A safadeza na geladeira

03/10/2019 16:36

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Geraldo Câmara

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                       Pois é. Se as coisas continuarem assim com todo o mundo servindo de fiscal para conter os reis da safadeza, quem sabe a venda de geladeiras sobe e elas passam a ter uma missão bem mais impossível. Congelar a corrupção, os corruptos e corruptores e os que ficam em cima do muro, mas torcendo para o circo pegar fogo. Sim, porque existe o corrupto ativo, o corruptor que não tem medo de nada e os que adorariam uma oportunidade para testar seus dotes de ladroagem, mas que, infelizmente para eles, não conseguiram um lugarzinho ao sol da política ou da administração pública para se beneficiarem também das benesses do poder.

                      Sabe...esses são os piores, porque ficam na mudez, enclausurados nos seus mais íntimos desejos e engrossando a torcida do bandido nessa fantástica história de faroeste que tem de tudo: roubo de banco, desvio de verba pública, assassinato por mando, eleições fraudulentas onde se incluem as vendas incessantes do mais valioso produto brasileiro que é o voto. Ah, então está tudo certo. O voto é o vilão, é o culpado, é o mote de tudo. É ele, o voto, que permite tudo a quem tiver muito. Porque aquele que tiver muito vai ter muito mais do que se possa imaginar.

                      O voto! Então, teremos que colocar o voto na geladeira? Nada disto. É ele que precisa ser esquentado, aquecido, colocado no forno para ver se sai mais apetitoso. Pois é. Voto no forno, safadeza na geladeira e, quem sabe as coisas começam a mudar, hein, hein, hein? 

Primeira Edição © 2011