Bolsonaro vê interesse de Trump em acordo comercial, e minimiza coronavírus

11/03/2020 12:00

A- A+

EFE

compartilhar:

O presidente Jair Bolsonaro, que nesta terça-feira encerra uma visita de quatro dias aos Estados Unidos, afirmou que o mandatário americano, Donald Trump, quer iniciar negociações de livre-comércio com o Brasil, e minimizou o impacto do coronavírus, dizendo que há elementos de "fantasia".

Após quatro dias na Flórida, onde se reuniu com Trump, Bolsonaro falou hoje em Miami, durante uma conferência organizada pelo think tank brasileiro Fórum das Américas, sobre o estado das relações entre os dois países, tema que foi o foco da visita.

Bolsonaro disse que no encontro de sábado passado com Trump, no clube Mar-a-Lago, em Palm Beach, a cerca de 100 quilômetros de Miami, o republicano se mostrou favorável ao avanço da questão do livre-comércio entre os países.

"Ele (Trump) indicou que há interesse" no ponto em que "começamos a conversar sobre uma política de livre-comércio", declarou.

 

RESPONSABILIZOU A IMPRENSA.

Bolsonaro minimizou a importância do surto de coronavírus e a queda provocada nos mercados financeiros, inclusive na bolsa de São Paulo, que despencou 12,17% na segunda-feira.

"Acho que há um elemento de fantasia ou ficção. Não é tão ruim assim", disse Bolsonaro, que disse que a imprensa está fazendo a epidemia e seus impactos parecerem mais graves.

"Alguns da imprensa conseguiram transformar uma queda nos preços do petróleo em uma crise. Eu entendo que é melhor (para as manchetes) cair 30% do que subir 30%. Mas isto não é uma crise", disse Bolsonaro.

Em discurso no qual enfatizou novamente a "confiança" que seu governo trouxe ao país, as boas relações que mantém com Trump e ameaças da esquerda, Bolsonaro reiterou que a Venezuela é um ponto de preocupação na região.

Segundo o governante brasileiro, ele e Trump conhecem as "dificuldades" da Venezuela e estão à procura de uma solução, lamentando que o país tenha sido "tomado pelos socialistas".

Bolsonaro recebeu nesta terça-feira as chaves da cidade de Miami do prefeito da cidade, Francis Suarez, antes de partir para Jacksonville, no norte do estado, para visitar a fábrica da Embraer e retornar de lá para o Brasil.

Suarez disse que a relação da cidade com o país sul-americano vai além da economia, chegando ao nível de relações "pessoais" com a grande comunidade brasileira e a arte, cultura e tradições disseminadas em Miami. Segundo ele, a cada ano o sul da Flórida recebe um milhão de turistas brasileiros.

 

VÍNCULOS DE EUA E BRASIL.

Bolsonaro, que terminou o discurso dizendo que "os Estados Unidos são grandes quando o Brasil é grande", assinou o Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E) neste domingo no Comando Sul dos Estados Unidos.

O RDT&E permite a expansão do acesso ao mercado americano, assim como a formalização de outros acordos no setor de defesa, ao reduzir os processos burocráticos no comércio de produtos neste setor entre Brasil e Estados Unidos, segundo o Ministério da Defesa brasileiro.

A conferência de hoje, organizada pelo Fórum das Américas, também abordou temas relacionados a tecnologia, economia e negócios na Amazônia.

O fórum contou com a presença dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, além de empresários e outras autoridades de ambos os países. EFE

Primeira Edição © 2011