Armas de fogo, Bolsonaro e os massacres

19/03/2019 14:30

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Romero Vieira Belo

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Sempre que um tiro é disparado, e o fato repercute, os inimigos de Bolsonaro logo se apressam em inculpar o presidente. Quem defende a posse de arma – em casa – para defesa pessoal? Jair Bolsonaro. Então, de quem é a culpa?

O massacre na escola de Suzano, interior de São Paulo, foi um prato feito para os críticos do presidente. “Estão vendo, é o que ocasiona o armamento da população. A culpa é dele”.

Tudo cretinice. Qualquer um sabe que, no Brasil, as pessoas adquirem arma de fogo no comércio clandestino. O problema de Suzano não estava no revólver, mas na cabeça dos ensandecidos.

E o machado? E o arco com flecha? E se tivessem empregado bombas (coquetel Molotv, por exemplo), como seria?

A pilantragem não se converte em argumento sério. Tiroteios, massacres, atos terroristas (doméstico ou internacional)

acontecem pelo mundo afora. Não são tragédias privativas dos Estados Unidos ou do Brasil. São incidentes planetários.

Culpar Bolsonaro pela chacina de Suzano imporia – por critério de similitude e equiparação – culpar Dilma Rousseff pelo massacre de Realengo, onde um tresloucado invadiu uma escola e matou 12 alunos, deixando outros 13 gravemente feridos em 20122. Quem governava o País à época? Então, culpa da Dilma?

Nos Estados Unidos, ao longo de décadas, ocorreram ao menos 37 massacres. Culpa dos presidentes? O maior de todos, com 51 mortos, aconteceu numa boate na cidade de Orlando em 2016. Quem era o presidente? O democrata Barck Obama, cuja liberalidade o aproxima dos petistas brasileiros (lembrando que, durante evento em Washington, Obama apontou para o então presidente Lula e proclamou: “Esse é o cara”.

Culpar Bolsonaro pelos crimes que estão acontecendo, com armas de fogo, é o meio insidioso e venal de transferir responsabilidades. Pois violência, desequilíbrios, atentados à vida não se devem simplesmente às armas. Devem-se, sobretudo, aos maus governos, que não investem para formar e educar as gerações. A esculhambação que se instalou no Brasil dos últimos 15 anos teve origem no modelo de gestão que – ainda bem – acabou rejeitado pelo povo nas eleições do ano passado.

 

AÇÃO E REAÇÃO

É a lei da Física: após o Supremo decidir que crimes conexos com Caixa 2 vão para a Justiça Eleitoral, os deputados já se mobilizam para derrubar a decisão do STF com projeto de lei. E ‘lei é lei’.

 

LULA DE FORA

A nova decisão do Supremo Tribunal não beneficiará Lula. O ex-presidente foi condenado por receber propina, sem relação com caixa dois. A sentença, irretocável, foi do juiz Sérgio Moro.

 

E A ESQUERDA AINDA FALA DE BOLSONARO

Excelente o nível do diálogo entre Gleisi Hoffmann e Ciro Gomes. O ex-presidenciável do PDT chamou a presidente nacional do PT de ‘chefe de quadrilha’. Em resposta, a civilizada petista suavizou: “O Ciro é um coronel oportunista, ressentido e covarde”. E ainda criticam o presidente Jair Bolsonaro...

 

VOLTA POR CIMA

O retorno de Melina Freitas à Secretaria de Cultura foi uma medida acertadíssima de Renan Filho. Com Melina, a Secult ganhou nova dinâmica e seu desempenho é reconhecido.

 

SÓ FALTA FÁBIO

A mexida no secretariado, para o segundo mandato de RF, será fechada com chave de ouro se o diplomático Fábio Farias der ouvidos ao coro geral por sua volta ao Gabinete Civil.

 

LESSA NO CAMPO – UMA EXPERIÊNCIA VÁLIDA

Ronaldo Lessa já ocupou os principais cargos políticos no Estado. Foi vereador e prefeito de Maceió, governador duas vezes e deputado federal. Como governador, cuidou bem da agricultura, da pecuária e da pesca. Portanto, tem experiência de sobra para fazer bom trabalho como secretário da Agricultura. Conhece o Estado, as regiões, os municípios – e as carências de cada um. Renan Filho acaba de fazer uma excelente nomeação.

 

MASSACRE EM SP

O massacre na escola de Suzano (SP) chama a atenção para o uso de arma de fogo, mas, por outro lado, indica que, se o professor tivesse armado, a matança poderia ter sido impedida.

 

ALVO PREFERENCIAL

A propósito, o presidente Donald Trump defende a liberação do porte de arma para professores. Mas, alto lá: se o porte for aprovado, os assassinos vão mirar quem em primeiro plano?

 

POR QUE A MAIORIA TENDE A APOIAR BOLSONARO

Recente pesquisa de opinião mostrou Jair Bolsonaro com aprovação de mais de 50% dos brasileiros – somando-se os que

achavam o governo ótimo, bom e regular. Sem surpresa. A maioria dos brasileiros aprovará Bolsonaro por uma razão elementar: ele livrou o Brasil do petismo. Traduzindo: muitos brasileiros votaram no capitão para derrubar o petismo, e não por acharem que estavam elegendo um estadista revolucionário.

 

EPISÓDIO FATÍDICO

Contrário ao armamento da população civil, o senador Renan Calheiros lamentou pelas vítimas em Suzano e disse que o episódio remete todos a uma reflexão sobre porte de armas.

 

EPISÓDIO FATÍDICO 2

O prefeito Rui Palmeira também manifestou seu pesar pela matança na escola estadual do interior paulista. Pelas redes sociais, desejou recuperação aos feridos no trágico episódio.

Primeira Edição © 2011