O "imbroglio" está formado

13/09/2019 09:45

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Geraldo Câmara

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                  Não existe uma centralização planejada de comunicação no governo federal de hoje. As coisas acontecem e as notícias se espalham sem que haja um planejamento até porque o próprio presidente, centralizador e rebelde, consciente ou inconscientemente, insufla as informações erradas já que ele próprio usa o twitter e as próprias entrevistas diretas com os repórteres sem uma avaliação profissional do que diz ou do que vai dizer. O resultado disto é a incoerência quando diz que vai fazer determinada coisa e mais tarde é obrigado a voltar atrás auto desdizendo. O erro é básico. Ninguém disse ao presidente que comunicação de governo é científica, tem que ser preparada e por mais que ele queira a informalidade, em momentos mais cruciantes ela não pode acontecer. Até porque faz com que os próprios ministros e auxiliares diretos percam a noção do que é para fazer, do que o chefe vai dizer e do que podem eles próprios dizerem sem gerarem tumultos e crises inadministráveis. Aí está como exemplo disto a demissão do Secretário da Receita Federal que teve como motivo ele ter falado em volta da CPMF. Mas quem disse a ele que não podia falar, que não podia opinar, que teria que ser um ‘pau mandado” em órgão tão importante da gestão nacional? Por tudo isto e mais muita coisa, a comunicação está perdida, sem rumo, sem saber o que fazer e a quem obedecer. Um verdadeiro “imbróglio” realmente está formado. Desfazer vai ser uma guerra interna sem precedentes.

Primeira Edição © 2011