Secretário-geral da ONU reforça apelo por cessar-fogo global durante pandemia

03/04/2020 16:09

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EFE

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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, voltou a apelar um cessar-fogo em todos os conflitos do mundo, devido a pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, inclusive por acreditar que o pior ainda está por vir.

"Existe a possibilidade de paz, mas estamos longe disso. E a necessidade é urgente. A tempestade Covid-19 está agora atingindo todos os cenários de conflito. O vírus mostrou o quão rápido ele pode atravessar fronteiras, devastar países e mudar vidas", destacou o diplomata.

"Precisamos fazer tudo o que for possível para encontrar a paz e a unidade que nosso mundo precisa desesperadamente para combater a Covid-19", completou.

Guterres apresentou nesta sexta-feira o que chamou de "atualização" no apelo por um cessar-fogo mundial, feito incialmente, em 23 de março, que segundo ele alcançou 70 dos estados-membros da ONU, assim como entidades civis e até o papa Francisco, que também já fez um chamado pela paz.

O secretário-geral da ONU afirmou que há avanços no pedido porque "um número considerável de partes em conflito expressou aceitação ao chamado" e ainda citou casos de Camarões, República Centro-Africana, Colômbia, Líbia, Mianmar, Filipinas, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Ucrânia e Iêmen.

"Mas há uma grande distância entre as declarações e os fatos, entre a tradução das palavras para a paz no terreno e na vida das pessoas", lamentou Guterres.

O português aponta enxergar "enormes dificuldades" para a implementação da trégua, porque os conflitos estão entrincheirados em muitos lugares com desconfiança entre as partes.

"Precisamos de sólidos esforços diplomáticos para enfrentar esses desafios. Para silenciar armas, precisamos elevar nossas vozes pela paz", afirmou Guterres.

Em relação ao Iêmen, Guterres explicou que, embora o governo e outras partes tenham apoiado o cessar-fogo, o confronto disparou. Na Síria, a trégua na região de Idlib negociada por Turquia e Rússia permanece, segundo o diplomata, que pede, contudo, que haja ampliação para todo o país.

Já na Líbia, o governo e o exército nacional concordaram em paralisar as hostilidades, no entanto, "a luta se intensificou dramaticamente em todas as frentes"; enquanto no Afeganistão, os combates aumentaram com a abertura das negociações com o Talibã, conforme relatou o secretário-geral da ONU.

Primeira Edição © 2011