan Filho nas urnas de 2018 demonstrou cabalmente que o eleitor de Maceió não votou em Rui Palmeira para derrotar o governador, mas por uma opção entre um ex-prefeito que se elegera deputado federal e deveria seguir com seu mandato em Brasília, e um prefeito que, naquele momento, realizava um bom trabalho.

Esse texto se conclui com o enfoque de dois pontos:

1 – a aprovação eleitoral de Renan Filho era tão esmagadora, em 2018, que o senador Fernando Collor pôs a cara, se lançou candidato e, rapidinho, com números contundentes de pesquisas nas mãos, bateu em retirada alegando ‘falta de apoio’.

2 – Naquele momento, Renan Filho ainda não havia concluído a construção de cinco grandes hospitais no Estado, dois na capital e três regionais no interior, não havia revitalizado dezenas de grotas em Maceió e não havia alcançado os 1 mil quilômetros de rodovias construídas ou recapeadas em todo o Estado.

Isso explica porque, em outubro último, o Ibope mostrou o governador alagoano com 81% de aprovação popular em Maceió, somados os itens bom regular e ótimo. Em suma, uma coisa é votar no governador, outra é rejeitar candidato por ele apoiado.

 

Primeira Edição © 2011