Para o mundo, o Brasil não é mais o mesmo. Nem a ONU.

27/09/2019 16:17

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Romero Vieira Belo

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Ao optar por um discurso inovador, enérgico e crítico, o presidente Jair Bolsonaro desviou-se do lugar comum assumido por seus antecessores perante a assembleia-geral da ONU.

Para a oposição, aqui, no Brasil, claro, a fala presidencial foi ‘um desastre’. Figuras como Humberto Costa e Gleisi Hoffmann  usaram expressões do tipo ‘vexame’, ‘vergonha. Explica-se: diante de líderes do mundo inteiro, o Capitão apresentou os governos do PT – de Lula e Dilma – como disseminadores da corrupção que desviou centenas de bilhões de reais.

A reação dos críticos e adversários políticos era esperada exatamente como se deu: uma orquestração, exaustivamente ensaiada. Na mídia, os textos jornalísticos malhando Bolsonaro estavam prontos de véspera. Portanto, qualquer que fosse o tom do presidente, o malho seria o mesmo. Ou será que o PT, em qualquer hipótese, elogiaria a fala do presidente? Com aquela fervorosa exaltação ao Dr. Sérgio Moro?  Brincadeira. E a mídia, ressabiada, sem dinheiro público na conta bancária, reconheceria um ‘bom e positivo’ pronunciamento do Capitão?

Fora desses dois segmentos de posições pra lá de conhecidas, a opinião publica brasileira viu, pela primeira vez na história, um chefe do governo falar com autonomia e desenvoltura. A enérgica digressão de Bolsonaro libertou o Brasil do velho complexo de vira-lata, de que falava Nelson Rodrigues, e mostrou ao mundo a nação brasileira na exata dimensão de sua importância no contexto de todas as nações. Não foi um discurso de loas, de compadrio, de submissão. O ousado tom de Bolsonaro remeteu ao verso famoso da música de Cazuza, quando bradou sob forte ênfase melódica: “Brasil, mostra tua cara”. E o Brasil mostrou.

Bolsonaro – anotem – foi um divisor. Depois de seu discurso contundente, instigante, substantivo – a assembleia da ONU jamais será a mesma. O ciúme da oposição, por isso mesmo, é compreensível. Lula e Dilma preferem reagir criticando ou se defendendo. Mas, no íntimo de cada um, com certeza está ecoando o lamento por não terem feito discurso tão candente e objetivo. O Capitão mudou a história das Nações Unidas. Até porque a realidade nacional mostra que discursos precedentes do ‘sim e sim senhor’, na ONU, não acrescentaram coisa nenhuma ao Brasil. O resto é mi-mi-mi de críticos surpresos e vencidos.

Primeira Edição © 2011