Acima de qualquer discussão

22/01/2020 12:18

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Romero Vieira Belo

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O controle da criminalidade, em Alagoas, está muito bem descrito no balanço anual apresentado pelo governo na 1ª segunda-feira (6) do Ano Novo, mas há algo muito mais significativo do que os números oficiais exibidos: a sensação de mais segurança que tomou conta do alagoano em geral e do maceioense, em particular, nos últimos anos.

Oito dez anos atrás, as pessoas transitavam com medo, sobressaltadas, até mesmo nas áreas centrais de Maceió, onde há um policiamento inercial, não só pelo funcionamento do comércio, bancos e instituições públicas, mas também pela presença da própria Polícia Militar sediada no Quartel Geral localizado na antiga ‘Praça da Independência’.

Batedores de carteira, ladrões de celulares e autores do ‘saidinha de banco’ atuavam com desenvoltura nos limites do perímetro central, sem darem a mínima para o ineficaz policiamento de então. Esse cenário triste de insegurança individual e coletiva começou a mudar em 2015 quando Renan Filho assumiu o governo e colocou o procurador de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, na Segurança, então chamada de Defesa Social.

Alfredo Gaspar encarou a bandidagem e pôs a Polícia para atuar como deve: sem contemplação, com a energia necessária, respeitados, claro, os limites da lei. Quase três anos depois, quando o coronel Lima Junior assumiu o comando da SSP (por decisão do Supremo Tribunal, procurador de Justiça perdeu o direito de atuar em cargos do Poder Executivo), Alagoas já havia ‘perdido’ a liderança da criminalidade nacional. Desde então, só houve avanços, com queda contínua de homicídios, ataques a bancos, roubos de cargas no interior, assaltos nos coletivos, invasões de residências, saidinha de bancos, dentre outros. Muitos bandidos egressos de Pernambuco, Paraíba e Sergipe fugiram.

Importa, porém, lembrar que o governador Renan Filho não se sente ‘realizado’. Na apresentação do balanço anual da violência, ele disse que a meta para 2020 é reduzir os crimes em 10%. Não é fácil, como disse, perder peso quando já não se é obeso. Mas a disposição de luta mostra o diferencial do seu governo.

 

HERANÇA VELHA E GESTÃO ACIMA DO ESPERADO

Assessores do governo do Estado fazem uma avaliação que tem tudo a ver: os problemas estruturais enfrentados pelo governador Renan Filho constituem um legado dos governos nos últimos 40 anos. Eles lembram que, apesar da herança e da crise, RF ‘faz uma gestão muito acima das expectativas, reconhecida até pela oposição e criticada apenas pelos adversários gratuitos’.

 

LIRA DE OLHO NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Mesmo enfrentando denúncias de caixa dois e recebimento de propinas, o deputado Artur Lira, líder do PP, se mantém firme com seu projeto de chegar à presidência da Câmara Federal. O objetivo, avalia, seria conseguido com o respaldo do presidente Rodrigo Maia, que Lira apoiou na disputa do ano passado.

 

TÁXI-LOTAÇÃO SUGA PASSAGEIROS DE COLETIVOS

Se a SMTT fiscalizasse com rigor, o funcionamento insidioso do chamado táxi-lotação seria inviabilizado nas ruas de Maceió. O efeito seria um considerável aumento da receita das empresas dos coletivos urbanos da capital. Muitos taxistas atuam em pontos fixos ou circulando em busca de passageiros, Muitos, também, vivem sugando usuários nas paradas de ônibus.

 

DEPUTADO QUER MAIS GRATUIDADE EM ÔNIBUS

Projeto de lei do deputado Dudu Ronalsa torna gratuito o transporte de guardas municipais e agentes de trânsito nos ônibus intermunicipais. Como o sistema de transporte vive em crise, o parlamentar também deveria indicar uma fonte para compensar a gratuidade. Pois é o excesso de gratuidade, também, que está arruinando o sistema de coletivos urbanos de Maceió.

 

A OBRA DE PETRA ESTÁ INCOMPLETA

Tudo bem que, nascida em ninho comunista, a cineasta Petra Costa tenha se inspirado para fazer o documentário ‘Democracia em Vertigem’ (indicado ao Oscar). Mas a obra ficaria completa (e equilibrada) se a neta de Gabriel Andrade também fizesse uma narrativa sobre o papel da Andrade Gutierrez, empresa de sua família, no fantástico esquema de corrupção do petrolão.

 

SIGILO DA FONTE INSPIRA FICÇÃO JORNALÍSTICA

O conteúdo do livro ‘Tormenta’, da japa Thaís Oyama, é tão verossímil quanto o relato publicado, salvo engano em Veja, de uma conversa do presidente Ernesto Geisel com o general Golbery do Couto e Silva. Só havia os dois no gabinete, e o repórter descreveu até a respiração dos circunstantes. 

 

REGINA DUARTE DEVE ACEITAR CONVITE

Tudo indica, Regina Duarte deve aceitar o convite para a Secretaria Nacional de Cultura. Seguinte: se ele pediu um encontro com Bolsonaro é porque – diz a lógica – topa assumir o cargo. A ‘queridinha do Brasil’ quer, evidentemente, ouvir do presidente que terá liberdade de ação nas ações da Cultura.

 

Primeira Edição © 2011