Ronaldo Lessa - um futuro indefinido...e ameaçado

23/07/2019 16:18

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Romero Vieira Belo

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Ao considerar que o ex-governador Ronaldo Lessa tem cacife para se lançar candidato a prefeito de Maceió, atuando como uma ‘terceira via’, a tropa de choque do PDT remete a uma indagação pertinente: se Lessa será a terceira, quem se lançará como primeira e segunda? De pronto, tende-se a apontar na direção do deputado federal João Henrique Caldas, o JHC, e do procurador-geral da Justiça do Estado, Alfredo Gaspar de Mendonça.

Sucede que a montagem de um projeto eleitoral em torno do ex-governador Lessa não será simples, como imaginam seus aliados pedetistas, quando nada, pela impossibilidade de saber quem, de fato, estará na disputa na sucessão maceioense do próximo ano.

Pesa ainda, como obstáculo para Lessa, a perspectiva de vir a ter de enfrentar postulantes de perfil novo, sem desgaste político, como é o caso, aliás, de JHC e Alfredo Gaspar. O primeiro, com muito jogo de cintura, mantém a forma ostentando uma ‘bandeira da mudança’, com um discurso centrado no moralismo. Gaspar, então, sequer pode ser visto como político, não obstante ter exercido, com competência rara, o cargo de secretário de Segurança, onde, por sinal, conquistou o apoio da população,

jogando pesado contra corruptos e criminosos de toda sorte.

Alguns pedetistas, por outro lado, se voltam para o retrovisor acreditando que podem, em 2020, repetir o feito de Lessa da década de 90, quando assumiu o papel de ‘terceira via’ e venceu uma disputa mal conduzida por dois correligionários que se enfrentaram sem motivo nem justificativa: José Bernardes, então deputado, e Teotonio Vilela, então senador. Ficou para trás.

Os tempos são outros, depois daquela experiência na Prefeitura da capital, Lessa foi eleito duas vezes governador e hoje não está no Congresso Nacional, como senador, porque a Justiça Eleitoral impediu, beneficiando Fernando Collor de Mello.

Lessa, é oportuno ressaltar, preocupa-se muito com a performance do PDT sob seu comando no Estado. Mas o partido, apesar de ter um Carlos Lupi na direção nacional, pode sobreviver sem ter que impor um ‘sacrifício inútil’ ao seu principal líder em Alagoas.

Primeira Edição © 2011