Como a alimentação na gravidez impacta na inteligência do bebê

11/06/2019 10:56

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Vinícius Mendes/redação

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A alimentação na gravidez é um assunto bastante antigo e mesmo controverso. Mães, gestantes, médicos e demais especialistas nessa temática opinam a respeito, o que leva sempre a divergências.

Sabe-se, por exemplo, que o consumo de ácido fólico durante a gravidez, a famosa vitamina B9, interfere na formação do tubo neural do bebê. É esse tubo que dá origem ao cérebro a à medula espinhal.

O site Saúde LAB refere ainda que as controvérsias, no entanto, acabam pairando muito sobre o que as grávidas devem comer para estimularem a inteligência dos filhos. Durante décadas isso foi tratado como mito, de que a alimentação na gravidez poderia interferir positiva ou negativamente no nascimento de uma criança mais ou menos inteligente.

Fato é que há um estudo recente que comprova que sim: a alimentação durante a gestação afeta diretamente a inteligência de uma criança.

Pesquisa e resultados

Esse estudo ocorreu na Espanha, na cidade de Barcelona. O Instituto de Saúde Global, responsável pela pesquisa, foi categórico ao afirmar que os alimentos mais importantes na formação cognitiva do bebê durante a gravidez são as oleaginosas. As oleaginosas são as nozes, as avelãs, as amêndoas, o amendoim, entre outras.

O estudo reuniu mais de 2000 mulheres e dividiu-as em dois grupos: o que consumia e o que não consumia nozes durante a gravidez. Seus filhos com mais de 8 anos também foram analisados para que houvesse resultados seguros e rigidamente controlados.

De acordo com os resultados, as mães que consumiram pelo menos 30 gramas diárias de oleaginosas tiveram filhos com melhor função cognitiva. Ou seja: as crianças possuíam maior foco, maior capacidade de retenção de informações e melhor memória.

Os especialistas chegaram à conclusão de que isso se deve à presença de ácidos graxos fundamentais, como ômega 3 e o ômega 6. Esses nutrientes se acumulariam no tubo neural do feto durante sua formação, o que contribuiria de imediato para um maior desenvolvimento da inteligência.

As oleaginosas são muito benéficas nesse sentido porque contêm um tipo específico de ômega 3, o DHA, ou ácido docosa-hexaenoico. Ele é um atuante na formação cognitiva do ser humano, além de ser elemento importantíssimo na prevenção de doenças como o Alzheimer.

O que o bebê deve consumir para o seu desenvolvimento cognitivo?

Mesmo que durante a gravidez a mãe tenha consumido peixes, oleaginosas e outras boas fontes de ácidos graxos essenciais, não basta para que seu filho seja inteligente. A criança, após o nascimento, precisa ter uma alimentação muito equilibrada e estrategicamente pensada caso os pais queiram que ela se desenvolva corretamente.

Falhas alimentares nos primeiros meses e anos de vida podem prejudicar a criança quando ela chegar à adolescência e à vida adulta. É comum que indivíduos com falta de nutrientes básicos na infância tenha graves problemas de aprendizagem quando chegam a idades avançadas.

Portanto é preciso montar um cardápio simples, porém eficiente nesse sentido. Nada de refrigerantes, doces, sorvetes, salgadinhos ou industrializados do gênero. É importante que os pais entendam que esse tipo de produto não é alimento.

Além disso, é importante que mãe e pai compreendam que são modelos alimentares de seus filhos. Portanto não espere que a criança coma verduras se você não come na frente dela. O hábito alimentar é um processo e deve ser construído em família.

O que você for dado para a criança ela não irá comer. Expor a criança a todos os alimentos saudáveis e necessários a sua formação cognitiva é obrigação dos pais. Veja abaixo quais são:

Carboidratos

Carboidratos não inimigos de ninguém, muito menos dos bebês. A questão é escolher o tipo certo de carboidrato que a criança irá ingerir. Cereais leves, frutas e legumes são fontes importantes de carboidratos complexos. Esse nutriente se transformará em açúcar no sangue, o que dará não só energia como melhorará as funções cerebrais dos pequenos.

Proteínas

Leite, ovos, carnes magras, entre elas o peixe e o frango, são fontes naturais e muito saborosas de proteína. Esses alimentos são indispensáveis à criança, já que contêm aminoácidos únicos, responsáveis por auxiliar na produção de neurotransmissores. Esses neurotransmissores melhoram as respostas cognitivas, o raciocínio lógico e a memória.

Ácido fólico e ácidos graxos

Por fim, continuar a fornecer fontes de ácido fólico e de ácidos graxos é importante. Vegetais verdes, como brócolis, espinafres, rúcula são fontes inesgotáveis do ácido fólico. Já os ácidos graxos podem ser encontrados não só nas oleaginosas, mas também em sementes, como a linhaça, e em peixes gordos, como o salmão.

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