Merkel e Putin ressaltam necessidade de resolver crises na Ucrânia e na Síria

18/08/2018 22:58

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EFE

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordaram neste sábado em usar os acordos de Minsk como base para resolver o conflito na Ucrânia e priorizar questões na Síria para evitar uma catástrofe humanitária.

O encontro entre ambos, o segundo em pouco mais de três meses, não tem o objetivo de terminar com resultados concretos, mas constitui uma possibilidade de "retomar o diálogo" depois da reunião em maio na cidade de Sochi, segundo a chanceler.

Ao falar com a imprensa antes da reunião, realizada no palácio de Mesenberg, a 60 quilômetros de Berlim, Merkel ressaltou as responsabilidades de Alemanha e Rússia, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto, para buscarem soluções aos muitos conflitos graves no mundo.

Entre os temas que abordarão no encontro, Merkel destacou a crise no leste da Ucrânia, para o qual "os acordos de Minsk são e seguirão sendo a base" da solução.

A expectativa é que Putin e Merkel falem também sobre uma missão da ONU no leste da Ucrânia "que talvez possa desempenhar um papel na pacificação", disse a chanceler.

Putin lamentou a ausência de avanços na resolução do conflito na Ucrânia e, na mesma linha de Merkel, afirmou que "não existe alternativa ao cumprimento dos acordos de Minsk", e se mostrou disposto a apoiar uma missão da ONU.

Ambos se mostraram comprometidos a continuarem trabalhando juntos com França e Ucrânia no chamado Formato de Normandia.

A respeito da Síria, o segundo grande tema da reunião, Merkel ressaltou a necessidade de evitar que ocorra uma catástrofe humanitária em Idlib e a importância de iniciar um processo político que inclua uma reforma constitucional e possíveis eleições.

Putin destacou a relevância de ampliar a ajuda humanitária na Síria e de apoiar sobretudo as regiões para as quais estão retornando as pessoas que tinham fugido do país. Segundo o mandatário russo, é primordial restabelecer as infraestruturas mais elementares como o fornecimento de água e a calefação.

Os governantes devem falar também sobre o projeto de gasoduto Nord Stream II, que conectará diretamente a Rússia com a Alemanha através do Mar Báltico e que, de acordo com Putin, "minimizará os riscos da transferência e garantirá o consumo crescente na Europa".

Merkel voltou a ressaltar a postura alemã de que "a Ucrânia deve seguir desempenhando um papel na passagem de gás para a Europa também quando se materializar o Nord Stream II".

Ambos exaltaram a importância de manter o acordo nuclear com o Irã, mas Merkel disse "observar com preocupação" as distintas atividades de Teerã, "seja no Iêmen, o programa balístico ou a situação na Síria".

Este novo encontro em pouco mais de três meses denota, segundo os especialistas, a necessidade de diálogo nos temas mais diversos da política internacional.

"Sou da opinião que temas polêmicos só podem ser resolvidos mediante o diálogo", opinou Merkel.

Primeira Edição © 2011