Fernando Collor x Renan Filho - o grande e previsível duelo

13/08/2019 13:21

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Romero Vieira Belo

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A eleição para o Senado, com uma vaga disponível em 2022, deverá confrontar Fernando Collor, tentando a reeleição, e Renan Filho, liderança emergente com imagem bem avaliada em Alagoas e no cenário nacional. O quadro pode mudar? Sim: Collor, que desistiu de encarar RF, na sucessão estadual do ano passado, poderá desistir do Senado e buscar um mandato de deputado federal. Não seria desonra, é um caminho. Aécio Neves fez essa opção, Gleisi Hoffmann também seguiu essa rota.

É possível, aliás, que o ex-presidente já esteja avaliando tal possibilidade. Na sua condição, importa mais preservar um mandato federal do que disputar liderança. Claro que a corrida à Câmara não será um ‘passeio’, mesmo para alguém com seu currículo. São nove vagas, mas a luta por cada uma tem sido dramática. Ronaldo Lessa, com brilhante trajetória, governador duas vezes, não se reelegeu federal na eleição mais recente.

Mas, na política, ninguém joga a toalha antes da hora. E Collor não seria uma exceção. Antes de qualquer mudança de rota, tentará viabilizar meios que lhe assegurem a renovação do mandato. E a estratégia que parece já estar pondo em prática é a de forçar o desgaste do provável adversário. Tarefa fácil? Não.

Missão dificílima. Alagoas tem, hoje, os mesmos problemas de 20, 30, 40 anos atrás. Mas, no essencial, todos minimizados. Por mais que alguns canais vinculados ao senador tentem negar, o fato inconteste, a realidade palpável exibe um cenário excepcional. O governador executa um formidável conjunto de importantes obras e transforma – com números irrefutáveis – o desempenho da saúde, da educação e da segurança. Não cabe aqui descrevê-las. São muitas obras, muitas ações e  numerosos projetos sociais.

Tudo isso, porém, tem um fundamento: o ajuste fiscal. Alagoas é um dos poucos estados com as finanças ajustadas. O que destoa – isso mesmo – é o gasto com servidores batendo o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Salários. Portanto, soa inócuo o discurso de que o quadro financeiro não é estável. Isso agride a realidade.

Collor deve insistir no esforço para tentar desconstruir a excelente imagem política de Renan Filho, mas sabe tratar-se de um desafio  hercúleo. Sabe, também, que essa tática tem um limite, uma linha separando o bom senso da insensatez: além do ‘razoável’, vira agressão intolerável contra a própria opinião pública.

 

LENTE DE GRAU PARA QUEM NÃO ESTÁ VENDO

Há 40 anos, a crescente população alagoana convive com o mesmo escasso atendimento hospitalar. Está mudando agora, com três novos hospitais em Maceió, dois novos hospitais regionais –no Sertão e na Região Norte – UPAs funcionando e o Hospital Geral do Estado com estrutura operacional reforçada.

 

MUDANÇA NA SEGURANÇA COMEÇOU COM GASPAR

A segurança pública de Alagoas mudou com Alfredo Gaspar no comando. Com nova mentalidade e respaldo do governo, o sistema policial enquadrou a bandidagem e deu início ao declínio da criminalidade. Trabalho sequenciado com vigor pelo coronel Lima Júnior, egresso do comando da Polícia Militar.

 

ALAGOAS LONGE DO TOPO DA VIOLÊNCIA

Os números da violência impressionam: caíram os ataques a bancos, os assaltos a ônibus, as invasões a domicílios, os roubos de cargas, as saidinhas de banco. Caíram, não acabaram... Um dado ilustrativo: em 2018, a cidade de Murici registrou 103 homicídios. Em 2019, até agora, apenas 2. Quase ontem, Alagoas ocupava o topo da violência no Brasil.

 

PSDB PODE ATÉ EXPULSAR DEPUTADA TEREZA NELMA

O PSDB, do senador Rodrigo Cunha, vive dias difíceis. Confusos. O partido teima em conviver com políticos transformados em réus da Lava-Jato, como Aécio Neves, mas ameaça expulsar a deputada Tereza Nelma. Seu crime: votar contra a reforma da Previdência. O comando tucano fechou questão e teve papel importante na aprovação da PEC na Câmara dos Deputados. Mas, em se tratando de PSDB, a expulsão deve virar um simples carão.

Primeira Edição © 2011