No desespero, Rui parte para insultos e tira voto de Benedito de Lira

02/10/2018 13:06

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Romero Vieira Belo

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Na reta final da eleição, os comentários nos bastidoresd convergem para um ponto: o injustificado ataque de Rui Palmeira ao senador Renan, exibido em rádio e televisão, afetou a estabilidade da campanha e está produzindo ‘efeito contrário’, ou seja, tirando votos do senador Benedito de Lira. Analistas políticos avaliam que o prefeito fez ‘provocação gratuita’ para obter um ‘revide pesado’ de Renan, mas o senador ignorou a investida, ficou em silêncio e seguiu com sua campanha. Na última pesquisa do Ibope, Biu apareceu em 3º lugar no Estado, mas em 4º na capital.

DESTEMPERO

Enquanto analistas políticos avaliam o destempero verbal como ‘claro sinal de desespero’, continua repercutindo, negativamente, o ataque desferido pelo prefeito Rui Palmeira contra o senador Renan Calheiros, que preferiu ignorar a provocação.

Já há quem avalie que, após a virulenta intervenção do prefeito, a situação de Benedito de Lira poderá se complicar mais ainda, já que a grande maioria do eleitorado não está querendo ouvir desaforos nem ataques pessoais, mas propostas e projetos que possam melhorar as condições de vida do alagoano.

Observadores políticos acham que, sentindo-se previamente derrotado para o governo, Rui teria resolvido partir para um ‘tudo ou nada’, atacando o senador Renan apenas para provocar uma reação e expô-lo com um revide perante os eleitores.

A situação de Biu de Lira nunca esteve confortável, no atual processo eleitoral: antes do início da campanha, as pesquisas de intenção de voto o mostravam, quase sempre, em terceiro lugar, atrás do senador Renan e do ex-governador Teotonio Vilela.

Em cima da hora, por motivos pessoais, Vilela retirou-se da disputa, mas incentivou a candidatura do deputado estadual de Rodrigo Cunha, o que produziu um efeito colateral desastroso dentro da coligação: enquanto Cunha cresceu, junto com o senador Renan, Biu de Lira despencou, ficando em terceiro lugar, mas muito distante dos concorrentes líderes da maratona.

Uma fugaz aparição de Vilela ao lido de Benedito, em Delmiro Gouveia, teria sido simplesmente um gesto de admissão de que, com a entrada de Cunha, com seu incentivo, Téo Vilela acabou por inviabilizar a reeleição do presidente regional do PP.

Rui Palmeira, que também teve participação no processo de escolhas do bloco oposicionista, valeu-se da condição de ‘franco atirador’, ou seja, alguém que nada tem a perder nesta campanha, e partiu para algo que nega seu estilo visto até aqui: a agressão verbal própria de quem se acha perdido numa disputa eleitoral.

Entre observadores da cena política, há até quem vaticine um futuro político muito complicado para o prefeito de Maceió: além de derrotado na disputa pelo governo do Estado – a mais importante de todo o processo – Rui daqui a dois anos estará sem mandato e sem cargo público, e sabe que terá muita dificuldade para reconquistar um mandato na eleição de 2022, principalmente em função do desgaste que sofrerá após concluir seu atual mandato de prefeito, bem mais fraco do que o primeiro. (Com Primeira Edição Impresso).

 

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